quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Nem todo político tem classe


Não basta apenas ter dinheiro para se ganhar a eleição. É preciso ainda ter classe e elegância para conquistar espaço perante outras autoridades que já tem destaque e estilo nessa área.

Afinal, como ser corrupto sem saber barganhar com as pessoas?

Vejam essa história de um dos nossos representantes da região. O fato não é novo. A informação veio de um amigo que estava presente no dia do evento e anotou tudinho, tudinho...

E como este blog tem a proposta de registrar pessoas, coisas e tudo mais... vale a pena contar o fato como o fato foi.

Na visita do governador Eduardo Campos aqui em Petrolina para inauguração do Colégio da Polícia Militar de PE, em 2010, um deputado da região "exigiu" uma audiência com ele.

A assessoria explicou que o governador iria receber a bancada daqui do Vale, todo mundo junto, numa mesma reunião. Inconformado, o deputado em questão falou com o próprio Eduardo que QUERIA uma audiência particular para tratar de cargos e nomeações suas.

Eis que Eduardo e sua "sutileza" conhecida pra alguns assuntos (com algumas pessoas) deu-lhe um esporro público pra quem quisesse ouvir impropérios (%$¨&¨*&).

O deputado em questão "baixou a bola" e "se contentou" a uma audiência coletiva, sem fazer seus pleitos particulares e não-republicanos.

Em suma, botou a barba, ou melhor, o bigode de molho.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

O velhinho do abrigo: tadinho do bichinho

Ficar velho e morrer são certezas absolutas. Uns ficam velhos antes do tempo. Outros demoram mais e o tempo parece não passar. A velhice é carregada de muitos pesos (físico ou mental) e até mesmo consequência daquilo que fomos quando éramos novos e tínhamos a nítida certeza de que o tempo não chegaria tão cedo na nossa porta.

Alguns homens estão vivendo hoje a vida que pediu a Deus sem se lembrar que a tal velhice chega para todos. O tipo de vida desses homens tem a ver com um estilo pós-moderno das relações voláteis, líquidas, sem amarras.

Quem são eles?

a) Tem estabilidade financeira.

b) Tem perfil intelectual e lógico.

c) Já passou dos 50 anos ou tá chegando próximo...

d) Está divorciado e já teve 2, 3 ou mais casamentos e acha que viver sozinho é a melhor opção.

e) Perderam a conta do número de mulheres que já “ficaram”.

f) Vez ou outra conversam com os filhos no estilo pós-moderno: E aí filhão...tudo em cima? Vai pegar quem hoje? Vamos tuitar???

g) Tem porte físico que chama atenção (alguns freqüentam academia para manter a forma).

h) Cuidam da aparência: pitam e escovam os cabelos e se vestem como homens de 25 a 30 anos.

i) Estão sempre a “caça” de uma fêmea.

j) Tomam alguns medicamentos básicos para não perder o pique.

k) Se acham o rei da “cocada preta”. Tudo é no cartão de crédito (vários, lógico!!)

l) A família? Nem se lembra....

E como agem esses homens?

a) Só querem fêmeas de 20 a 25 anos.

b) Não aceitam ser chamados de “tio” ou “coroa”.

c) Ficam “se achando” quando os amigos perguntam quem era aquela “Natali Lamour” que ele tava pegando...

d) Querem um bom papo e ao mesmo tempo ouvir uma boa música. Nunca escutam melodias do tipo “não, não vou não, minha mulher não deixa não” ou “ você não vale nada mais eu gosto de você”.  (Fico até me questionando: tem certeza que essas meninas não gostam disse estilo???)

e) Acredita piamente que a mulher de 23 anos que sai com ele está totalmente apaixonada porque ele é “o cara”: experiente, másculo, demonstra segurança e tem muita coisa para ensinar a ela.

Tão achando graça? Pensem numa pessoa dessa com 80 anos, sozinha, sem visita de parentes, abandonada, sentada numa cadeira de balanço no abrigo chamado de Recanto Feliz.

Quando os grupos de assistencia social fazem a visita ao local sempre questionam:
-- Poxa, por que será que aquele velhinho fica tão abandonado? Tadinho do bichinho!!!

Qualquer semelhança deste texto com alguns assessores de imprensa, consultores, políticos e empresários de comunicação da região do Vale São Francisco, não é mera coincidência.

domingo, 28 de agosto de 2011

Político fazendo política no avião


Já percebi que toda vez que tem um político no aeroporto, seja ele deputado, vereador, prefeito...e outros que foram, são ou querem entrar nessa área pública de “grandes negócios”, ele faz questão de se mostrar como político.

Esbanja simpatia, risos, afagos e trata os profissionais das companhias aéreas ou da Infraero como amigos íntimos, de berçário, quase intra-uterino.

