segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Amores velhos ou novos?


Algumas coisas nesse país parecem estar sempre próximas do absurdo ou inaceitável. Parecem? Pois é...minha falecida avó dizia que “não devemos trocar os amores velhos pelos novos que hão de vir. Os novos vão embora e os velhos voltam a servir”.

Ela bem que parecia estar certa. Não é que pensando bem como posso não votar em Lula novamente (já que este é meu amor “velho”, digamos assim) se ele nunca sai da “presidência” e da minha cabeça como herói?

Como posso optar por outra candidatura que não conheço (ainda ou tão bem)? Afinal, o discurso dele (Lula) já está entranhado nas nossas mentes (“nunca antes na historia deste país”); sua briga evolutiva contra a imprensa golpista também. Suas desviadas ou amenizadas quando se trata de “cumpanheiro” larápios como o coordenador da quadrilha de bandido do mensalão, José Dirceu, também já são conhecidas de todos e a sensação que temos é que tudo no Brasil parece estar do mesmo jeito que sempre esteve.

Miséria no quintal dos pobres, todas as demais mazelas que assolam a sociedade brasileira estão nitidamente enraizadas nos governos anteriores, acesso e oportunidades para os bens sucedidos e vez ou outra alguém do morro vira herói, se supera e vai tocar violino numa orquestra em Viena.

Meu menino mais velho sempre faz questão de me dizer:

-- Mãe, quando um garoto do morro ou de uma favela violeta se destaca dessa forma, nunca se esqueça, isso é apenas uma exceção. A regra é outra coisa.

Este exemplo me faz lembrar o que a história diz sobre a época em que D. João estava por aqui. Ao chegar no Brasil, ele precisava ocupar "espaço", ter riqueza, terras e controlar as pessoas. O jornalista e pesquisador Laurentino Gomes relata em seu livro 1808, que D. João nos seus oito primeiros anos no Brasil outorgou mais títulos de nobreza do que em todos os 300 anos anteriores da história da monarquia em Portugal. É brincadeira?

Isso talvez justifique, ou seja, uma das razões pelas quais somos tão apegados as benesses do poder, ao conluio, as falcatruas e tantas outras desqualificações que não deveriam caber numa sociedade. O que se associa também a ausência de preceitos e princípios ditos morais quando se trata de homem publico.

Dia desses estava no aeroporto de Brasília (eu e minhas idas e vindas acadêmicas) aguardando (2 horas) o vôo para Recife/Petrolina quando me deparei com um político da minha região Nordeste acompanhando de uma mulher, cujo letreiro parecia estar escrito na testa uma frase que minha falecida avó chamava de “sou quenga, e daí?”

O tal político (casadíssimo, pai de família e sempre muito sério) pouco ou quase nada estava preocupado com o que pensassem dele. Pelo contrário, ficava babando a beldade que estava ao seu lado (com idade de sua filha mais nova) e circulava calmamente com a mesma (que tentava caber dentro um mini vestido quase da cor púrpura) até o encontro com seus pares de legenda e de galinhagem. (Galinhagem e legenda = safadeza em dobro).

Daí me recorda outro ditado desse meu garoto mais velho (que aprendeu isso de tanto eu falar da minha avó). Ele diz: -- Mãe, fica tranqüila, os políticos e os homens são todos iguais (na maioria das vezes), mudam apenas os endereços. Filho ainda completa "a senhora pensa que rapadura é mole, é? É doce, mas não é mole não".

Diante desse quadro clinico de falência múltipla da moral e dos bons costumes nesse país, qual é mesmo a opção que temos?

Como diria a minha falecida e sabia avó (novamente ela) volte para os amores velhos. Você já conhece os defeitos e fica mais fácil engolir. Será?

To tão em dúvida!! 2014 tá tão próximo....