quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Caiu na rede, virou notícia

Audiência pública, 01/02/2012,  em defesa dos moradores do bairro do Pinheirinho, na Assembléia Legislativa de São Paulo
Laiza, Welington Junior, Ricardo e Wllyssys, por exemplo, são novos jornalistas na região do Vale São Francisco, especificamente em Petrolina-PE e Juazeiro-BA. Eles estão na labuta todos os dias para exercerem a profissão com dignidade, presteza, coerência, ética, clareza.

Numa mídia que eleva os índices de audiências nas matérias “as mais lidas”, tipo: “BBB: os erros de Renata para tentar conquistar Jonas”;“Antenor descobre outro segredo de Tereza Cristina” e “Record faz piada com vitória sobre Globo com Rei Davi " é quase impossível que jornalistas como esse pessoal acima possam contribuir para uma sociedade pensante.

Sim, porque vamos e convenhamos, precisamos ler, navegar, ouvir, assistir noticiário para pensar o que se passa nesta sociedade que aos poucos vai perdendo sua identificação com transformações sociais significativas.

Precisamos compreender as notícias por um olhar de várias realidades que estão sendo vivenciadas num país de extensão continental como o nosso.

Sociologia à parte, resta entender por que estamos ficando tão emburricados, imbecilizados, apáticos, inoperantes diante de fatos banais que ocorrem em qualquer canto desse país ou mundo (já que estamos globalizados) e tudo se torna viral.

Caiu na rede e virou notícia. É no Facebook, Twitter, Sonico, MSN e tantos outros. Comentam-se sobre todas as mais variadas banalidades (claro que tem coisas, às vezes, importante…) do dia-a-dia das pessoas singulares.

As pessoas dormem, acordam, namoram, trabalham, sofrem, pegam transportes, vão academia, bares, cinemas, teatros, pagam impostos (os que são sério, claro!), vão a supermercado e fazem um monte de outras coisas.

Tudo isso é ou não é natural numa sociedade de seres humanos? Ou eu to enganada???

Por que temos que dizer pra onde vamos ou fazemos isso ou aquilo? E o pior de tudo: os que não assistem à novela das 21h (como eu); muito menos o BBB (Deus me livre!!!!) ou acompanha a minissérie Rei Davi (como eu), não consegue compreender porque estas notícias são tão mais importantes e mais lida pelos internautas.

Quando percebemos algum movimento social em algum ponto do país, ele é feito sem criatividade, ou melhor, dizendo, pegando carona em outra tão banal “criatividade” musical de um compositor qualquer que passou horas e horas produzindo em estúdio algo do tipo: “Aí, aí…assim você me mata”; “Não, não vou não…minha mulher não deixa não”, “Você não vale nada, mas eu gosto de você” ou “Chupa toda, chupa toda”…pra ficar só nessas pérolas.

A ausência do pensar em transformações sociais relevantes é tão grande que está atingindo em cheio o modo de se fazer manifestações públicas (veja o exemplo do cartaz acima) e até mesmo a área publicitária (o Brasil sempre foi considerado um dos melhores do mundo em criatividade nessa área).

Você consegue lembrar de algum comercial criativo nos últimos 2 anos? (Encurtei o tempo pra facilitar…mas sei que não deve ser fácil lembrar….)

Isso vale pra gente pensar nas peças publicitárias da nossa tão maravilhosa e magnífica campanha política. É coisa do tipo: “40, 40, 40"…"É 15, é 15, ’15…”

Um horror de persuasão…

Por isso, blogauta, estou postando este texto. Assim como eu, existem muitas pessoas interessadas em pensar a sociedade no sentido de novas possibilidades para melhor acomodar nossos filhos, netos e até nós mesmos.

Pensar em alternativas midiáticas para se fazer o debate político, social e econômico e que outras personalidades que representam os interesses democráticos, levantem suas bandeiras para pensar nessa renovação dos saberes, do conhecimento de novas oportunidades para transformar esta sociedade.

Eu ainda acredito que isso é possível …