terça-feira, 13 de maio de 2008

Propaganda eleitoral fora de época

Algo muito especial ou diferente deve ocorrer no município de Petrolina quando o assunto é propaganda eleitoral fora de época. Isso é questionado porque há muito tempo a eleição já tomou "de" conta das ruas, becos e periferias da cidade antes do dia 6 julho, data liberada para o início da publicidade e propaganda eleitoral.

O apelo tem que ser feito mesmo ao Ministério Público de Pernambuco para intervir junto aos possíveis candidatos a prefeito da cidade que estão nas ruas divulgando suas “campanhas” independentemente da ilegalidade do ato.

A data 6 de julho parece não ser divulgada aos candidatos de plantão. Alguns usam de forma sutil programas em rádio, veículo de maior penetração em toda região, projetando o seu nome e seu discurso na tentativa de deixar na memória do eleitor sua plataforma de campanha.

Outros detêm a concessão desse meio de comunicação e aí usam de forma avassaladora esta mídia para massificar, exaurir suas idéias e se apresentar como alternativa para mudar, transformar, quebrar monopólio e fazer Petrolina crescer...

Uns preferem fazer visitas a eventos e contribuir com “ofertas” para viagens, reformas em algumas roças, apadrinhamento de parentes e o corpo-a-corpo. Outros usam a máquina pública para mostrar “competência” em seus atos e relacionamento com os poderes constituídos.

Há também os que vão às ruas finais de semana com um mini-trio, totalmente vermelho e com sua marca chapada nas laterais, cantarolando melodias produzidas especialmente para divulgar o seu nome. Opa! Já começou a campanha???

Usar os meios de comunicação como artifício eleitoral não é novidade. Aplicar a propaganda eleitoral sutilmente em programas de rádio (sobretudo este veículo) é uma das marcas triunfantes da história política desse país, em especial, pós-abertura democrática.

O questionamento a ser feito, antes de tudo, é sobre a permissividade da própria mídia em possibilitar que fatos como esses ocorram na própria imprensa, que deveria ser canal de fiscalização desses atos.

E não agindo como ouvidor e fiador da sociedade, a mídia deixa de cumprir sua principal função e passa a ser coadjuvante de uma prática ilícita e ilegal que fere o direito do cidadão-eleitor.

Se a mídia é complacente com esta prática ficamos reféns dos tais homens políticos que se dizem representantes do povo e na verdade representam unicamente seus interesses.