quarta-feira, 21 de março de 2012

Gonzaga com raiva da presidente Dilma

Foto: Josélia Maria

Eis que recebo em minha caixa de email uma mensagem do nobre deputado federal Gonzaga Patriota (PSB), cujo título, Gonzaga Patriota declara estar descontente com o tratamento recebido do governo”, me animou a ler o restante do texto.

Antes, pensei cá com os meus botões... vai que o deputado está chateado porque Dilma não aceitou projetos relevantes para região NE nas áreas de saúde, educação, habitação. Ou talvez, o nobre deputado gostaria de mostrar ao governo que se pode fazer projetos sociais cortando na própria carne custo adicional (ou benesses através de propina) elaborando ações que contemplem áreas menos favorecidas da nossa região.

Cheguei a pensar que Gonzaga estava mudado, renovado, tentando reverter a imagem de que todos os parlamentares/representantes do povo não são iguais, ou seja, não fazem parte do mesmo saco de farinha.

Ledo engano!

Gonzaga Patriota, assim como todos que fazem parte da chamada classe dos pedintes engravatados e legitimados pelo povo, leia-se políticos em geral, estava, ou melhor, está chateado com a presidente Dilma Rousseff porque a mesma demonstra uma política austera em relação as cuias que circulam no Palácio do Planalto com pedidos que vão desde o 1º escalão até os coordenadores do cemitério do Parque das Flores em Recife-PE, passando pela direção do DNIT em Natal ao necrotério do Rio de Janeiro.

Gonzaga publicou o texto na imprensa local e no seu blog como desabafo pela sua atuação como coordenador da bancada nordestina no Congresso, tipo assim: `sou o representante da pobreza nordestina em Brasília`.

Pra não dizer que só estou falando de flores, Patriota quer justificar a sua raiva mostrando que o encontro da bancada do NE ( que reúne 153 deputados ) tinha como premissa “ a renegociação das dívidas de produtores rurais nos Estados da região e a suspensão imediata das execuções dos débitos promovidas pelos Bancos do Brasil e do Nordeste”.

No texto ele teve a audácia de comparar Dilma a Fernando Collor de Mello forçando a declarar que ela pode sofrer um impeachment como o ex-presidente por desprezar os congressistas.

Fazer essa análise foi a pior parte de todo o conteúdo, sobretudo porque entre a época de Collor (1990/1992) e a de hoje há um oceano de realidades distintas, pessoas com honras totalmente diferentes e que mesmo sendo Dilma do PT é impossível ter alguma semelhança.

E pra completar o discurso ele ameaça, categoricamente, “votar contra o governo até resolver essa situação”. 

pergunta é obvia: votar contra o governo ou contra o povo? 
Não resta dúvida que a presidente Dilma precisa governar com o Congresso Nacional (infelizmente... já que por lá não existe uma reserva moral no meio do esgoto). No entanto, talvez esse freio de arrumação que ela vem dando crie novas possibilidades de confrontação na busca por uma democracia plena. 

Este enfrentamento pode ser um sinal que bons tempos virão. Com a sociedade se organizando mais, buscando debater e agregar ideias e projetos através das redes sociais, com movimentos virtuais que venham gerar novas discussões sobre o verdadeiro papel dos políticos no sistema democrático e as ações reveladoras da imprensa. 

Talvez toda essa celeuma sirva para forçar a sociedade a pensar qual é o tipo de político e governo que queremos e de que forma podemos fazer esse sistema funcionar. 

Pelo menos 3 coisas são necessárias para uma revolução democrática:  limpeza total dos atuais representantes políticos em todas as esferas, transparência das ações e a consolidação da democracia de fato e de direito. 

Quanto à chatice de Gonzaga Patriota por não ser recebido por Dilma vai uma dica: melhor seria passar umas horas desfrutando a beleza da orla do Recife, a mais linda do NE, tomar uma água de coco, dar umas pedaladas na ciclovia, umas caminhadas em frente ao Parque Dona Lindu e depois voltar pra Brasília disposto a exercer seu verdadeiro papel como deputado do povo. 

Vai nessa deputado....

domingo, 18 de março de 2012

Políticos amam a si mesmo: Adalberto apoia Fernandinho

Eleições 2012 – o retorno, os mesmos....tudo de novo
18.03.2012

É impressionante como a política brasileira, dos currais dos coronéis até o domínio das classes econômicas abastardas da área urbana ou na capital, tudo gira em torno da pessoa, ou melhor, de uma pessoa ou de um grupo.

Não existem projetos de governo para sociedade. Existem projetos de políticos nos governos ou fora deles para os seus pares, para seus partidos.

Os nossos representantes não nos representam. Foram legitimados nas urnas, mas trabalham única e exclusivamente para eles.

