sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A derrota do governo e a não vitória da oposição


Há quem diga por aí que a derrota do governo no Senado depois da não aprovação da CPMF está sendo amarga, sofrível e absurdamente engolida de goela a dentro pelos compatriotas do PT e assemelhados.

Do outro lado, alguns esbanjam sorrisos promissores sobre a vitória da oposição com a derrubada heróica da CPMF.
Nem uma coisa nem outro a imprensa fica no meio dessa briga. Afinal, em alguns editoriais já se escreveu muito sobre o contra ou a favor de um imposto que veio para atender ao câncer da área de saúde, que sempre esteve na UTI em estado de falência múltiplas dos órgãos, e que praticamente viu o dinheiro voando pela janela. O imposto que de provisório e temporário quase se perpetua de forma exemplar para uma sociedade que perdeu o horizonte do inimigo.
O poder tem dessas coisas. Pois não é que há alguns anos a tão oposição de hoje, baluarte da verdade e do desejo de fazer uma “sociedade mais junta”, é a mesma que criou a CPMF e brigava escandalosamente com espada em punho que o tal imposto iria tirar a saúde do buraco negro, ou melhor, da rua da amargura...
Ao contrário, na época, do PT, seus aglomerados e consorciados, que subiam na tribuna da casa do povo para “malhar o pau” na gestão pefelista (hoje democratista....) e tucanista. Era o PT do Lula Lá, de Mercadante, José Dirceu, Heloisa Helena (hoje P-SOL) que se mostravam aglutinadores do contra a CPMF alegando, inclusive, que o objetivo do governo (na época) era fazer caixas e caixas com o dinheiro do povo.
Verdadeiramente, estamos assistindo a Divina Comédia de Dante Alighieri ou é uma tragédia grega?? Os atores estão pulando de cena e quadros como marionetes. Estão trocando de lugares de tempos em tempos como se isso fosse a solução para o desfecho teatral.
Filosofia à parte, nós eleitores estamos completamente perdidos. Afinal, a credibilidade da instituição Congresso Nacional está na lama, os representantes eleitos pelo voto direto, também.
O discurso, a retórica ficou esvaziada no tempo. Chegamos ao ponto de não sabermos quem fala e quem se diz ser sujeito da fala.
Nesse contexto a imprensa também é uma representação do caos. Mesmo porque as fontes “exemplos” da tão valiosa “verdade” passaram de lado e com elas o discurso seguiu em macha. A pauta da grande mídia ainda é pontuada pelo grosso – geral – do dia-a-dia. Uma salada de pepino com abacaxi semelhante em toda a imprensa. Enquanto os blogs de editorial político estão avançando na busca de fatos e elementos novos que contribuam para uma visão mais societária.
A grande questão ainda é: será que estamos caminhando para uma reforma política transformadora? Ou estamos cambaleando para um poço mais fundo do que este que estamos?
Talvez as urnas de 2010 respondam.