sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O povo quer saber....Isaac responde


Sabe-se por umas bocas miúdas que o futuro prefeito de Juazeiro, Isaac da Juagro (PCdoB), não fará a tão esperada auditoria na prefeitura, inclusive, alguns secretários do governo atual talvez nem saiam da pasta e continuem trabalhando normalmente como se nada tivesse acontecido...(?)

Daí vem à pergunta que não quer calar, afinal, que mudança é esta que o então candidato, na época, disse que iria fazer quando assumisse a prefeitura?

O que houve de tão interessante, importante e estranho entre os arquiinimigos Misael Aguilar (PMDB) e Isaac Carvalho (PCdoB) que contribuíram para esse ajuste de cavalheiros?

E por que o povo quer saber? Porque a eleição para prefeito acontece de 4 em 4 anos e em democracia a soberania ainda é do povo.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O poder da vírgula

Campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa)

Vírgula pode ser uma pausa... ou não:

Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro:

23,4.
2,34.

Pode ser autoritária:

Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis:

Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões:

Este, juiz, é corrupto.
Este juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução:

Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião:

Não queremos saber.
Não, queremos saber.

A vírgula pode ser ofensiva:

Não quero comprar seu porco.
Não quero comprar, seu porco.

Uma vírgula muda tudo.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da suainformação.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Aprendemos com as eleições


Algumas coisas aprendemos depois de uma eleição. Sabemos, por exemplo, distinguir entre candidatos e candidatos, quem realmente parece ter nascido pra ser político e outros que se não concorressem ao pleito, ajudariam muito mais.

Também como eleitor, aprendemos a rejeitar determinados projetos absurdos que não sairiam do papel nem mesmo tomando injeção. Percebemos, até mesmo sem entender de marketing ou publicidade, quando uma campanha está agressiva, preconceituosa e quando o nível é de baixaria.

Dona Maria que mora no Quidé (meu personagem exemplo na faculdade) pode não entender nada, nadinha das estratégias de campanha, mas sabe perfeitamente bem quando um programa eleitoral em TV está, digamos assim, exagerando na medida.

Um dos exemplos conhecidos em nível nacional foi exposto no guia da então candidata à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (PT). Nem bem começou a disputa no segundo turno, ela usou um elemento desnecessário em campanha: a vida pessoal do adversário, questionando o fato dele não ser casado e de não ter filhos.

Lembrando seu episódio na crise área (a charge acima tem tudo a ver...), em vários momentos a ex-ministra, ex-prefeita de Sampa e amiga íntima de berçário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, queria mesmo era usar o prestigio do amigo para ganhar o poder em São Paulo. Com isso, atacar o adversário na área pessoal parecia ser 'o caminho' para conquistar os eleitores. Ledo engano.

Marta, que de simpática só tem o nome, jamais poderia usar tal estratégia sendo ela quem é (pelo menos diz ser!!), nada preconceituosa e em defesa dos menos favorecidos. Além de que ela própria deixou o marido (Eduardo Suplicy) e ficou com o assessor de campanha (não tenho nada a ver com isso...). Ainda assim, nunca houve e parece que não haverá carisma em suas falas.

A partir desse episodio começa uma queda vertiginosa para quem estava à frente na pesquisa. O desespero do marketing político foi tanto que no seu ultimo programa eleitoral ela gastou o tempo mostrando uma briga do adversário Gilberto Kassab (DEM), num posto de saúde, em 2007.

Não deu outra: o PT perdeu ontem (26/10/08) em São Paulo e ficou sem a prefeitura mais importante do país em termos de representação política nacional.

Kassab não começou a campanha bem, teve brigas entre os pares e, no entanto saiu vitorioso. O efeito Lula não apagou a arrogância da candidata e não tirou da mente do eleitor o fato de que Marta queria atingir a vida pessoal do adversário e não as propostas políticas que ele defendia.

O resultado serve como exemplo.

domingo, 26 de outubro de 2008

Poesia pra ser feliz

POEMINHA SENTIMENTAL

O meu amor, o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma

E canta
(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!

No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam.

Mario Quintana - Preparativos de Viagem

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Os novos secretários de Petrolina


Não se fala em outra coisa nesta cidade a não ser quais os nomes que vão assumir as secretarias do governo municipal.

As especulações são tantas que algumas figuras carimbadas da imprensa local já estão sendo cotadas e ditas como certas para funções e assessorias.

Quando teremos o retorno? Melhor aguardar um pouco os acontecimentos porque em jantares, almoços e café da manhã as coisas estão sendo costuradas.

Agora, o que pensar dessas pessoas que vão assumir? Que compromissos terão? De fato haverá uma gestão participativa? Até que ponto os apoios políticos que construíram o discurso dessa campanha estão de fato envolvidos com a coletividade e não em prol da continuidade do poder?

É bom sempre lembrar que eleição não se faz sozinho. E junto com outras figuras que dominam a arte maquiavélica de ser fazer política muita coisa ainda será posta à mesa. Ainda não foram dadas as ultimas cartadas.

Duvidam? Aguardem.

Tragédia que vira espetáculo na mídia 1



Mais uma vez a mídia dá o tom da orquestra de horrores. Nem bem saímos de uma tragédia midiática onde a agenda de todas as TVs, rádio e sites era Isabella Nardoni agora voltamos com o novo espetáculo Eloá Pimentel X Lindemberg Alves.

Sem contar as freqüentes tragédias narradas diariamente pela grande imprensa, o Caso Eloá é a pauta da vez.

Parece mesmo que a guerra pela tal audiência tira de cena o bom senso, a originalidade e o respeito pelo ser humano. Na busca de ‘derrubar’ outras audiências a mídia do espetáculo ou a mídia dos horrores é capaz de treinar suas equipes pelos manuscritos do dramaturgo William Shakespeare só para não perder de vista a sensação da tragédia.

Consegue narrar um texto com ênfase na problemática passando pelo processo lúdico da vida cotidiana dos personagens envolvidos. Com isso, vai construindo cenas, levando o telespectador, internauta e ouvinte a fazer juízo de valor sobre uma série de elementos que não compõem a história, mas faz parte do imaginário das pessoas.

A mídia, sobretudo a TV, a grande janela aberta para as infinitas possibilidades da criação de uma nova sociedade imagética, está transformando conceitos e produzindo outros que mais cedo ou mais tarde vão afundar esta sociedade que emerge desse processo.

Considerando o estágio volátil em que a estrutura societária está inserida, como diria o sociólogo Zygmund Baumen, na ‘modernidade líquida’, parece que estamos passando pelo processo, mas não damos conta da problemática.

