domingo, 19 de abril de 2009

POESIA 2

Espanto ("Arena Conta Tiradentes") Boal/Guarnieri/Theo

Espanto que espanta a gente,tanta gente a se espantar,que o povo tem sete fôlegose mais sete tem pra dar.
Quanto mais cai, mais levanta;mil vezes já foi ao chão.
De pé! Mil vezes já foi ao chão.Povo levanta, na hora da decisão!

Romanceiro da Inconfidência
Cecília Meireles

(...)
Talvez chore na masmorra.Que chorar não é fraqueza.
Talvez se lembre dos sóciosdessa malograda empresa.
Por eles, principalmente, suspirará de tristeza.
Sábios, ilustres, ardentes, quando tudo era esperança.
E, agora, tão deslembradosaté de sua aliança!

Também a memória sofre, e o heroísmo também cansa.
Não choram somente os fracos.
O mais destemido e forte, um dia, também pergunta, contemplando a humana sorte, se aqueles por quem morremosmerecerão nossa morte.
Foi trabalhar por todos... Mas, por ele, quem trabalha?
Tombado fica seu corpo, nessa esquisita batalha. Suas ações e seu nome, por onde a glória os espalha?
(...)

I-Juca Pirama (ou aquele que vai morrer)
Gonçalves Dias


(...)
Meu canto de morte,Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo Tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
(...)