quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Por que os políticos mudam de partidos? Parte 1



Numa eleição existem os aliados de um lado com interesses e objetivos em comum. Na outra ponta tem um outro grupo que é contra os interesses do grupo opositor.

As peças do tabuleiro eleitoral começam a ser mexidas e posicionadas quase um ano e meio antes da eleição. O jogo é complexo porque são muitos egos a serem administrados e poucos espaços para alocar tanto narcisismo.

Na disputa, o discurso agressivo, o baixo nível do debate e a lavagem de roupa suja vão tudo pra rua. A arena é na Tv, nos planfletos, no outdoor, no corpo-a-corpo nas ruas e nos debates nas universidades e escolas.

Quem tem a melhor plataforma de trabalho? Quem tem as melhores condições de assumir a função parlamentar? Qual dos candidatos tem as melhores intenções para fazer do seu mandato uma obra em favor da sociedade?

Até então, o que está valendo é o conceito de se fazer o melhor discurso para conquistar uma parte dos eleitores.
Quanto mais se aproxima do pleito, mas as peças do tabuleiro são mexidas.

Numa estratégia de jogo podemos encontrar inimigos ferrenhos de longas datas que jamais se sentariam juntos numa mesma mesa de restaurante, mas por amor ao povo, estão coligados-associados-consorciados para unificar a força e subirem todos a tribuna das casas legislativas. Por amor ao povo os ex-inimigos, hoje, são amigos íntimos de berçário.

Encontramos os oportunistas de “sombras” que rondam e rondam determinadas figuras do meio político para ficar ao lado dele e usar seu prestígio e o seu dinheiro durante a campanha. Também temos os navegadores. Àqueles que vão de um lado para o outro conforme a onda levar.

Há os que gostam de fixar residência no partido e tomar conta da base de sustentação para determinar quem entra, quem sai e quem deve ou não ser convidado a aguardar um pouco na fila até chegar a vez.

Existem aqueles que se elegem por um grêmio ou um conjunto de associados e agregados e depois debandam para o partido que antes era oposição. Tudo isso para não perder as benesses que só mesmo os que estão no topo dos governos municipais, estaduais ou federal podem obter.
É o efeito cascata da pós-eleição.

Conquistados o poder os interesses mudam. Mudam o discurso, a ação e muda o conceito do que é integridade, fidelidade e bandeira ideológica.

(continua...)