Pouco ou quase nada discutimos sobre o tema e deixamos entrar em nossas casas, a TV Record e suas encenações trágicas repetitivas, uma Rede TV que é capaz de fazer uma maquete do prédio para melhor “explicar” o fato ao telespectador e até mesmo a Globo entra na onda shekespeareana com Ana Maria Braga se mostrando psicóloga do então descompensado “ator” Limbemberg.

Sim, ator. Afinal, ele teve suas 100 horas de fama porque foi isso que a mídia o transformou: no todo poderoso da audiência. Para compensar sua não construção de vida pessoal, Limdemberg viu na grande imprensa sua possibilidade de reconhecimento. “Sou visto em rede nacional e até mesmo fora do país”.

Amanhã, possivelmente, a Playboy estará a caça da atual protagonista do evento, Nayara Silva, para que ela assine contrato, já de agora, para posar nua na revista quando completar a maior idade. Uma boa suíte vai trazer a temática à baila novamente e tudo vira negócio e vendas.

Três perguntas ficam no ar, ou melhor, no blog:
-- Até quando seremos usados por esta máquina chamada mídia?

-- Não percebemos que estamos sendo engolidos por esse dragão da comunicação?

-- Que sociedade é esta que estamos construindo?

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Socorro...precisamos de uma reforma política já


Mais do que uma emergência “urgentíssima” (perdão pelo pleonasmo), mas precisamos falar de uma reforma política séria neste país. A temática pede agilidade. Afinal, a política partidária está na UTI e o quadro clínico demonstra que o processo é de falência múltipla das bases.

Faltam 2 anos para as novas eleições, onde entram em cena figuras que serão candidatos a presidente, deputados federais e estaduais, senadores e governadores e a disputa política está (como sempre esteve nas ultimas décadas) em torno de nomes/figuras e não de partidos.

Continuamos elegendo pessoas. Os partidos existem para formar blocos unidos com o objetivo de chegar juntos ao poder, mas separados por bandeiras e ideais.

A reforma é uma necessidade de vida ou morte dos partidos. Os políticos estão arrumando as legendas como querem. Pulam de galho em galho disfarçadamente e ainda saem dizendo que não entram em política pelo lado pessoal, mas por um projeto de governo.

Candidatos concorrem ao pleito, fazem uma desastrosa campanha, pensam que o povo é bobo, acreditam que o blá-blá-bla e a ênfase nas palavras vão emocionar e trazer o eleitor para as urnas... e quando perdem, metem o pau em um e em outro. E o marketeiro político vai no bolo...

Fazem da imprensa o SPC do eleitor e a própria mídia se deixa levar pela tal onda disso ou daquilo. É um tal de onda amarela, vermelha, verde, azul e tantas outras cores que nem mesmo este mar colorido pode alterar o tom das mudanças.

Tsunami à parte este é o momento de reflexão. De uma tomada de consciência que a política se faz com atos, atitudes, com projetos que vão além das ondas marítimas e se alojam em ações publicas.

Este sim, tem que ser o papel da imprensa. Trazer esta reforma a pauta, diariamente, instigar o debate para que possamos, finalmente, ter uma mudança significativa da política partidária nesse país.

O resto é papo de Maria vai com as outras...

domingo, 19 de outubro de 2008

Poesia pra ser feliz

Manuel Bandeira (1886-1968)

Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.
Tenho o fogo de constelações extintas há milênios.
E o risco brevíssimo — que foi? passou — de tantas estrelas cadentes.

A aurora apaga-se,
E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora.
O dia vem, e dia adentro
Continuo a possuir o segredo grande da noite.

Belo belo belo,
Tenho tudo quanto quero.
Não quero o êxtase nem os tormentos.
Não quero o que a terra só dá com trabalho.
As dádivas dos anjos são inaproveitáveis:
Os anjos não compreendem os homens.

Não quero amar,
Não quero ser amado.
Não quero combater,
Não quero ser soldado.
— Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples.

(in Estrela da Vida Inteira)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Campanha em Defesa do Diploma deve ser fortalecida

Na semana passada, matérias publicadas em alguns sites e veículos disseminaram a idéia de que o fim do diploma como requisito para o exercício do Jornalismo é praticamente favas contadas.

Representantes da FENAJ e da Coordenação Nacional da Campanha em Defesa da Formação viram em tais iniciativas tentativas dos donos da mídia de influenciar a decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal sobre o Recurso Extraordinário RE 511961, que questiona a constitucionalidade do requisito legal. E apontam que o caminho é fortalecer o movimento em defesa dos interesses dos jornalistas e da sociedade.

Leia mais...

Crônica - A Zona Eleitoral

Arthur Maciel
arthurmaciel@limao.com.br

- Povo da minha terra, que me ouve agora, aqui, neste exato momento deste dia de hoje! - grita pleonasticamente ao microfone o candidato a vereador de uma pequena cidade ao introduzir sua fala. É manhã de sábado e o povo passa para a feira em meio aos cavalos, porcos e galinhas.

Não àqueles que se esgoelam nos palanques, mas entre os animais de verdade, que estão à venda. Se bem que os cavalos, porcos e galinhas que falam ao povo também estão à venda. Pelo menos é o que parece. Eles se autopromovem para um pequeno grupo de gatos pingados, trazidos por eles mesmos de seus redutos, e para os transeuntes que aparentam se interessar muito mais pelos cavalos, porcos e galinhas da feira do que por aqueles que relincham, grunhem e cacarejam do alto do palco armado na praça

O locutor diz os nomes e os números dos candidatos como quem lista os preços dos produtos do mercado: Zé do Açougue 35222, Pescoço bovino 1.99 o quilo. A carne é de terceira e os políticos, de quinta! Os discursos, se é que assim podem ser chamados, seguem um mesmo roteiro: votem em mim / sou honesto / votem em mim. Um ou outro mais falante foge à regra e faz diferente: promete coisas que até ele mesmo duvida que possa realizar! Mas ninguém questiona, só aplaude. Em política, ajoelhou tem que rezar...para que eles não sejam eleitos, suponho.

A opção de um eleitor por um candidato é de uma lógica muito simplória, quase franciscana! Por aqui, fatores econômicos e emocionais é que pesam na hora da decisão. Se o postulante dá dinheiro mas não agrada, ele torra seus bens e não vence a disputa. Do mesmo modo, se ele faz o coração feliz mas deixa o bolso triste, continua passível de derrota. Não importa se é cavalo, se é porco ou se é galinha. Sendo simpático e gastador ele tem vitória quase certa, ainda que depois o sorriso desapareça e a gastança continue, mas com o dinheiro de outros animais: das antas e dos burros que o elegeram!

