quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Diario de Pernambuco publica manifesto da Fenaj

Jornal mais antigo em circulação na América Latina, o Diario de Pernambuco - pertencente aos Diários Associados, há 182 anos circulando - publicou, na sua edição desta quarta-feira (13/08), o Manifesto à Nação divulgado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e subscrito pelos 31 Sindicatos de Jornalistas existentes no Brasil.

O Diario de Pernambuco seguiu, assim, a posição adotada pelos jornais Correio Braziliense e Estado de Minas, igualmente integrantes do Sistema Diários Associados, abrindo espaço para uma manifestação oficial dos jornalistas brasileiros. O manifesto foi publicado, no formato de nota oficial, no caderno de Vida Urbana, um dos mais lidos do periódico.

Com o título "Em Defesa do Jornalismo, da Sociedade e da Democracia no Brasil", o manifesto alerta para a ameaça ao País e à sociedade brasileira - em seu direito a rceber informação livre, plural e de credibilidade - com o recurso do Ministério Público Federal, prestes a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que pede o fim da obrigatoriedade do diploma de curso superior para o exercício da profissão e desregulamenta o seu exercício profissional.

"A sociedade brasileira está ameaçada numa de suas mais expressivas conquistas: o direito à informação independente e plural, condição indispensável para a verdadeira democracia", resalta a frase que abre o manifesto. O documento destaca que a "a exigência da formação superior é uma conquista histórica" da sociedade que "modificou profundamente a qualidade do Jornalismo brasileiro".

Antes dos cursos e da regulamentação da profissão, o acesso ao exercício do Jornalismo "dependia de relações de apadrinhamentos e interesses outros que não o do real compromisso com a função social da mídia".

De acordo com o manifesto, é um direito da sociedade receber informação apurada por profissionais com formação teórica, técnica e ética, é falacioso o argumento de que a obrigatoriedade do diploma ameaça as liberdades de expressão e de imprensa e a regulamentação da profissão "não é impedimento para que pessoas – especialistas, notáveis ou anônimos – se expressem por meio dos veículos de comunicação".

A regulamentação é sim, diz a nota, "a garantia de que a diversidade de pensamento e opinião presentes na sociedade esteja também presente na mídia".