Fala alto para chamar atenção e circula de um lado para o outro delimitando área de atuação. Isso sem contar que geralmente os políticos estão acompanhados dos seus assessores puxa-sacos e suas atitudes remetem a uma trajetória de discurso.

Dia desses, à noite, estava vindo para Petrolina e enquanto aguardava o vôo na sala de embarque do aeroporto do Recife (já falei pra vocês que o Recife tem a orla mais linda do Nordeste? Preciso sempre lembrar...) assisti uma cena tão absurdamente interessante que registrei de imediato no meu HD (leia-se minha memória humana) para compartilhar com meus amigos blogautas.

Um político da região do Vale São Francisco, daquele estilo grotão, pesado, fala rouca, com uma baita capanga na mão (brega? Brega é pensar que alguém possa ter votado nele!!!) usando uma calça jeans do tipo faroeste, uma camisa de xadrez miúdo à lá quadrilha de São João fora de época e pra completar o desmantelo vinha acompanhado da mulher que mais parecia uma árvore de natal americana de tantos adereços pendurados pelo corpo que ela deve chamar de “acessórios”.

Junto a dupla ficavam os assessores pajeando, pegando água na lanchonete, chamando um ou outro para mostrar o celular de última geração que migrava de mão em mão como um brinquedo inocente.

Com a chamada do vôo o grupo segue pelo portão de embarque até o avião. A conversa no corredor era sempre muito alta e se referia a algum outro político do qual eles chamavam de “babaca”.

Ao se aproximar da porta da aeronave, o “político rouco” assume a dianteira para adentrar no avião e de imediato cumprimenta a comissária de bordo e os demais membros da equipe. Na medida em que andava pelo corredor do avião falava com as pessoas que já estavam sentadas em suas poltronas.  O texto era mais ou menos este:

-- Boa noite. Como vai? Tudo bem?...bom ver você por aqui...Tudo certo? E aí amigo? Ninguém respondia. Um ou outro sorria discretamente.

A esposa arvore de natal e os assessores puxa-sacos seguiam atrás rindo para as pessoas em todos os momentos que o tal político rouco falava com elas até ele chegar na sua poltrona e ainda se expressar alto: querida é aqui nossa cadeira?

Achando pouco o falatório emplacou o desfecho:

-- Pessoal, espero que todos tenham uma boa viagem e que a gente possa chegar em casa na paz.

Nessa altura do campeonato eu já estava humildemente sentada na minha poltrona e pensando comigo mesma.

-- Como sofro em ter que aguentar esse tipo de representante da minha região. Esse homem não é uma figura. É uma verdadeira gravura que precisa ser emoldurada.

sábado, 27 de agosto de 2011

Conhecendo Petrolina...sempre


Petrolina (740 km do Recife PE) é uma cidade encantadora e tem coisas marcantes que fazem parte da cultura local. Coisas que precisam ser registradas e que eu gostaria de ter feito isso há muito tempo. Vou elencar três exemplos que mexerem bastante comigo, logo que chequei por aqui.

O primeiro é sobre jogar bola final de semana. Aqui, por exemplo, não se “bate pelada” (jogar futebol) entre amigos. As pessoas dizem “vamos pro baba?” Eu imaginava que “baba” era um local, mas deixa que é pelada ou jogo de futebol entre amigos. Vá entender!!!

Outra coisa que fiquei impressionada e que merece registro são as notas fúnebres veiculadas nos carros de som e nas emissoras de rádio. Quando morre alguém (sem ser bandido, claro) o carro de som circula várias vezes no bairro onde a pessoa mora (ou morava) e através de uma nota fúnebre convida todos a participarem “deste ato de dor e solidariedade cristã. A família enlutada agradece.” O mesmo texto segue para o rádio.

O velório é feito, geralmente, dentro da casa do falecido e é um verdadeiro exército de pessoas pra cozinhar e alimentar a todos que fazem a “visita ao defunto” durante o período que acontece o ato fúnebre. O tipo de comida servida? Tem de tudo. Desde o cafezinho, chá, biscoitos até buchada de carneiro (uma iguaria bem nordestina feita com bucho, miúdos e tripa), sarapatel, dobradinha e “pintado”(uma espécie de feijão tropeiro misturado com tudo de mais gorduroso que se possa imaginar e acrescido de arroz).

Ah! Depois de 7 ou 15 dias (depende de cada situação, de cada família) tem um novo encontro. Uma romaria até o cemitério. É a chamada “visita de cova”. Todas as pessoas se encontram no cemitério para chorar (novamente) a perda do ente querido. Depois voltam a casa da família para “beber o defunto”. E o que é isso? Beber o defunto é tomar cafezinho, comer buchada, dobradinha, sarapatel... acontece tudo novamente durante todo o dia.