A democracia, iluminada pela esperança e aquecida pela fé, como dizia o talvez ingênuo Ulysses Guimarães, é consumada com a apuração dos votos. Tarde da noite, segue uma carreata pelas ruas da cidade composta rigorosamente de um carro-de-som, uma caminhonete com o prefeito eleito em cima e o povo que, correndo eufórico na frente, mostra que foi feita a sua vontade.

Onde a festa acaba? Para o candidato vitorioso, em um almoço no dia seguinte com as autoridades locais. Para o povo, em uma ressaca daquelas e numa brusca retomada da dura rotina que havia sido deixada de lado com a empolgação da campanha. As pessoas acabam esquecendo das obrigações do dia-a-dia devido ao calor da eleição e depois não lembram de cobrar as promessas da eleição por causa das agitações do dia-a-dia!

A lógica franciscana da campanha eleitoral é a mesma nos quatro anos de mandato dos eleitos. Mas a relação deles com os eleitores vai ficando cada vez menos santa, afinal eles não precisam de votos, pelos menos por enquanto, e então passam pelo que eu chamo de Síndrome da Inculpabilidade: o político começa a transferir para os outros a responsabilidade sobre sua pífia atuação.

É aquela velha estória (com “e” mesmo) do Legislativo que sempre depende do Executivo para ter seus projetos executados...e assim eles vão saindo pela tangente, pelo seno e pelo cosseno com a mesma desculpa! É como se as “excelências pouco excelentes” combinassem, além das benevolências recíprocas, as justificativas furadas que vão dar à sociedade.

A cena final e mais marcante deste filme, que o leitor tem a estranha sensação de já ter visto um dia, é que aqueles que corriam eufóricos na dianteira das carreatas depois parecem continuar correndo, mas de medo do tal “sistema democrático” que descasca, usa e então joga fora. A política virou um instrumento de prostituição da cidadania. O Brasil é uma gigantesca ZONA eleitoral no seu mais lamentável sentido.

*Arthur Maciel é cronista pernambucano, natural do município de Escada.

Os novos prefeitos e as escolhas para secretarias


Depois da vitória, vamos ao trabalho. E quem pensa que os novos prefeitos de Petrolina e Juazeiro estão dormindo no ponto se engana.
A pauta agora é a montagem dos cargos de primeiro escalão. Quem assume o quê. De quem é a secretaria “X” e com quem fica a secretaria “Y”.

Ainda em segredo para uns e abertamente para outros os acordos vão sendo construído pensando em acomodar um monte de gente. E que gente. Até porque ninguém se elege só. Um “exercito” de “soldadinhos”, “cabos”, “tenentes” e até “coronéis” trabalharam arduamente durante a campanha por amor a obra, como todos sabem. (!) E agora é o momento do “cadê minha parte”.

E como o prefeito não pode administrar sozinho... é aí que começa a confusão. A briga de egos e poder está sempre posta à mesa. Afinal, são tantos indicados capazes ou não.... Fora o fato de que secretário também é midiático e dá audiência, sobretudo em rádio.

Este é o momento de jantar com uns, tomar café com outros, estruturar o tal plano de governo que faz parte de um projeto político muito maior do que os nossos olhos podem ver.

E mais, o que não vai faltar por aqui é trabalho. Em Petrolina talvez um pouco menos. Em Juazeiro até muito mais. O prefeito Odacy Amorim diz que o novo prefeito vai encontrar um caixa ajustado e verba até 8 meses. Se assim o for, a nova gestão precisa, possivelmente, continuar os projetos em andamento.

Do outro lado da ponte é preciso fazer uma varredura daquelas que nem mesmo Jânio Quadros, se vivo fosse, teria vassoura suficiente para emprestar a nova equipe.

Os prefeitos e suas equipes sabem (e muito) que tudo que for feito deverá seguir o discurso pregado durante toda a campanha. Afinal, eleições municipais acontecem de 4 em 4 anos. E ambos estão entrando na cova dos leões pela primeira vez. O resultado do primeiro mandato é a certidão autenticada ou não para uma renovação.

Uma coisa é certa. Ninguém é vitalício. E quem define as eleições (felizmente) ainda é o povo.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Como os novos prefeitos vão administrar?



Pensando no coletivo (pelo menos deveriam). Procurando secretários que tenham visão e projetos técnicos e que entendam ( e muito) de administração publica.

O secretário deve ter perfil político? Sim. Isso ajuda. Agora não confundir perfil político com visão política partidária. Isso é outra coisa. Amanhã, ele também será candidato (muitos tentaram, poucos conseguiram...) e aí tudo vai de rio abaixo.

Como atender as demandas partidárias? Mandando todos passarem amanhã. Afinal, prefeito vai administrar para o povo (pelo menos deveria). Só que a cadeira de prefeito será ocupada pelos pares ou pela oposição no outro mandato. Pensa que é fácil?

E o que deve ser prioritário na gestão? As pessoas. Isso quer dizer: saneamento básico, escola com atividade além das aulas do calendário, posto de saúde com médicos e remédios. Ruas asfaltadas, segurança publica...

Fazer um trabalho de prevenção tanto na saúde como na área social. Trabalhar com conselhos comunitários (com entidades legitimadas e não pelegas). Atuar com ações culturais que não sejam apenas shows e cachaça e investir muito mais em esporte, atividades recreativas e lúdicas, teatro, cinema... tantos outros.

Sabem onde fica este município? Também não. Se encontrarem gestão parecida com estas descrições acima, avisem ao blog.

Quem define as eleições municipais?



Os munícipes. Estas pessoas que pagam impostos, atravessam canal a céu-aberto, percorrem ruas esburacadas e enfrentam filas quilométricas para ser atendidas no Posto de Saúde do bairro.

Pessoas que acreditam no discurso dos vereadores (“mo numo...é...”; “quero trabalhar “pa” melhorar a educação... o povo que não tem nada”).

Pessoas que imaginam que seus candidatos vão cumprir o que dizem e que quando chegarem a Câmara de Vereadores vão desenvolver projetos em prol da coletividade. Exemplos: nome de ruas, dia disso, dia daquilo, medalha pra um, honra ao mérito pra outro.

O vereador deveria estar junto do seu bairro, da sua comunidade e legislando para melhor atender a demanda dessas localidades. E como isso não acontece? É simples: o por amor ao povo é trocado pelo “por amor ao bolso”.

Duvida? Vá até as Câmaras de vereadores de Petrolina e Juazeiro e procure os projetos elaborados pelos vereadores.

