segunda-feira, 23 de julho de 2007

ACM ainda é a bola da vez na grande imprensa

(Foto Uol)
Parece mesmo que a pauta ACM ainda vai ficar na grande mídia por um bom tempo como a bola da vez. Muitos veículos para não assumir de frente sua paixão e “compromisso” com o clã Magalhães e ao mesmo tempo não passar a imagem de demagogia pura vão desenhando nas entrelinhas textos obscuros que dão o sentido macro para quem já sabe a linha editorial de uns e micro para quem apenas pensa que o texto não quer necessariamente agredir nem ressaltar as “obras” um tanto quanto maquiavélica do Toninho Malvadeza.

Em alguns textos a grande mídia cita, por exemplo, ACM como “protagonista da política” pós-moderna. Em outros ressalta a sua importância para o cenário “democrático brasileiro” nos últimos 50 anos (!). A mídia também instiga a possibilidade, a idéia e quase que a necessidade do “carlismo” (maldita... deve ser) como continuísmo de uma prática política de currais eleitoral e totalitária.

Em entrevista ao site G1 (20/07), o cientista político e professor da Universidade Federal da Bahia, Paulo Fábio Dantas Neto, diz que o “carlismo é uma força que vai além do senador Antônio Carlos Magalhães, que está enraizada em vários segmentos da sociedade baiana e está passando por um momento de extrema dificuldade, mas não apostaria nem na sua continuidade, nem no seu desaparecimento”, afirma Dantas Neto, autor do livro Tradição, autocracia e carisma: a política de Antonio Carlos Magalhães (Editora UFMG), lançado em novembro.

No meio das dúvidas, melhor seria que a grande imprensa usasse de cautela no discurso da linha editorial do veículo que defende, bem como nas falas de autoridades que antes jogaram lama no cercado e hoje pintam de meio termo ou de políticos moderados que dizem reconhecer em ACM o espírito combativo de homem “integro” (não sei aonde arrumaram esta palavra para ACM!!) e dedicado à causa da Bahia.

Precisamos realmente passar a mídia, a sociedade e algumas instituições a limpo. Penso que estamos no momento de revermos conceitos e discursos pregados por homens que até então foram ícones no processo de redemocratização desse país e hoje jogam na sarjeta seus ideários políticos para comungar com governos e estar no poder.