segunda-feira, 30 de junho de 2008

A salada dos partidos políticos e a mídia

Os ingredientes para montagem de uma eleição variam de acordo com os interesses das lideranças em cada comunidade, bairro, município, cidade, estado. Juntos formam uma bandeira partidária, elege o partido que representa os ideais desses grupos e vão ao pleito. Ledo engano.

A tirar pelo número de partidos que se aglomeram neste país, 27 ao todo, PTB, PSB, PSDB, PR, PT e por aí vai... (melhor conferir no site do Tribunal Superior Eleitoral), nada ou quase nada é divulgado, na atual conjuntura, sobre suas bandeiras, ideologias (existem ideologias????) e plataformas partidárias.

Por que os partidos políticos não são mais importantes do que os candidatos? Por que as coligações e os projetos políticos são as bases para se montar uma campanha eleitoral? E por que a mídia (com raríssimas exceções) não faz o debate sobre esta temática?

A tirar pela mídia local, e aqui vai o exemplo de Petrolina e Juazeiro, não há pauta para este debate. E na militância partidária? Nem mesmo entre os dirigentes e filiados partidários este assunto vem à baila.

Não é de se espantar que a mídia local reproduza fielmente o que o rádio pautou o que fez gerar notícias na TV e depois estampou nos impressos e respingou nos blogs. Tudo montado para seguir uma seqüência. E ponto.

“Conjunto de forças e articulações”, “projeto político visando governar com o povo e para o povo”, “apoio partidário as forças de coligações em função de uma governabilidade”. Estes são os discursos, renovados a cada eleição, que os candidatos verbalizam diante da mídia local e a mesma veicula na integra sem questionamento ou quando o faz segue uma tendência (quase sempre explícita) de uma posição partidária.

Ou seja, a salada de partidos que aglutina num mesmo palanque PSB, PR, PPS, PT e até em casos extremos com integração entre o PT e o PSDB (Aracaju, por exemplo), nada ou quase nada deve significar para o eleitor. Pelo menos é isso que os candidatos querem passar....

O que se deduz é que a premissa da escolha do candidato não tem nada a ver com a sua bandeira ideológica partidária. O partido é apenas o meio pelo qual o individuo se apresenta no Tribunal Regional Eleitoral (TRE ) para legitimar sua candidatura.

E se as pessoas (candidatos) estão acima das legendas, segue o efeito trator de construção, sai da frente que lá vem gente com maior poder financeiro e/ou político. O amassador de asfalto vai picotar os partidos que atrapalham e colocar na salada os elementos que geram melhores resultados.

E a mídia, o que faz? Por enquanto olha o preparo da salada sem fazer alarde.