segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Feira livre

Frente Mercado São José - Recife-PE
Foto: Divulgação

Mercado São José - parte interna
Foto: Divulgação

Blogauta tenho que entender que nós estamos vivendo tempos complicados. Tudo parece que está equivocado, doente, podre ou perto de morrer. Na área alimentar é uma loucura.

Dia desses vi uma matéria na TV onde um infectologista (médico que se ocupa do estudo das doenças causadas por diversos vírus, bactérias, protozoários entre outras mazelas) explicava que não se deve usar colher de pau para mexer os alimentos na panela. Ele dizia que a madeira acumulava uma série de fungos, bactérias que poderiam causar várias doenças ou infecções em crianças ou adultos com imunidade baixa.

Gente, minha falecida avó, se viva fosse ia ter um troço de envergar o pescoço!!! Imagine você como ela poderia cozinhar o feijão cheio daquelas coisas gordurosas sem uma grande colher de pau? Eu cresci vendo minha mãe passar horas e horas no mercado São José no Recife-PE, escolhendo várias colheres de pau para usos distintos: mexer papa de aveia, sopa, feijão, arroz, carne, bolo e tantas outras coisas.

Pensem vocês, blogautas, em pleno mercado público escolhendo peixe, surubim, atum, camarão, caranguejo, sardinha...é uma loucura de mosca, chão sujo, com a mesma mão que o vendedor pega nos alimentos pega no dinheiro, enfia no bolso da calça e volta a vender do mesmo jeito. Quando não coloca a mão no nariz.

E o sorvete da máquina? Aquela que tem vários vidros com líquidos de cores diferentes (vermelha, laranja, verde) pendurados de cabeça para baixo? As moscas voando ao redor....uma delícia!! Pra mim o melhor sorvete do mundo.

Quando cheguei a Petrolina-PE e vi aquela máquina maravilhosa exposta no centro da cidade, não tive dúvidas. Voltei a ser criança. Parei, tomei 4 sorvetes (isso mesmo...4 casquinhos um de cada cor) e conversei com o vendedor, seu João, que me explicou que esse tipo de produto é saudável, sem colesterol e que ele sustentou toda a família dele por 50 anos, naquele pontinho, vendendo o sorvete.

E a sopa do mercado, gente? É qualquer coisa de não limpa e higiênica. Mas se não matou nenhum político em tempos de campanha até hoje das duas uma: ou o preparo da sopa não é tão sujo quanto se pensa ou o político é mesmo um bicho difícil de morrer.

Feira e sopa lembram tempero. Daí vem a memória que o deputado estadual de Juazeiro-BA, Roberto Carlos, sempre faz questão de ressaltar que foi pobre igual a Lula e vendeu tempero na feira.

Lembranças à parte, resta saber se quando ele saiu do estágio de feirante ambulante para representante do povo levou consigo o discurso de vendedor ou adquiriu hábitos costumeiros dos políticos desse pais ou se as duas coisas juntas.

Voltando a questão da feira livre...ainda não sei o que é pior: ser contaminada pelos alimentos ou objetos que mexem esse alimentos ou ter que agüentar os fungos, bactérias e vírus que fazem da nossa política um mosquedo infectado.

Pelo menos dos alimentos até agora nunca tive uma virose. Dos políticos? Estou acamada até hoje.