A reforma política em nível de Brasil vai sair... eu creio.

domingo, 12 de outubro de 2008

Poesia

O Meu Guri
Chico Buarque

Quando, seu moço
Nasceu meu rebento
Não era o momento
Dele rebentar

Já foi nascendo
Com cara de fome
E eu não tinha nem nome
Prá lhe dar

Como fui levando
Não sei lhe explicar
Fui assim levando
Ele a me levar
E na sua meninice
Ele um dia me disse
Que chegava lá

Olha aí! Olha aí!Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!É o meu guri e ele chega!
Chega suado
E veloz do batente
Traz sempre um presente
Prá me encabular
Tanta corrente de ouro
Seu moço!
Que haja pescoço
Prá enfiar

Me trouxe uma bolsa
Já com tudo dentro
Chave, caderneta
Terço e patuá
Um lenço e uma penca
De documentos
Prá finalmente
Eu me identificar

Olha aí!Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!
Chega no morro
Com carregamento
Pulseira, cimento
Relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar
Cá no alto
Essa onda de assaltos
Tá um horror
Eu consolo ele

Ele me consola
Boto ele no colo
Prá ele me ninar
De repente acordo
Olho pro lado
E o danado já foi trabalhar

Olha aí!Olha aí!
Ai o meu guri, olha aí!
Olha aí!
É o meu guri e ele chega!

Chega estampado
Manchete, retrato
Com venda nos olhos
Legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente
Seu moço!
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato
Acho que tá rindo
Acho que tá lindo
De papo pro ar
Desde o começo eu não disse
Seu moço!
Ele disse que chegava lá
Olha aí! Olha aí!
Olha aí!Ai o meu guri, olha aí
Olha aí! É o meu guri!...

sábado, 11 de outubro de 2008

A "caça" do diploma de jornalista

Perguntas que precisam ser respondidas:

1) Quem tem interesse com a não regulamentação do diploma de jornalista?

2) Por que as empresas de comunicação, a imprensa hegemônica, deseja tanto "caçar" nosso diploma?

3) Se qualquer pessoa pode ser jornalista, qualquer pessoa também pode ser advogado, médico, psicologo?

4) Sem a exigência do diploma o que faremos com o curso de Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo?

Quem souber as respostas, o blog está a disposição...

Ainda sobre a retirada do diploma do jornalista

Leia também:

Entidades patronais deixam grupo que discute regulamentação da profissão

Brasileiros defendem diploma para jornalistas

Boechat, Miro Teixeira, Kfouri e Bucci comentam pesquisa da Fenaj

Governo sugere realização de consulta pública sobre regulamentação

PL permite jornalista sem graduação na área

Audiência pública debate regulamentação da profissão de jornalista

Entidades indicam nomes para discutir regulamentação do jornalismo

Com posições já manifestadas, STF pode derrubar exigência do diploma

Da redação do Comunique-se

Dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que vão julgar recurso extraordinário do Ministério Público Federal que questiona o diploma para jornalista, seis já se manifestaram, de uma forma ou de outra, contra a exigência de formação para profissionais de imprensa. Se eles mantiverem posição contrária ao diploma, o número pode decidir o julgamento, marcado para este segundo semestre.

Reportagem do site Congresso em Foco chama a atenção para o fato de alguns dos ministros já terem sinalizado opinião a respeito do tema. O presidente do STF, Gilmar Mendes, está entre eles.

Há dois anos, uma medida cautelar relatada por Gilmar Mendes, na 2ª Turma do STF, permitiu que pessoas sem diploma continuassem a exercer o jornalismo. Cezar Peluso, Celso de Mello e Joaquim Barbosa referendaram a posição de Gilmar.

Eros Grau e Ricardo Lewandowski não participaram da análise do recurso, mas declararam que não se deveria exigir formação específica para jornalistas já que, na opinião deles, o exercício profissional não dependeria de conhecimentos específicos.

No entanto, se depender da atuação da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), a obrigatoriedade do diploma pode ser definitiva. Pesquisa de opinião realizada pela Fenaj/Sensus revelou que 74,3% dos dois mil entrevistados em território nacional disseram ser a favor do diploma, contra 13,9% que defendem a atuação jornalística sem o documento. O presidente da entidade, Sérgio Murillo, prometeu entregar cópias da pesquisa aos 11 ministros do STF.

O Congresso em Foco lembra a possibilidade de flexibilização da questão, já que tanto o Legislativo, com o Projeto de Lei do deputado federal Celso Russomano, como no Executivo, com o grupo formado pelo Ministério do Trabalho para discutir a regulamentação profissional, o assunto está em pauta.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Tempo...

Caros blogautas...

Estou envolvida num projeto e por isso não estou postando essa semana....

Agradeço pelo carinho de todos... e aguardem porque vem coisas por aí...

Ainda eleições...



terça-feira, 7 de outubro de 2008

Fato pitoresco (e absurdo) da eleição - 3

Pois não é que o homem voltou!!!

Existem umas coisas no Brasil que nenhuma análise sociológica dá conta de explicar.
Exemplos? Depois de tudo que aconteceu envolvendo José Dirceu à presidência da República e o PT ele ainda tem força (e que força) dentro do partido.

Apóia e desapoia quem quer que seja politicamente e ainda se mantem bem articulado entre seus pares e midiaticamente através do instrumento blog.
Outra aberração cromossômica é a volta do deputado federal e ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP), numa gestão municipal.
Três anos após renunciar ao mandato para não ser cassado, em função do escândalo do “mensalinho” o qual ele foi acusado de receber dinheiro para prorrogar a concessão de um restaurante na Câmara, Severino foi eleito ontem (05/10/08) prefeito de João Alfredo, no Agreste de Pernambuco.

Na cidade, dos 16.501 votos válidos, 8.632 (52,31%) foram para o candidato “mensalinho”. Enquanto isso, Sebastião dos Santos (PSDB), que já foi prefeito por quatro vezes, teve 7.869 dos votos (47,69%), quase chega lá... mas agora, vai ver navio, ou melhor, ver gado no pasto.
E o pior!!! Durante a campanha, Severino eloquentemente espalhou em versos, prosas, comícios, cartazes e tudo mais o apoio amplo e irrestrito do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) e também do governador Eduardo Campos (PSB).

Para quem tava na função de suplente (em 2006 ele se candidatou novamente a deputado federal e ficou na segunda suplência) nada como assumir uma prefeitura que já é conhecida de velhas datas (ele já foi prefeito de João Alfredo entre 1964-66, pela UDN...não era nem nascida...).

