domingo, 21 de setembro de 2008

Poesia

Pra não perder a sensibilidade, poesia em nós. Assim, vejam este obra de João Cabral de Melo Neto repassada para mim pela minha amiga Bet.


As nuvens
João Cabral de Melo Neto

As nuvens são cabelos
crescendo como rios;
são os gestos brancos
da cantora muda;

são estátuas em vôo
à beira de um mar;
a flora e a fauna leves
de países de vento;

são o olho pintado
escorrendo imóvel;
a mulher que se debruça
nas varandas do sono;

são a morte (a espera da)
atrás dos olhos fechados;
a medicina, branca!
nossos dias brancos
.