terça-feira, 4 de outubro de 2011

Odacy no PT: é tudo estratégia

Eu tenho alguns amigos que moram em meu coração de cadeirinha e sem pagar aluguel. O professor Bráulio Wanderley é um deles. Uma pessoa que admiro muito e nutro um carinho todo especial, embora ele seja do PT, vermelho carmim e radicalmente apaixonado por política e políticos.

Mas é amigo e ninguém é perfeito. O que se pode fazer?

Depois que o ex-prefeito de Petrolina, Odacy Amorim, deixou o PSB na última sexta-feira, 30, e migrou de carruagem para o PT, Bráulio fez um texto apaixonante, postou no Blog de Jamildo, no JC Onlline, e ainda teve a coragem e a cara-de-pau (é meu amigo, né?) de mandar pra mim.

Como minha resposta foi curta de apenas uma frase, “é tudo estratégia”, Bráulio achou pouco e enviou email de volta com esta pergunta (tudo em Caixa Alta mesmo):

AMIGA TERESA,
QUAL A ANÁLISE QUE VOCÊ FAZ DOS QUADROS DE JUAZEIRO E PETROLINA?

Quase tive um troço quando li a frase. Afinal, como posso fazer uma análise dos quadros de Juazeiro-BA e Petrolina-PE se não acredito, absolutamente, em nenhum político (vivo) nessa região ou no Congresso, ou seja lá em que parte for desse país?

Não consigo achar um fio de luz no fim do túnel quando o assunto é política partidária. E ponto.

Derrotismo à parte, mesmo que tenha uma sombra de esperança em qualquer mandacaru desse sertão abaixo e acima fico imaginando que figura ou gravura pode entrar na política, seja do lado de cá ou da banda de lá, que não se corrompa com esse sistema eleitoral adestrado pelos carrascos politiqueiros de plantão?

Não consigo imaginar uma. Se existe uma única exceção digna de toda honra me apresente. Quero conhecer esse baluarte da verdade. No mínimo não nasceu aqui no Brasil e também nunca morou em Afrânio, Salgueiro, Jaboatão dos Guararapes, em PE. Assim como em Juazeiro, Bonfim, Barreiras, na BA, ou em Brasília...só pra citar algumas cidades...

Como meu amigo Bráulio é vermelho escarlate, usa a estrela do PT no peito como símbolo de resistência da vanguarda bolchevista e ainda acredita que Papai Noel existe e vai trazer um monte de presentes para as criancinhas do orfanato no dia de Natal, vou considerar a pergunta dele um ato de construção para o debate.

Afinal, dizem os sociólogos de plantão (e eu me incluo) que uma democracia para ser considerada democracia tem que ter no mínimo 100 anos.

A gente tá um pouco longe disso, mas espero que chegue lá...