Portanto, com a experiência que adquiriu a frente da Câmara Federal e com o apoio das forças políticas que ele pregou em campanha, com certeza o irmão siamês de Fernandinho Beira Mar não terá nenhuma dificuldade em administrar as finanças da prefeitura de João Alfredo.

Absurdo? Vá dizer ao povo que votou nele...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Fatos pitorescos da eleição 2

Cartaz lançamento da campanha/2008


Não dá para nomear e apresentar todos os fatos pitorescos dessa eleição. São várias cidades e fica meio complicado. Mas, podemos pelo menos, citar alguns que são hilários e vão ficar na história dos TREs.

Vamos aos exemplos: a cantora e atriz de filme pornô Gretchen (PPS) queria virar a prefeitura de Itamaracá de cabeça pra baixo. Resultado: conseguiu dançar muito bem no pleito. Teve uma votação “expressiva” de 343 (2,85%) votos do total de 12.026 votos válidos.

Vai precisar rebolar muito ainda, não vai? Bum...bum..bum...

Fatos pitorescos da eleição 1


Sempre falo para meus alunos e amigos de Juazeiro e Petrolina que nada me espanta na região do ponto vista bizarro quando já vi tudo e qualquer absurdo acontecer em Jaboatão dos Guararapes/PE (depois do Recife o maior colégio eleitoral).

A prova disso, são os registros dos candidatos a vereadores, só pra citar alguns. Vejam os exemplos:

Biu do Posto - PSB
Pessoa - PMN
Severino do Almoço - PSDC
Samoel da Sorveteria – PT do B
Léo do Pão e Água – PT
Juca da Laje – PPS
Irma Joselia da Sopa – PTC
Lula do Povo – PSDC
K-Chito – DEM
To – PTN
Roseli Cobradora – PSDC
Madá – PRB
Professor Lula Pra Valer – PMN


Fonte: TRE-Jaboatão do Guararapes

Fato novo: mudanças no rumo da campanha


Longe de fazer uma análise mais profunda de todo o percurso eleitoral, é preciso pontuar alguns itens que podem ter contribuído para o resultado das urnas em Petrolina:

- o desgaste da convenção do partido PSB (o bate-chapa);
- arrogância na postura do então candidato Gonzaga Patriota;
- ausência do apoio de Fernando Bezerra Coelho;
- nada a declarar de concreto do aprendiz de política, Julio Lossio.

Tudo isso junto a uma estratégia marketeira mal pontuada pode ter contribuído, e muito, para o resultado do pleito. No entanto, um elemento dissonante no cenário eleitoral foi apresentando ao eleitor uma semana antes da votação: o outdoor “Odacy, eu gostaria de votar em você!”

Do ponto de vista publicitário a peça foi um elemento exaltador, revolucionário, singular, mas de um impacto incalculável, no primeiro momento. Tudo foi pensando estrategicamente: o ponto de exposição (Av. Ângelo Sampaio); os elementos semióticos, sobretudo às cores, e o tratamento aplicado ao texto.

Pode-se dizer que este fato novo remexeu o ego de muitos eleitores a ponto de se fazer uma nova leitura sobre o cenário político. Pessoas indecisas, machucadas, chateadas... absolveram a ação como resposta as suas ansiedades e se conectaram a linha de comunicação estabelecida pela campanha de Julio Lossio. Este era o propósito.

A publicidade nesse contexto, especificamente a peça outdoor, foi de uma “sacada” inovadora que trouxe à baila um novo desenho sobre o que poderia ser o resultado das urnas. E o que de fato se concretizou através dos votos brancos e nulos.

Em toda eleição, podemos fazer projeções, estratégias e caminhos que levem a vitória. No entanto, algumas coisas são primordiais na trajetória da campanha: uma imagem aglutinadora, um histórico pessoal ilibado, pouco ou quase nenhum conflito no inicio da campanha e uma caminhada segura durante todo o percurso.

Com tudo isso nada garante o conquista do pleito, no entanto aumenta as possibilidades. Agora, um fato novo numa reta final de campanha, pode e faz uma grande diferença nas urnas. A prova disso foi a margem de votos que separou o 1º lugar, Julio Lossio, 73.252, (59,54%) do 2º candidato, Gonzaga Patriota, 46.752, (38,0%).

Depois do processo é bom fazer uma reflexão. Afinal, as eleições acontecem de 2 em 2 anos.

domingo, 5 de outubro de 2008

Saudade dos candidatos...


Só pra gente rir


Sandálias lindas...





Gente,

Minha amiga Josi 'produziu' estas sandálias e eu achei fantástica... tudo a ver com o verão de Petrolina, Juazeiro e do Recife, claro...

Encomendas pelo fone 81.8855.4858 ou por e-mail jipsobral@hotmail.com

Oh! To ganhando nada não... é só pra dar uma força mesmo, ok?

Poesia

Olá amigas e amigos, sem dúvida, hoje chamados de eleitores...

No cardápio mal digerido de tantos candidatos, de tantas mazelas por baixo da nossa real democracia, reitero duas receitas de feijoada (a de Drummond eu não conhecia...). Prato menos indigesto que a obrigatoriedade de se votar e verificar que as coisas são feitas para continuar como estão... ou mudanças de acompanhamentos (talvez o espinafre no lugar da couve?!).

Inté

Bet


Feijoada é Assim
Carlos Drummond de Andrade

Uma velha e perfeita cozinheira a quem pedi a fórmula sagrada
Da feijoada à mineira,
Mandou-ma.
Ei-la: "Receita de feijoada –Tome coisa de um litro de feijão
Preto, novo, sem bicho,
E, depois de catado com capricho,
Jogue no caldeirão.
(Com feijão que não seja preto é à toatentar fazer feijoada.
E se teimar, não cuide que sai boa;Sai não valendo nada.)

Quando estiver o caldeirão fervendo
Ou antes, deite o sal,
As mãos de porco, orelhas e, querendo,
Focinhos e rabo; isto (está claro) tendo,
Porque não tendo é o mesmo, não faz mal.

Se, além desses preparos, deitar nela
Linguiça e mais um osso de presunto,
Só o cheiro da panela
Faz crescer água à boca de um defunto.
Eu já ia me esquecendo (que memória)
Da carne seca e da couve.
Feijoadas sem elas, qual!
É a história…
Não há nem nunca houve.

Depois de tudo bem cozido, a ponto,
Machuque bem um pouco do feijão
E pronto.
Mas machuque só a parte que senão,
Em vez de feijoada sai pirão.
Eis, aí está o prato preparado…
Minto: falta ainda o molho
Que embora simples é o segredo o escolho
De muito bom guisado.
O molho faz-se com vinagre, ou então,
(Para sair a coisa mais completa)com suco de limão
e bastante pimenta malagueta.
Sal, ponha quantum satis.
Não vai ao fogo nem ligeiramente,
Exceto se levar também tomates,
Cebola, ou outro que tal ingrediente.

