sexta-feira, 10 de julho de 2009

2010: o ano da mudança?

Se gritar pega ladrão no Senado Federal nem os ratos que se escondem por baixo do carpete azul e só aparecem na calada da noite escapam. Todos entram no mesmo buraco.

Em termos de unidade, o Senado é o melhor exemplo de igualdade a ser visto em relação a qualquer outra instituição brasileira. Mesmo que a divisão não seja igual, todos estão no mesmo barco, ou melhor, na mesma sarjeta.

Os senadores se amam e percebem que nada está como antes e tudo continua como sempre esteve. Quando se trata de dividir benefícios o resultado é matemático: um pra você, dois pra mim (pra eles!!).

Embora todas as falcatruas, maracutaias, abuso de poder, nepotismo, clientelismo, benesses e regalias sejam públicos e notórios, há um emaranhado de tubulação e fios que vão brotando do subterrâneo da Casa que dá uma sensação que não acabam nunca. São várias minas espalhadas em todo o solo.

Não há trabalho. Há discurso. Não existem pautas. O tema é sempre único. Na medida em que se busca limpar o esgoto, mais o lixo sobe e toma conta do cenário. Hoje, o Senado é uma bomba atômica na espera de um comando para explodir.

Pela memória registrada em livros, ‘nunca antes na história desse país’, o Senado foi tão desacreditado, desmoralizado e ineficiente na sua função para com a sociedade.

Os que se dizem baluartes da verdade, moral e decência, as possíveis reservas de caráter, de fato não existem. A tirar pelas escolhas à presidência, governar em causa própria, a socialização de imoralidade entre todos os pares e ímpares e a tentativa de criar uma nova imagem para Casa que resgate um mínimo de dignidade.

Mas, algumas coisas mudaram. A sociedade atônica assiste tudo não mais de forma inerte. Hoje a internet facilita a comunicação. São e-mails, comunidades virtuais, twitter, blogs, orkut e ainda se usa a velha faixa na rua (e funciona...) para pressionar, mostrar indignação e retratar ao vivo e em cores o que a sociedade pensa desses larápios travestidos de pessoas do bem.

Um detalhe parece não ser percebido pelos tais representantes: 2010 é ano de eleição.
Com a acessibilidade a informação e a ausência de credibilidade em nossos políticos o voto pode até continuar sendo obrigatório, mas o resultado do pleito poderá ser uma grande revolução.

Diante de um novo cenário, melhor seria que os senadores começassem a limpar o gabinete a partir de hoje. Porque depois de 2010 o espaço poderá ser ocupado por outro.