quinta-feira, 12 de março de 2015

Você conhece o inimigo e não sabe quem é ele – parte 1


Desde o lançamento deste livro, Mentes Perigosas – O psicopata mora ao lado (Ed. Fontanar/2008), estava seca de vontade para ler a obra de Ana Beatriz Barbosa Silva. Só agora o momento chegou. Agradeço a jornalista Aline Benevides pelo empréstimo.
O livro -- que ainda não terminei de ler-- é o que podemos chamar de revelação bombástica sobre as pessoas que vivem ao nosso redor. A pessoa pode ser qualquer uma. A que você namora ou foi casado ou um amigo no trabalho ou seu vizinho. Esta pessoa pode surpreender se fazer revelar travestida de cordeirinho e no fundo é um lobo. É simplesmente assustador e inacreditável.
Logo nas primeiras páginas, Ana Beatriz apresenta de forma clara e objetiva o perfil de um psicopata que na nossa forma limitada de ver as coisas radicalizamos, e acreditamos que o psicopata só pode estar nesta categoria se for um matador, esquartejador, assassino implacável.
Uiii!!! Ledo engano. “Eles podem arruinar empresas e famílias, provocar intrigas, destruir sonhos, mas não matam”. (pág.16)
Matar e esquartejar, por exemplo, é um tipo de psicopatia extrema e são poucas pessoas que têm essas características. Por isso, Ana Beatriz relata a dificuldade para reconhecer um psicopata. “Os psicopatas enganam e representam muitíssimo bem! Seus talentos teatrais e seu poder de convencimento são tão impressionantes que chegam a usar as pessoas com a única intenção de atingir seus sórdidos objetivos. Tudo isso sem qualquer aviso prévio, em grande estilo, doa a quem doer”. (pág.16)
No livro, Beatriz exemplifica através da classificação americana de transtornos mentais (DSM-IV-TR), que a prevalência geral do transtorno da personalidade antissocial ou psicopatia é de cerca de 3% em homens e 1% em mulheres, em amostras comunitárias (aquelas que estão entre nós). “A princípio esse percentual pode não parecer tão significativo, mas imagine uma grande cidade como Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, onde milhares de pessoas se esbarram o tempo todo. A cada 100 pessoas que transitam para cá e para lá, 3 ou 4 delas estão praticando atos condenáveis, em graus variáveis de gravidade, ou estão indo em direção a próxima vítima”. (pág.54)
Assustador, não é mesmo? Veja a foto com o texto “Então não se esqueça” (pág.63)
O livro de Ana Beatriz pode nos ajudar, e muito, a entender ou pelo menos tentar achar uma explicação para muitas coisas absurdas que acontecem entre casais separados, entre amigos, colega de trabalho e tantas outras situações inacreditáveis que vivenciamos no nosso dia a dia. Pessoas que vivem conflitos parecidos com o roteiro de novela. A vida imitando a ficção? Pode ser.
“Os psicopatas possuem uma visão narcisista e supervalorizada de seus valores e importância. Eles se veem como o centro do universo e tudo deve girar em torno deles. Pensam e se descrevem como pessoas superiores aos outros, e essa superioridade é tão grande que lhes dá o direito de viverem de acordo com suas próprias regras”. (pág. 69)
Para o psicopata só quem tem a verdade é ele. Sua posição perante o outro é sempre de superioridade e soberba. Os psicopatas “são extremante hábeis em culpar as outras pessoas por seus atos, eximindo-se de qualquer responsabilidade. Para eles, a culpa sempre é dos outros”. (pág.70)
Você conhece alguém assim?
A partir de hoje, estarei postando alguns textos da autora sobre esta temática tão instigante e que faz a gente pensar: convivemos com o inimigo e não sabemos quem é?
Aguarde o próximo texto – parte 2