Com a feijoada, a clássica, a mineira
É compulsório o uso da farinha.
Como bebida, um trago de caninha.
Há quem regue o vinho; mas é asneira.
Quanto à caninha fala-se
Ou não se fale, a mim é indiferente.
Eu tenho a firme opinião que um cálice
Nenhum mal faz à gente."

ANDRADE, Carlos Drummond de (org.). Brasil Terra e Alma; Minas Gerais

Perguntas que não querem calar

Eleitor não pode circular com carro adesivado. Como é que os militantes vão arrancar o plástico dos carros envelopados tão rapidamente?

Uma camisa sozinha não faz zoada. Mas, como ficam as muitas camisas da mesma cor em pontos estratégicos?

Como é que os tais boca-de-urna vão receber os ‘envelopes’ pela participação no pleito?

sábado, 4 de outubro de 2008

Só pra não perder o humor


Depois do debate a fritura do mediador


O que rola na cidade de Petrolina ainda é o ti-ti-ti sobre o mediador da TV Grande Rio no debate, realizado na quinta, 02/10/08, com os candidatos à prefeitura.

Não é a primeira vez que isso acontece. Em 2004 a sofredora foi a TV São Francisco que trouxe um repórter experiente com nome em nível nacional e o coitado bobiou um bocado na hora de fazer perguntas e chamar o candidato pelo nome correto.

O desastre desse ano ficou com a TV Grande Rio que importou (de goela abaixo já que a indicação é determinada pela cabeça de rede) um profissional muito bom em termos de cobertura nacional, quando gravada, e que se perdeu na condução das perguntas e regras do debate.

Suas falhas foram visíveis aos telespectadores, inocentes do ponto de vista de conhecimento de técnicas de TV, mas conscientes de que o mediador estava perdido, tipo cego em tiroteio.

Com todo respeito ao repórter, isso é a prova cabal de que poderíamos ter contado com a participação de profissionais da casa, a exemplo da própria Wanda Torres que é um show em apresentação.

Sabemos também que a TV filiada tem que cumprir a risca a indicação da rede, no entanto, esperamos que o episódio sirva de exemplo para que a emissora reflita que cada cidade tem sua peculiaridade, suas características e que homogeneizar a formatação pode não o ser o melhor caminho para uma boa televisão.

Ta dado o recado.

Boca-de-urna e a mala do dinheiro 2


Parece mesmo que não há limites quando o assunto é ganhar as eleições na força do poder financeiro.

Tanto assim, que a tão negada boca-de-urna está sendo conduzida com muita tranqüilidade pelos coordenadores de campanha sem que isso fique caracterizado como tal.

Este é o momento de aferir a relação dos “soldados eleitorais” que vão participar da “investida”. Nessa hora, pode haver problemas nos pontos de apoio, as chamadas “guaritas” que ficam mapeadas de acordo com a geografia do voto. Na ausência de alguns desses soldados é necessário, imediatamente, ir a caça de novos “voluntários” para a boca-de-urna.

É o momento também de barganhar sobre os tais “soldados” oferecendo além do já combinado valor monetário um acréscimo para lanche, disponibilização de gasolina, convênios outros...e a depender da importância do reduto eleitoral se oferece empregos ou cargos na gestão futura.

A logística envolve não apenas a campanha majoritária, mas passa também pela área dos vereadores. A depender da importância da representação na Câmara para aprovação de projetos “especiais” para determinados grupos, o “banco financiador” derrama (esse termo é ótimo!!!) o dinheiro na campanha, especificamente, neste último dia para emitir a fatura lá pra janeiro de 2009. Depois da posse.

Com toda estratégia montada chega a tão esperada mala do dinheiro. O “quartel general”, antes funcionando nos escritórios políticos, sai desse espaço para ocupar salas em prédios, ou agencias de publicidades ou até mesmo nas residências dos marketeiros de plantão (aqui são considerados os principais coordenadores da campanha).

Esse é um momento delicado, perigoso e estratégico. Tão estratégico que qualquer semelhança com o processo organizacional do sistema criminoso montado pelos narcotraficantes Juan Carlos Abadia e Fernandinho Beira Mar não é coincidência.

Afinal, estamos falando de uma grande mala cheia de dinheiro em cédulas de R$ 10,00 e R$ 50,00 para facilitar o troco! Uma relação com nomes de pessoas por área geográfica do voto e a quantidade que cada uma deverá receber.

A estratégia contempla horário para entrega do ‘envelope’ e os pontos de comando. De hoje até amanhã, 05/10/08, o movimento dessa logística é algo tão impressionante que nem o diretor de cinema, Steven Spilberg, se atreveria a fazer um roteiro semelhante.

E como curar este câncer da campanha?

Possivelmente só mesmo com uma reforma política que contemple uma outra formatação para as eleições no Brasil.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Essa é bombástica

Acabei de receber uma ligação (16h31) informando que a Policia Federal está em Afrânio (110km de Petrolina) para prender o atual prefeito Adalberto Cavalcanti.

Motivo: compra de votos.

Só pra se ter uma idéia, ele (Adalberto) chegou a comentar com um prefeito da região que pagaria R$ 300,00 por voto.

O resto vocês vão saber amanhã pelas rádios e jornais. A coisa pegou fogo.

Debate Petrolina-PE



Debate - TV Grande Rio - afiliada Rede Globo Nordeste

De um lado, ausência de propostas, lero-lero e disse-me-disse, exposição não permitida de documentos e ações desesperadoras.

Do outro lado, formatação engessada, discurso bem preparado, afiado com as orientações do marketing eleitoreiro e um semblante de quem sabe o que diz mas não tem idéia do que pode acontecer depois.

Em outro contexto, um discurso ideológico, sem mais representação na atual conjuntura política e uma possível costura para numa próxima oportunidade concorrer a uma vaga na Câmara de Vereadores.

No meio da história, um profissional “importado” da cabeça de rede (Globo) que tentou e quase conseguiu mediar o debate.

Quem ganhou? Domingo a noite saberemos.

Debate Juazeiro-BA

Debate TV São Francisco - afiliada TV Bahia

Um conjunto político de quatro pessoas que na reta final da campanha se juntaram contra um candidato.

Na 1ª vitrine um poeta eloqüente, rouco do percurso político, com um discurso enfático e seguro de quem já governou em épocas passadas e pode ficar na história com poucas ações realizadas na cidade.

