segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Uma democracia sem imprensa livre não se estabelece


O sistema democrático se estabelece na medida em que existe a permissão da palavra. A “palavra” para uma sociedade acontece através da ouvidoria social que é a imprensa. Ela (a imprensa) tem que ser exercida na sua integralidade, com respeito ao cidadão, com veracidade dos fatos e de modo esclarecedor.

Pouco mais de 200 anos de imprensa no Brasil tivemos momentos tristes em que alguns grupos de comunicação usaram de discursos demagogos e arbitrários para impor a informação. Em muitos recortes históricos a imprensa esteve na vanguarda, a reboque de alguns fatos e protagonizando outros.

Em alguns períodos, a exemplo de Getúlio Vargas (que governou o Brasil por 15 anos ininterruptos, de 1930 a 1945) a imprensa instigou o debate, fugiu da sua função em outros instantes e, ainda assim, registrou os fatos.

Antes do Golpe Militar, em 1964, parte da imprensa estava apoiando algumas ações e logo depois existem outros desdobramentos e novamente a imprensa se abre para o embate, a reflexão, e os questionamentos. É a democracia chegando.

Nos dias atuais, quando todos nós estamos facebookado, twittado, plugado, blogado, contectado em redes sociais diversas é impossível conter a palavra. Resta então manter a coerência do conceito de notícia (para nós jornalistas que preservamos esse princípio) e até mesmo para aqueles que querem mergulhar nesse mundo da informação.

A importância da notícia tem a ver com a relevância que a mesma tem para sociedade, para o leitor, internauta, ouvinte, telespectador...

De acordo com o Manual de Redação da Folha de São Paulo, um dos mais usados no centro acadêmico, a importância da notícia está ligada ao

1) Ineditismo.

2) Improbabilidade = a notícia menos provável é mais importante do que a esperada.

3) Interesse = quanto mais pessoas possam ter sua vida afetada pela notícia, mas importante ela é.

4)Apelo = quanto maior a curiosidade que a notícia possa despertar, mais importante ela é.

5) Empatia = quanto mais pessoas puderem se identificar com o personagem e a situação da notícia, mais importante ela é.

6) Proximidade = quanto maior a proximidade geográfica entre o fato gerador da notícia e o leitor, mais importante ela é.

Dito isto, creio que é inaceitável que a imprensa seja amordaçada, velada e tolhida na sua função maior que é a de prestar um serviço a sociedade: a informação.

A imprensa é nossa ouvidoria. Sem isto, voltamos aos tempos dos “coronéis”, da ditadura, e a democracia será enterrada bem antes de amadurecer.

Por uma imprensa livre com responsabilidade e respeito pelo leitor.

Veja texto no site Diário da Região
Veja no blog de Carlos Britto: Imprensa unida contra os processos em Petrolina