quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Brasília: a política termina na cama – Parte 3

Deputado João Paulo (PT-PE) | Foto: Teresa Leonel

Logo que cheguei a uma das entradas do Congresso Nacional passei por um grupo de 3 moças (moças no sentido ingênuo da palavra) que estavam se preparando para dar o “bote” nos parlamentares. Até então eu não tinha idéia disso...

Quando cheguei até o Comitê de Imprensa da Câmara meu amigo Gerson Camarotti não tinha voltado ainda do Palácio do Planalto. Enquanto aguardava sua volta, a secretária do Comitê, Rose Bello, me aconselhou a visitar as galerias da Câmara e do Senado. Fui.

A democracia está nas atas e nos discursos, mas não na prática. Entre uma fala e outra, elogios, agressões, xingamento, ausência de respeito e por aí vai...

Neste dia, 10|11|11 às 19h37, o Plenário analisava os destaques apresentados ao texto principal da PEC que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2015. O texto-base tinha sido aprovado na madrugada desse dia por 369 votos a 44, depois de 8 horas de debates...

Tava um entre e sai de deputados para o canto do cafezinho ou para conversar com os jornalistas fora do Plenário. Enquanto isso eu circulava ingenuamente pelo tapete verde sem dá conta que dividia o espaço com as piriguetes. O deputado Romário circulava com uma delas que ostentava sua preferência nacional de modo absurdamente siliconada aos olhos de todos.

Em um dos momentos me encontro com o deputado João Paulo (PT-PE), meu amigo muito antes de ser prefeito do Recife. Claro que foi uma festa o encontro. Fazia muito tempo que a gente não se falava. Ele, muito solícito, me pediu de imediato para pegar seus contatos de Brasília e sacou um cartão de visita da carteira e ainda colocou seu celular particular.

Não vou entrar no modo de ser do deputado que faz o estilo Don Juan tupiniquim, até porque ele não teria coragem de fazer qualquer desfeita com uma amiga de longas datas que o conhece tão bem.

Depois de circular um pouco com ele e colocar (mais ou menos) o papo em dia meu amigo Gerson chegou e João voltou ao plenário. Gerson me convidou para entrar no comitê de imprensa da Câmara. Durante o percurso apresentou a outros parlamentares, assessores e depois me colocou junto com a secretária do comitê.

Nesse intervalo descobri que as tais meninas que estavam na entrada da Câmara quando cheguei são as piriguetes institucionalizadas. Quase caí dura no chão do comitê, sobretudo quando soube que os deputados trocam cartões com elas para fecharem negócios...Uiiiiiiiiiiiiiiii

Morri!!! Queria um buraco para enfiar a cabeça...

Foi neste momento que peguei uma das revistas que circulam no Congresso com o nome Meia Um, edição número5,  Ano 1, agosto 2011, cujo título da capa é Muito prazer, excelência.

Quando vi e li...fiquei "muda e calada"...em estado de choque. No entanto, como estava ali para trocar idéias com Gerson sobre o meu trabalho de mestrado...fui até o fim.

Depois da conversa com Gerson deixei o Congresso Nacional, às 22h, na certeza de que ali estava concretizado o maior centro de promiscuidade e corrupção do país. Onde a prostituição impera de modo avassalador e legalizado aos olhos de todos os representantes do povo e dos visitantes também.