Já na 2ª vitrine um personagem artístico de fazer inveja a qualquer ator veterano. A incorporação de uma retórica beirando o desespero do vale tudo para continuar no poder foi apresentada de forma exemplar.

Para compor o cenário, duas figuras contempladoras de eloqüências em suas narrativas. Uma quer se assemelhar de toda forma ao presidente da República. Afinal, Lula veio debaixo....o candidato também. Lula nasceu pobre... o candidato também... É de fazer chorar.

O outro, fazendo o jogo do herói dos oprimidos, busca uma marcação de território para um cargo de deputado estadual em 2010.

Ainda perdido nesse contexto, faz parte também da arena uma personagem que ainda não conheceu os ditames midiáticos que fazem de um homem público um produto vendável ou não.

A única candidata mulher do processo eleitoral preferiu se recolher em seu lar e desfrutar de um grande espetáculo onde as peças do jogo foram aglutinadas entre 4 X 1.

O resultado? Domingo a noite todos saberemos.

Severino Cavalcanti: o retorno

Foto: Divulgação


O ex-deputado federal Severino Cavalcanti (PP) não renunciou ao mandato, há três anos, para fugir da cassação em função do seu (dele) envolvimento direto no escândalo do mensalinho?

Como pode, hoje, esta mesma figura emblemática concorrer à prefeitura de João Alfredo (quase 106 quilômetros do Recife) e ainda ter o apoio do presidente Lula e do governador Eduardo Campos (PSB)?

Depois de todo esse lamaçal de roubalheira este homem conseguir se eleger é mesmo digno de uma análise sociopatologica.

Consolidar a volta de Severino Cavalcanti como prefeito de um município é não pensar nas conseqüências dessa tragédia que serão piores que o furacão Katrina e a tempestade na China.

Finalmente, que democracia é essa que estamos construindo?

Boca-de-urna e a mala do dinheiro 1



Boca-de-urna e a mala do dinheiro? Explica-se. Em tempo de eleição a prática da “boca-de-urna”, proibida por Lei, mas legitimada na surdina dos escritórios políticos dá o tom do investimento financeiro ou não da campanha majoritária.

Considera-se sempre a “boca-de-urna” a movimentação de pessoas caracterizadas com adereços do candidato ou partido como camisa, bottom, santinhos, bonés, outros, que estão aglomeradas próximas às zonas eleitorais abordando e distribuindo propaganda do candidato para os eleitores indecisos.

Assim sendo, este artifício, negado veementemente por todos os candidatos e marketeiros de plantão é planejado desde os primórdios rascunhos orçamentários da campanha eleitoral visando o custo financeiro da ação do “marketing de guerrilha”.

Isto porque para arregimentar este ‘exercito de soldados’ é necessário uma verba pomposa e generosa de um ‘financiador’ de campanha que entenda como importante esta estratégia para assegura, pelo menos, o voto do ‘soldado eleitoral’.

Valendo-se da possibilidade de bons desempenhos durante o percurso da campanha, a estratégia já contempla um número X de “soldados eleitorais” que vão receber no dia da eleição, a depender do “banco financiador”, um valor que poderá oscilar entre R$ 35,00 a R$ 60,00 por pessoa.

O processo, totalmente ilícito, é feito em todas as eleições e planejado de forma a não deixar rastro nas ações. A logística da execução do plano que envolve poucas pessoas de extrema confiança da equipe do candidato passa necessariamente por uma aquisição de verba em espécie.

É aí que entra a tão falada mala do dinheiro. Isso porque o volume de aplicação e distribuição da quantia não poderia passar por uma conta bancaria, haja vista que a mesma estaria sujeita a controle, tipo imposto de renda.

Outro fator negativo também para operação, via banco, é a existência de provas. Alguém depositou dinheiro. Alguém sacou dinheiro. Alguém distribuiu dinheiro.

Ilegalidade à parte, a prática da tão famosa boca-de-urna é a prova cabal que pouco se avançou em termos de eleições democráticas nesse país e muito mais se consolidou o poder nas mãos de quem tem o domínio financeiro.

Além disso, se instituiu uma impunidade velada diante de fatos que muitas autoridades chegam a dizer, “não temos como provar tal ato” e, no entanto o caixa 2 há muito tempo, já foi assumido como uma prática corriqueira das nossas eleições.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Perpetuação do poder 2

Av. Angelo Sampaio - prox. Shopping River Foto: Blog Teresa

Minha caixa de entrada do e-mail terezaleonel@gmail.com recebeu uma série de comentários sobre o texto postado dia 29/09/08 referente ao outdoor acima (ver post Perpetuação do poder).

O que acho interessante é que as pessoas não comentam aqui, mas passam direto para e-mail. Sem problemas, até porque este é um dos caminhos também. A questão é que quando o número de comentários é grande, fico sem tempo para recolocar os textos aqui.

Mesmo assim, peguei um dos comentários, o de Ana Cláudia, como exemplo.

“Cara Teresa,
Percebo, pelo meu olhar “clínico” que algo me diz que o outdoor proposital tem a ver com a campanha brilhante do médico Julio Lossio e da negação, creio eu, do então secretário Fernando Bezerra Coelho em apoiar o candidato Gonzaga Patriota.

Coisa de Coelho mesmo, tipo: quero um Coelho no poder, seja do meu lado ou não. Antes uma pessoa que tenha apoio de um Coelho do que um forasteiro que assuma a cidade.

Penso que Petrolina ainda está nos tempos dos currais...

Ana Cláudia”

Eco do fascismo 1

Gente,
Recebi da minha amiga Bet Moreira o texto O eco do fascismo de Sebastião Nery publicado na Tribuna da Imprensa on line.

Uma boa reflexão para os momentos de mudanças.

O eco do fascismo

Sebastião Nery publicado na Tribuna da Imprensa on line
Dia 30/09/08

Dizem que os incas andaram por lá antes. Mas quem viu primeiro e contou foi frei Tomás de Berlanga, em 1534. Viajando do Panamá para o Peru, correntes marítimas arrastaram seu barco até as ilhas. Os marinheiros desceram para pegar água e comida. Muitos morreram.

O frade escreveu para Carlos V, rei da Espanha, sobre o arquipélago de 7.844 km2, no meio do Pacífico, a mil quilômetros da costa do Equador, que chamou de "Colón", em homenagem a Colombo, que havia acabado de descobrir a América. E falou sobre as "tartarugas gigantes" ("galápagos").

