quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Por que não acredito nos políticos?

Minha falecida avó, com sua sapiência natural, dizia que a diferença entre um ladrão comum e um político é que o 1º você nunca sabe quem é. Sempre pega você desprevenido, geralmente é pobre e vai pra cadeia. Já o político você faz a escolha. Ele vive dizendo que nunca roubou que é honesto e que sua vida é uma obra aberta.

Talvez todo esse modo de ser dos nossos representantes tenha a ver com os genes deixado desde 1808 pelo nosso ancestral D. João. Ao chegar ao Brasil, ele precisava ser reconhecido e respeitado nas terras dos “índios”. Daí resolveu afagar os egos dos latifundiários locais negociando benesses para conquistar espaço.

Nos primeiros oito anos no Brasil, D. João outorgou mais títulos de nobreza do que em todos os 300 anos anteriores da história da monarquia em Portugal. É brincadeira?

Isso pode explicar (em parte) porque nossos políticos são como são e fazem questão de saírem bem na foto. Lembrei-me de um fato interessante quando voltava de Brasília/Recife, numa quinta-feira, no vôo das 15h.

Já no portão de embarque do aeroporto me deparei com vários políticos da nossa região. Ao entrar no avião percebi que quase 90% das poltronas estavam ocupadas pelas beldades.

Daí, um senhor bem educado que se sentou próximo a mim ressaltou:

-- Este avião tá bem poluído.

Como não poderia perder a piada rebati apressada.

-- Tirando eu e o senhor só sobram os comissários de bordo e os pilotos. O resto faz parte da sujeira.

Na realidade, o avião tinha mais políticos do que gente, diria a minha avó, se viva fosse. Do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), sentando na1a fila bem no estilo obra-prima do Museu Nacional ao senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) que voltou pela porta que saiu do Senado. Tinha de tudo.

Wolney Queiroz (PDT-PE), acompanhado de sua senhora (que de besta não tem é nada...sabendo como as piriguetas dão em cima dos políticos em Brasília, ela demarcava área, tipo “esse aqui é meu”...) até mesmo Raul Henry(PMDB-PE), Silvio Costa(PMN-PE), Augusto Coutinho (DEM-PE)...só pra citar alguns.

João Paulo do PT-PE, possivelmente, perdeu a hora porque foi ao Pet House, próximo ao seu apartamento funcional, tosar os pelos da cabeça e do bigode e depois pintar pra não macular a aparência. Como isso tudo demorou muito ele perdeu o vôo.

Também não estavam presentes nesta leva: Gonzaga Patriota (PSB-PE), Fernandinho Beira Rio..oh, perdão... Fernandinho Bezerra Filho (PSB-PE), "Inocente" Oliveira (PR-PE), Pedro Eugênio (PT-PE) e tantos outros que completariam o que podemos chamar de “avião dos aloprados” (tirando eu, meu vizinho de poltrona, comissários de bordo e pilotos).

O meu vizinho de poltrona faz um novo questionamento a mim.

-- Já pensou se esse avião cair? Ninguém vai saber que a gente tava aqui. A imprensa vai destacar a vida desses políticos...a nossa não vale nada.

Eu, meio sem jeito de fazer comentários, falei timidamente:

-- Vou aproveitar o momento para perguntar se o senhor tem certeza que quer registrar suas últimas horas de vida junto com esse povo?

Ele riu de se acabar...tão alto que o deputado Silvio Costa veio saber o que tinha acontecido...pausa.

Neste momento você, blogauta, pode estar se perguntando por que será que eu tenho tanta raiva de políticos?

É simples. Não estou convencida que os nossos políticos tenham apenas desvios de conduta. Minha falecida avó dizia que político é tudo igual...muda apenas o CEP.

Com relação ao desvio de conduta, comumente chamado de síndrome da cleptomania, (de acordo com o dicionário do Aurélio é o impulso anormal e persistente para o furto), meu garoto Diego tem uma explicação bem interessante para isso.

-- Mãe, cleptomania é um nome bem bonito criado pelos intelectuais para descrever os ladrões de classe alta, como os políticos. Ou seja, eles roubam, não são presos e ainda recebem homenagens por fazerem parte dos " eleitos" pelo povo. Pobre não tem essa chance. É taxado de bandido, ladrão safado, meliante e tome cassete nele! Isso tudo quando não aparece na horizontal em qualquer esquina por aí.

Tudo leva a crer que os políticos roubam de forma natural e persistem no roubo. Quer seja para ganhar mais poder e renovar o mandato quer seja para aumentar o patrimônio pessoal e familiar.

Para mim a classe dos políticos está estratificada como a escória da humanidade. Acho que é por isso que não acredito nos políticos...

Ponto.