domingo, 25 de janeiro de 2009

Poesia pra gente ser feliz

RELÓGIO DE PONTO

Alberto da Cunha Melo

Tudo que levamos a sério
torna-se amargo.
Assim os jogos, a poesia, todos os pássaros,
mais do que tudo: todo o amor.

De quando em quando faltaremos a algum compromisso na Terra,
e atravessaremos os córregos cheios de areia, após as chuvas.

Se alguma súbita alegriare tardar o nosso regresso,
um inesperado companheiro marcará o nosso cartão.

Tudo que levamos a sério torna-se amargo.
Assim as faixas da vitória, a própria vitória,
mais do que tudo: o próprio Céu.

De quando em quando faltaremos a algum compromisso na Terra,
e lavaremos as pupilascegas com o verniz das estrelas.