Durante dois séculos as Ilhas Encantadas, sem população local, foram refúgio de piratas, que de lá atacavam os portos coloniais espanhóis. Calcula-se que 100 mil tartarugas foram levadas vivas para serem comidas aos poucos. Bem mais ao sul, ficavam as Ilhas de Juan Fernandez, onde foi deixado, e viveu muitos anos totalmente sozinho, Alexander Selkirk, em cuja história Daniel Defoe se inspirou para criar o imortal Robinson Crusoe.

Galápagos

Em 1793, o inglês James Colnett começou a explorar Galápagos, atrás de baleias, peles de focas e tartarugas. No começo do século 19, os americanos atacaram a frota baleeira inglesa e deixaram lá cabras, que alteraram a ecologia das ilhas. Em 1832, afinal, o Equador assumiu as ilhas.

O mais importante aconteceu dois anos depois. Charles Darwin vinha dando uma volta ao mundo numa expedição do navio inglês Beagle, que já havia passado por Nova Zelândia, Austrália, Cabo Verde, Bahia, Rio de Janeiro (até Macaé), Malvinas, Patagônia, Terra do Fogo, Chile, Peru. E desembarcou nas Galápagos, onde suas pesquisas biológicas avançaram até a publicação, em 1859 (morreu em 1882), de "A origem das espécies".

Um primo de Darwin, Francis Galton, criou a expressão "eugenia" ("ciência que estuda a melhoria da raça humana, através do controle da reprodução"), associou-se ao biólogo Julian Huxley, irmão do escritor Aldous Huxley, e outros na Fundação Charles Darwin, na Sociedade Britânica de Eugenia e depois, em 1948, na IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). Tudo aparentemente cientÍfico e generoso.

A WWF

Da IUCN nasceu, na Suíça, a WWF (Fundação para a Conservação da Natureza). Galton: "Eugenia é a ciência da melhoria do fundo genético da raça humana através do melhor cruzamento. É o estudo das instituições de controle social, que podem melhorar as qualidades raciais".

Outro sócio deles, Madison Grant, milionário americano, autor de "A passagem para a grande raça": "A eugenia é uma solução prática, piedosa e inevitável de todo o problema". Hitler escreveu: "Este livro é minha bíblia". Charles Mathias havia passado pela Alemanha e informado: "O trabalho de vocês tem desempenhado grande papel na formação da opinião dos intelectuais que estão por trás de Hitler em seu projeto".

O diretor da Eugenics Society, Paton Blaker, fez em 1951 "informe sobre as experiências realizadas pelos médicos nazistas em seres humanos vivos para desenvolver um método econômico de esterilização massiva".

O colonialismo inglês havia "encontrado na eugenia, na superioridade branca e na inferioridade dos povos colonizados a justificação moral da dominação e do controle global dos recursos e fontes de matérias-primas".

ONGs

Quem financiava (e financia) essas ONGs? O Clube dos 1001, uma sociedade mais ou menos secreta, só de milionários e bilionários: a Fundação Rockfeller, ligada primeiro à "eugenia", depois ao "controle populacional"; o piloto norte-americano pró-nazistas Charles Lindberg; o presidente do Banco Mundial Maynard Keynes; a Fundação Ford (criada por Henry Ford, cuja inspiração para a "Mein kampf" Hitler agradeceu).

E mais: o príncipe Bernardo da Holanda, que foi nazista, membro das SS Motorizadas, como ficou comprovado em Nuremberg, e cuja filha, a rainha Beatriz, se casou com o alemão Claus, do exército de Hitler, que entrou na Itália comandando a 90ª divisão panzer de tanques nazistas; o secretário de Estado americano Robert McNamara; o ex-ditador do Zaire Mobutu Seko; Daniel Ludwig, do Projeto Jari; Gordon Moore, da Intel; Ted Turner, ex da CNN, com os maiores rebanhos de búfalo no mundo, etc.

Amazônia

Todos eles, e muita gente mais, desaguam no Greenpeace. É uma cadeia só: a Eugenics, a IUCN, a WWF, o Greenpeace, a "mentira verde", que estão por trás de milhares de ONGs internacionais e nacionais.

Elas usam os índios e outras comunidades no mundo inteiro, sobretudo na América Latina, para "quebrar a soberania dos países e abrir as portas da intervenção internacional". Como na Amazônia, na Raposa Terra do Sol.

Toda essa história, que aqui resumi, está em um livro fascinante e indispensável, "Eco-fascismo - As internacionais ecológicas e as soberanias nacionais" (Editorial Planeta, de Buenos Aires), do jornalista, ensaísta e pesquisador argentino Jorge Orduna, que viveu na França, Equador, Peru, Bolívia e desmascara as ONGs, os novos exércitos do novo colonialismo. Outro livro excelente dele é "ONGs, as mentiras da ajuda".

Recife visto de perto

Foto: Divulgação


Por Lidiane Araújo*


A capital do estado de Pernambuco, o Recife, é uma cidade que guarda grandes riquezas histórico-culturais e belas praias urbanas, que contrastam com o descaso das autoridades.

É o belo histórico imponente, enevoado pelo sombrio abandono, uma cidade fétida e com problemas da infra-estrutura, que se reinventa através de suas diversidades culturais.

Conhecida como a Veneza brasileira, entrecortada por diversos rios e pontes, é dona de uma imensa beleza onde o antigo e o novo convivem harmonicamente.

A impressão de quem vai ao Recife pela primeira vez são diversas, que se emanam entre a admiração e o medo, que impedem uma entrega total nos passeios a lugares históricos, muitas vezes, são olhares preconceituosos que não se permitem conhecer de fato a essência do lugar com tudo que ele tem a oferecer.

O medo toma conta de seus visitantes, são medos diversos, lendários. De tubarões da linda praia tropical de Boa Viagem, de assaltos no Recife Antigo e nas andanças pela cidade. É uma contemplação "defensiva".

A noite se perde entre o brilho das estrelas e o encanto do maracatu. Andar pelo Recife antigo é como fazer um passeio em um passado sofrido, de lutas, vitórias, dores e amores. As cores fortes, quentes do presente ainda remetem aos casarios antigos acinzentados.

E a Casa da Cultura, é um dos principais centros de comércio de artesanato do Nordeste. Instalado na antiga Casa de Detenção do Recife e tombada pelo Estado, reúne 150 lojas que oferecem aos seus visitantes uma grande variedade de produtos regionais, artesanato nordestino de ótima qualidade.
* Aluna do 8o período de Comunicação Social, Hab. Jornalismo em Multimeios, da Universidade do Estado da Bahia, UNEB-Juazeiro, em visita técnica ao Recife-PE