A coerência, uma postura ideológica de exercer uma tarefa missionária e uma ação pedagógica como representante do povo não fazem parte da identidade dos nossos políticos.

Eles mudam de discurso como mudam de roupa. Fazem negociatas a céu aberto e ainda chamam a imprensa para ratificar o conluio.

Até poucos dias atrás o ti-ti-ti em Petrolina/PE era que o nobre deputado estadual, Adalberto Cavalcanti (PHS) iria apoiar, consolidar, justificar, endossar, adoçar e ficar do lado da possível, talvez, quem sabe, campanha do deputado Odacy Amorim (PT) para prefeitura da cidade.

A casa caiu!! Ou melhor, se estruturou em outro terreno.

O ra-ra entre Odacy e Fernando Filho, leia-se, Fernando Bezerra Coelho, o ministro da Integração, já vem desde muito tempo... O voo solo de Odacy parece que não vai sair do chão.

Esse momento de negociatas, divisão de benesses, quem fica com quem ou o que depois de eleito....um pra tu, dois pra mim...um pra tu...três pra mim...e por aí vai... é extremamente delicado. Afinal quem tem dinheiro tem o poder e manda. Ponto.

Negociando a coisa publica e as verbas que virão com os parceiros que subsidiam a campanha podem-se imaginar e delimitar a geografia do voto. É nessa jogatina que os interesses pessoais suplantam totalmente os interesses do povo.

O povo? Ora, o povo é um aglomerado de pessoas que no afã do discurso embargado de um político raposa acredita piamente que tudo aquilo que ele diz é verdade. Há uma cegueira generalizada na maioria das pessoas que enxergam nesses tais representantes uma possibilidade de mudança. Não existe.

Em pleno século XXI estamos vivenciando uma ausência de propostas que contemplem políticas publicas para uma sociedade menos desigual. Todos os partidos estão no mesmo saco. Ainda estamos na era da pedra, passando pela do cavalo com viseira única e voltando aos coronéis, hoje, plugados na internet, facebookado, blogado, twittado.

Mudaram-se as ferramentas, mas a essência desse sistema corrompido  permanece enraizada nesses tais representantes que estão aí.

E por que não muda? Porque os políticos amam a si mesmo. Amam o poder.

Não muda porque é necessária uma verdadeira reestruturação do sistema político-eleitoral. Isso passa por uma reforma política que contemple um novo papel do político ou o verdadeiro papel desse político nesta sociedade que busca consolidar uma democrática.

Da forma como está tanto nas negociatas dos partidos em Brasília como as que são feitas nos municípios todas tem um único objetivo: contemplar o político ou o seu grupo. Jamais a sociedade.

Se eu acredito em políticos? Nenhum.

Se eu voto em algum político? Melhor nem perguntar.

sábado, 17 de março de 2012

Memória do Blog: " Um deputado igual a você"


(Post veiculado dia 27.08.2011)

Campanha política sempre tem coisas interessantes e engraçadas pra gente analisar. É o período que mais me divirto assistindo os guias eleitorais na TV, ouvindo os spots no rádio e vendo os outdoors espalhados nas ruas (geralmente, tabuletas implantadas numa noite e acordadas com fotos de políticos tratadas no fotoshop pela manhã). 

Fiscalização da prefeitura? Nem pensar...

Vendo e acompanhando todo esse movimento alegórico, fico sempre pensando (cá com meus botões) e não consigo entender as razões pelas quais nossa política nunca é levada a sério. (Ou será que entendo?) 

Bom, 2012 tá chegando e pra quem mora no interior a campanha política por aqui é mais próxima das pessoas (do eleitor). É no seu bairro, na sua rua...carro de som em todos os espaços. É uma loucura! 

Sim, porque lá no Recife (cidade que tem a orla mais linda do Nordeste) em se tratando de campanha política não se percebe tanto quanto no interior. Agora que estou em Petrolina (distante 740 km do Recife), quase uma metrópole em termos de estrutura física, tecnológica e outras coisas mais...percebo que a política pega fogo muito antes do ano eleitoral.

Dia desses tava eu lembrando de um fato bem interessante que aconteceu comigo nas eleições do ano passado (2010) para deputados federal, estadual, governador, senador, presidente da república.

Eis que recebo um, ou melhor, vários santinhos na minha caixa do correio (leia-se caixa do correio de residência e não e-mail) de um candidato a deputado estadual cujo slogan era: “Um deputado igual a você”. De imediato pensei e falei alto revoltada. 

Igual a mim, não!!!

