sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Foto: Josivan Rodrigues

Desglamourizar para democratizar. Essa é a principal proposta do Cine Chinelo NoPE, que chega à sua sétima edição nos próximos dias 27 e 28 de agosto, na Rua da Moeda, Bairro do Recife.

A novidade da próxima mostra é que serão dois dias de realização. "Desde a primeira edição, há
três anos e meio, percebemos a necessidade de mais tempo de sessão, porque recebíamos mais filmes do que tempo de programação", afirma o produtor da mostra, GÊ Carvalho.Curiosos, cinéfilos, agitadores e realizadores estão convidados a participar do Cine Chinelo NoPE, que abre espaço para quem quiser levar seus filmes em dvd, de até 20 minutos, entre 18h e 20h, ou até fechar os 150 minutos de exibição.

Enquanto os vídeos são entregues rola a "sessão" de PC DJ - um computador que escolhe musicas. Os curtas farão parte da Sessão Caldo-de-Cana - ao estilo é na rua, sai na hora e dá para todo mundo - onde os realizadores podem incluir seus trabalhos na programação. A partir das 23h terão apresentações das bandas Chambaril (27) e Treminhão (28).

E, enquanto as bandas tocam, rolam projeções de VJ´s convidados, e daqueles que quiserem levar suas imagens, de até 20 minutos.Durante o evento, o público é estimulado à reflexão sobre a natureza experimental e revolucionário no conteúdo das obras, através da Bula Cinematográfica. "É uma forma de incitar a característica filosófica dentro do audiovisual.

O Cine Chinelo tem esse elemento cineclubista. Não é discussão sobre filmes, mas é sobre cinema. Em seu abanhado, a Bula Cinematográfica tem a pretensão de provocar os realizadores no que compete ao conteúdo de suas obras". Os presentes receberão informativos com uma mistura de fragmentos do livro A Imagem-Tempo, de Gilles Deleuze (Editora Brasiliense, coleção Cinema II), com textos de Gê Carvalho.

"Todo esse estímulo do desenvolvimento do pensamento, contribui para a discussão e formação, sobre a definição da identidade do cinema brasileiro, que há anos tentam enquadrar, mas não se consegue. Simplesmente, porque a identidade do cinema brasileiro é a diversidade", opina Gê Carvalho.

Ao que interessa, a programação dos filmes não existe. "O formato do Cine Chinelo tem essa proposta de resgatar a antiga postura do público em relação ao cinema. Todos iam às sessões para, só na hora, ver o que iria passar. Isso inclui coisas boas e ruins, como acontece, o que também faz parte da democracia.

Esse é o espírito de quem vai ao Cine Chinelo, chegar lá para ver qual é".O Cine Chinelo tem o apoio de João, o proprietário do Bar do Manuel (localizado na Rua da Moeda, que disponibiliza as mesas e cadeiras da sala a céu aberto.

A mostra conta ainda, com o patrocinado da Fundarpe, através do 1º Edital de Fomento ao Audiovisual de Pernambuco e, mais um apoio na divulgação virtual através do blog SomBarato www.sombarato.blogspot.com