segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Uns dias em Brasília – parte 4

Foto: Divulgação

Ninguém melhor para conhecer a “intimidade” de uma cidade do que o motorista de táxi. Os dias que passei em Brasília o táxi foi meu transporte oficial. Como as viagens eram longas, nada melhor do que trocar “figurinhas” com os motoristas enquanto visualizava a arquitetura, escandalosamente bonita, que a cidade apresenta.

O taxista, essa figura despretensiosa, trabalhadora e corajosa que faz do seu carro um consultório ambulante, um confessionário católico e uma enciclopédia turística, sabe tudo sobre Brasília.

Alguns confessam que não sentem orgulho de morar “nessa cidade de pedra”, outros dizem que apesar da falta de atividade cultural se acostumaram ao ritmo dos moradores. Outros explicam que as mulheres brasilienses são fechadas. Não demonstram simpatia com medo de se tornarem semelhantes às piriguetes.

Afinal, a cidade recebe todos os dias dezenas de mulheres que chegam de diversas cidades, exclusivamente, para assumirem a profissão de prostituta (minha avó chamava de "quenga").Vem com o objetivo claro: conseguir um parlamentar, assessor ou juiz ou ministro ou consultor que possa “pagar bem” para desfrutar dos seus corpos talhados ou siliconados (não importa!!).

Existem áreas especificas para isso como as kitnetes do Sudoeste. São espaços locados quase que exclusivos para esse tipo de atividade. Outra coisa que também rende dinheiro, e muito, são os shows de stripes em boates específicas.

O motorista de táxi ganha 100 reais por cada cliente que leva até o local. Quem paga é a boate. Assim que o cliente entra e consume a 1ª bebida o gerente faz o pagamento. Se o taxista levar 4 pessoas numa única viagem, ganha 400 reais no total. “Fora a corrida que já é certa mesmo”, diz seu André Roberto de 30 anos.

Tem ainda o “contrato” com os hotéis. Isso mesmo. Os hotéis oferecem aos hospedes (homens) um catálogo com mulheres de todos os tipos, raça, cor e estilo ao gosto do cliente. Ele diz como quer, quantas quer e o hotel liga para o taxista pegar o “material”.

Tá assustado, blogauta? Eu também fiquei...até porque com as mulheres também vão outras “encomendas” bem especiais....

Um taxista me confessou que conhece de perto muitos assessores e políticos que chegam a fazer orgias com 8 a 10 mulheres numa única noite. É fraco?

Vou pausar por aqui pra gente poder respirar um pouco. Afinal...quando penso que muitos desses políticos são da minha região...quero morrer de vergonha e estou quase sem tempo pra isso...