Sou uma pessoa honesta de berço e não vendo essa imagem porque ela se retrata nos meus atos, pago meus impostos em dia, nunca tive desvio de conduta, nem fiz falcatrua administrativa, não desviei dinheiro público, não coloquei nenhum parente em prefeitura ou qualquer órgão do governo, não nomeei nenhum funcionário fantasma, nunca paguei “boca-de-urna” para ganhar eleição (até porque nunca fui candidata, graças a Deus); nunca fiz negociatas para benéfico próprio ou de outros; nunca fiz promessas vãs, não vendo minha honra à “bandidos engravatados” para conseguir propinas, não sou filiada a partido político, não faço discurso incoerente e muito menos política partidária. 

Portanto, pensei e falei alto na rua pro povo que tava passando: 

-- Você pode até ser candidato ao cargo de deputado, é um direito seu. Agora querer que eu seja uma pessoa igual a você é demais, não? 

Felizmente, ele nem se elegeu...é cada uma que me acontece!!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Política e partidos



Povo...tenho recebido vários emails no gmail pedindo para escrever no blog sobre política Juazeiro/BA e Petrolina/PE (especificamente sobre Odacy...dá um tempo em Gonzaga, né?). 

Estou pra fazer isso...aguardem. Afinal, é PT  X PT e só ás águas do Rio São Francisco dividindo poeticamente...Não posso deixar de falar do PT em Petrolina, sobretudo em homenagem ao meu colega Bráulio Wanderley que muitas vezes me chama de "companheira" (odeio) ou "camarada" (não sei qual é pior)...

Braulio é do tipo que acredita que o PT é sempre a melhor opção. Como eu não acredito em nenhum partido muito menos em políticos partidários...(bom dizer isso...) então vou baixar a lenha, no bom sentido...num texto interessante... aguardem meu amigos blogautas....to no corre-corre da pesquisa acadêmica.... e da academia também...rsrs

sábado, 3 de março de 2012

Qual é a de Gonzaga Patriota?

Foto: Blog Carlos Britto

Eleições 2012 – o retorno, os mesmos....tudo de novo
03.03.2012

Numa hora ele diz que apoia ampla e irrestritamente a campanha de Fernandinho Filho a prefeitura de Petrolina, em outro momento, diz que pode ser ele o candidato, quem sabe, talvez...e ao mesmo tempo não quer atrapalhar o tal projeto político para cidade, mas também não quer ficar de fora.

De fora de quê? Ninguém sabe....

Relembrando a carta, “do próprio punho”, que o nobre deputado mandou, com exclusividade, para o blog de Carlos Britto, Patriota diz, com todas as letras, que “com os pés no chão, me conscientizo de que Fernandinho candidato atrai votos que jamais chegarão a mim...”

 “Consciente disso é que no próximo final de semana (hoje, 03.03.12) estarei reunindo as principais lideranças que me apoiam em Petrolina, para submeter-lhes esse meu modesto entendimento e pedir-lhes permissão para apoiarmos a candidatura de Fernandinho e ganharmos a eleição, para juntos fazermos um governo realmente socialista, e não de enganações, como é hoje.”

É incompreensível.

Foi na campanha de 2008 que Gonzaga se mostrava como o Lampião das águas do São Francisco, o bravo guerreiro indomável, incansável, pronto para reestruturar uma prefeitura, que segundo ele, precisava de sangue novo. Dizia convicto que “para administrar uma cidade, o que vale é a experiência e a competência”. (texto do material publicitário do candidato na campanha de 2008).  

Em 2008, Patriota era 40,40,40,40,40,40....de carreata abaixo e acima de tirar o fôlego do melhor atleta náutico do Vale São Francisco. A personalidade de um desbravador sertanejo que enfrenta o sequeiro com burrico e chapéu de couro. De fato, Gonzaga era a ultima cisterna com água do Bioma Caatinga e parecia despontar como a maior referência política em toda região.

Gonzaga era isso e muito mais. Apresentava-se em todos os momentos como conhecedor das entranhas políticas do Congresso Nacional, ministérios e governo estadual. O facilitador dos caminhos para trazer recursos em infra-estrutura, saúde, educação e tantos outros serviços para Petrolina.

Onde está esse Gonzaga, agora? Talvez seja esta a primeira pergunta que muitos dos eleitores dessa pacata cidade gostariam de saber. As outras são:

2) O que Gonzaga está ganhando para sair da disputa?

3) Que tipo de honraria foi concebido a ele para que abrisse mão da sua candidatura?

Os eleitores de Gonzaga (imagino) e os demais cidadãos dessa cidade estão doidos pra saber.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Gonzaga era ousado...(recordar é viver)

Eleições 2012 – o retorno, os mesmos....tudo de novo
02.03.2012


Ainda é madrugada...estou fazendo meu texto acadêmico..mas passei por aqui pra dizer que recordar é viver.

Material veiculado em setembro de 2008.