Por aqui também fiquei impressionada com o termo “no muro”. A minha manicure, Cida, fez a seguinte pergunta pra mim?

-- Teresa, você deixa seu carro no muro ou na rua? Questionei...
-- Como no muro? Como posso deixar o carro em cima do muro? Resposta imediata.
-- Muro, Teresa é a área externa da casa ou o terreiro.

Poxa, tomei um susto! Mas aos pouco estou aprendendo a entender essa cultura e esse povo tão especial, tão amigo, que é o petrolinense.

"Um deputado igual a você"


Campanha política sempre tem coisas muito interessantes e engraçadas pra gente analisar. É o período que mais me divirto assistindo os guias eleitorais na TV, ouvindo os spots no rádio e vendo os outdoors espalhados nas ruas (geralmente, tabuletas implantadas numa noite e acordadas com fotos de políticos tratadas no fotoshop pela manhã).

Fiscalização da prefeitura? Nem pensar...

Vendo e acompanhando todo esse movimento alegórico, fico sempre pensando (cá com meus botões) e não consigo entender as razões pelas quais nossa política nunca é levada a sério. (Ou será que entendo?)

Bom, 2012 tá chegando e pra quem mora no interior a campanha política por aqui é mais próxima das pessoas (do eleitor). É no seu bairro, na sua rua...carro de som em todos os espaços. É uma loucura!

Sim, porque lá no Recife (cidade que tem a orla mais linda do Nordeste) em se tratando de campanha política não se percebe tanto quanto no interior. Agora que estou em Petrolina (distante 740 km do Recife), quase uma metrópole em termos de estrutura física, tecnológica e outras coisas mais...percebo que a política pega fogo muito antes do ano eleitoral.

Dia desses tava eu lembrando de um fato bem interessante que aconteceu comigo nas eleições do ano passado (2010) para deputados federal, estadual, governador, senador, presidente da república.

Eis que recebo um, ou melhor, vários santinhos na minha caixa do correio (leia-se caixa do correio de residência e não e-mail) de um candidato a deputado estadual cujo slogan era: “Um deputado igual a você”. De imediato pensei e falei alto revoltada.

Igual a mim, não!!!

Sou uma pessoa honesta de berço e não vendo essa imagem porque ela se retrata nos meus atos, pago meus impostos em dia, nunca tive desvio de conduta, nem fiz falcatrua administrativa, não desviei dinheiro público, não coloquei nenhum parente em prefeitura ou qualquer órgão do governo, não nomeei nenhum funcionário fantasma, nunca paguei “boca-de-urna” para ganhar eleição (até porque nunca fui candidata, graças a Deus); nunca fiz negociatas para benéfico próprio ou de outros; nunca fiz promessas vãs, não vendo minha honra à “bandidos engravatados” para conseguir propinas, não sou filiada a partido político, não faço discurso incoerente e muito menos política partidária.

Portanto, pensei e falei alto na rua pro povo que tava passando:

-- Você pode até ser candidato ao cargo de deputado, é um direito seu. Agora querer que eu seja uma pessoa igual a você é demais, não?

Felizmente, ele nem se elegeu...é cada uma que me acontece!!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Eu voltei...agora pra ficar...

Olá, meu povo...

Comecei a escrever em blog desde 2007. O perfil traçava uma crítica a mídia, falava de política local (Recife/Petrolina/PE-Juazeiro/BA) e nacional entre outras coisas...digamos assim, mais robustas. “Bombava” em varios editoriais de rádio por aqui em Petrolina. Daí faltou fôlego pra manter o conteúdo no dia-a-dia já que não vivo de blogar e preciso trabalhar muiiiiiito pra continuar....

Agora voltei. Fiz umas mudanças pontuais e coloquei tudo numa panela de barro pra ficar mais gostoso. Um texto bem mais leve...de forma coloquial para que “dona Maria que mora no Quidé” (bairro da periferia de Juazeiro /BA), meu personagem favorito (que sempre estou lembrando), possa entender tudinho, tudinho.

“Pessoas, coisas e tudo mais...” fala disso. Das pessoas que fazem essa paisagem chamada pelos “entendidos” de sociedade e das coisas que ajudam (ou não) a gente a viver dentro dela.

Afinal, um dia quero fazer só isso:.escrever romances, livro-reportagem, ir pra academia de ginástica fazer musculação (amo....) e vez ou outra passear pela orla mais linda do NE, a do Recife, claro!

Espero que vocês gostem!!!

Ps. Os posts do blog anterior migraram pra este...oh! tecnologia abençoada...