sábado, 27 de agosto de 2011

Conhecendo Petrolina...sempre


Petrolina (740 km do Recife PE) é uma cidade encantadora e tem coisas marcantes que fazem parte da cultura local. Coisas que precisam ser registradas e que eu gostaria de ter feito isso há muito tempo. Vou elencar três exemplos que mexerem bastante comigo, logo que chequei por aqui.

O primeiro é sobre jogar bola final de semana. Aqui, por exemplo, não se “bate pelada” (jogar futebol) entre amigos. As pessoas dizem “vamos pro baba?” Eu imaginava que “baba” era um local, mas deixa que é pelada ou jogo de futebol entre amigos. Vá entender!!!

Outra coisa que fiquei impressionada e que merece registro são as notas fúnebres veiculadas nos carros de som e nas emissoras de rádio. Quando morre alguém (sem ser bandido, claro) o carro de som circula várias vezes no bairro onde a pessoa mora (ou morava) e através de uma nota fúnebre convida todos a participarem “deste ato de dor e solidariedade cristã. A família enlutada agradece.” O mesmo texto segue para o rádio.

O velório é feito, geralmente, dentro da casa do falecido e é um verdadeiro exército de pessoas pra cozinhar e alimentar a todos que fazem a “visita ao defunto” durante o período que acontece o ato fúnebre. O tipo de comida servida? Tem de tudo. Desde o cafezinho, chá, biscoitos até buchada de carneiro (uma iguaria bem nordestina feita com bucho, miúdos e tripa), sarapatel, dobradinha e “pintado”(uma espécie de feijão tropeiro misturado com tudo de mais gorduroso que se possa imaginar e acrescido de arroz).

Ah! Depois de 7 ou 15 dias (depende de cada situação, de cada família) tem um novo encontro. Uma romaria até o cemitério. É a chamada “visita de cova”. Todas as pessoas se encontram no cemitério para chorar (novamente) a perda do ente querido. Depois voltam a casa da família para “beber o defunto”. E o que é isso? Beber o defunto é tomar cafezinho, comer buchada, dobradinha, sarapatel... acontece tudo novamente durante todo o dia.

Por aqui também fiquei impressionada com o termo “no muro”. A minha manicure, Cida, fez a seguinte pergunta pra mim?

-- Teresa, você deixa seu carro no muro ou na rua? Questionei...
-- Como no muro? Como posso deixar o carro em cima do muro? Resposta imediata.
-- Muro, Teresa é a área externa da casa ou o terreiro.

Poxa, tomei um susto! Mas aos pouco estou aprendendo a entender essa cultura e esse povo tão especial, tão amigo, que é o petrolinense.