terça-feira, 8 de maio de 2012

Gonzaga e Fernando Bezerra Coelho: um projeto político para Petrolina?

Foto: Divulgação

Eleições 2012 – o retorno, os mesmos....tudo de novo
08/05/2012

Muitos dizem que este blog vive pegando no pé de Gonzaga Patriota. Mas é impossível não comentar um fato tão inusitado como este: Gonzaga e Fernando Bezerra Coelho, ex-arquiinimigos, sentadinhos, juntinhos, coladinhos um ao outro por amor a um projeto político para Petrolina.

A ideia é juntar as forças, as pessoas, o povo que era de um lado (lideres comunitários, vereadores e outros)  e o bando do outro lado. Tudo agora num quadrado só.

Longe de querer denegrir as boas intenções de ambos os lados (amo esse pleonasmo...), a política é mesmo uma caixinha de surpresa. Ou não é?

Fico a pensar por que será que a gente ainda se espanta com essas mudanças radicais e quase bipolares dos nossos representantes políticos se a história já registrou muitos desses momentos.

Luís Carlos Prestes (1898/1990) é um dos melhores exemplos. Secretário geral do Partido Comunista do Brasil (PCB), em 1935, se dizia paladino da justiça (tipo Gonzaga ); chamado de “Cavaleiro da Esperança” (Gonzaga em 2008) é calorosamente aclamado presidente de honra da  Aliança Nacional Libertadora, (ANL), um movimento de cunho antifascista e anti-imperialista, que congregava tenentes, socialistas e comunistas descontentes com o Governo Vargas.

Prestes amava Olga Benário, revolucionária e companheira dedicada, que tinha como “defeito de nascença” trazer o sangue judeu nas veias. Vargas, que amava de loucura o nazismo de Hitler deporta Olga (grávida) para Alemanha e a entrega nos braços dos nazistas. A criança, Anita Leocádia Prestes, nasceu em uma prisão e foi resgatada pela mãe de Prestes, após intensa campanha internacional e Olga morreu numa câmara de gás no campo de concentração nazista Ravensbrück.

Prestes é preso por 9 anos e quando sai, Getúlio que diz ter mudado e pretendia fazer um governo democrático (1945), desde que todos pensassem igual a ele, chama Prestes para o aconchego. E ele vai. Sobe no palanque de Vargas, não mais como ditador, e o apoia como uma nova representação da política brasileira.

Quer mais? É só procurar os registros na história para achar o apoio dos usineiros ao governador Miguel Arraes de Alencar, (1916/2005), “doutor Arrai” como era conhecido nos grotões desse sertão adentro (avô de Dudu, Eduardo Campos) para eleição na década de 1990. Dudu vai na mesma onda com Jarbas Vasconcelos (ex-governador de PE ).

Inimigos de foice, Eduardo e Jarbas combateram-se nas eleições para governador em 2006 e Dudu ganhou o embate no segundo turno com mais de 60% dos votos válidos contra Mendonça Filho (apoiado por Jarbas).

A raiva de Jarbas? Isso agora vai virar página virada. Jarbas já abriu as portas da sua casa e fez sua famosa feijoada para receber Dudu.

E Lula, que pra ser presidente em 2002 (e continua até os dias atuais) mudou radicalmente seu modo de pensar e agir? Sem comentários no momento.

Isso tudo só pode ser uma síndrome desesperadora do poder. Um vírus que se alastra em todos os políticos desse país. Não é apenas uma epidemia e sim uma pandemia. O blog explica:

Epidemia é uma doença infecciosa e transmissível que ocorre numa comunidade ou região e pode se espalhar rapidamente entre as pessoas de outras regiões, originando um surto epidêmico.

Pandemia é uma epidemia que atinge grandes proporções, podendo se espalhar por um ou mais continentes ou por todo o mundo, causando inúmeras mortes ou destruindo cidades e regiões inteiras.

Na realidade a pandemia política já está em todo o país. Parte do vírus fica aqui também em Petrolina e já atingiu muitos representantes políticos a exemplos de vereadores, deputados, prefeitos e ministro. A doença é contagiosa para quem convive no sistema nada imunizado da política nacional, estadual e municipal.

A cura para esta pandemia é a criação de uma reforma política-eleitoral séria com participação da sociedade, do cidadão, para implantação de um sistema político que possa extirpar, deletar, apagar os atuais protótipos de seres humanos que se dizem representantes do povo e trabalham em prol dos seus interesses.

Só acredito nisso. Só volto a votar depois dessa reforma. Até lá estou justificando meu voto.

Quanto ao então deputado Gonzaga...acho tão bonitinho o contra discurso dele no atual cenário político-eleitoral!! Gonzaga se reinventa..