quinta-feira, 6 de setembro de 2007

O que seria da sociedade sem uma imprensa livre?


A sociedade estaria fadada a morte. Isto mesmo. A despeito de todos os problemas (e não são poucos) estudados na academia e por intelectuais sobre o papel da mídia na sociedade, muito se tem a dizer em relação a sua contribuição para o exercício da democracia.

Pode-se dizer também que houve e há muitos exageros em coberturas espetacularizadas, em shows de notícias, num aglomerado de notinhas e em tantas outras formas jocosas de se fazer “informativo”. Por isso, a mídia sempre foi objeto de estudo e avaliação para não se fazer passar impunes os erros cometidos.
No entanto, hoje alguns estão defendendo o total controle da informação quando esta toca em seu calcanhar de Aquiles, quando diz respeito a sua calçada e não a do vizinho. Seria isso então uma atitude ditatorial? Como aceitar viver numa democracia se uma das regras desse sistema é exatamente conviver com as diferenças e permitir que os meios de comunicação sejam livres e tenham compromissos com a informação?
Para os petistas e esquerdistas de plantão gostaria de registra que este blog é sim um espaço de debate e controvérsias. Muito se diz e muito se pensa também. Contudo, é impossível não discutir um tema que está nas capas dos maiores veículos de comunicação não só do Brasil como da Europa e os EUA. Tema este que tem a ver com a credibilidade governamental deste país. O escândalo Ali Baba e os 40 ladrões ou o também chamado Mensalão não foi planejado pela grande imprensa. Assim sendo, não poderia a mesma estar fazendo mídia panfletária de um assunto que mexe no conceito da democracia e na base de sustentação do governo nacional.
Ter boa parte da cúpula do PT neste escândalo é sim assunto da mídia. Assim como, saber que este partido que se posicionou como paladino da verdade e decência hoje aplaude elementos mafiosos e corruptos que em conluio com outros bandidos de colarinho branco receberam vantagens indevidas em função do cargo, montaram quadrilha e desviaram o dinheiro público. E isto não é deve ir para mídia?
Em seu 3º Congresso o próprio PT aplaudiu a criação do Código de Ética para o partido, coisa que no passado não fora necessário porque até então era praticamente o único partido brasileiro identificado com a ética na vida pública e nunca se mostrou modesto em pregar este discurso.
Mesmo depois de toda sujeira que veio para o ventilador, trazendo os maiores nomes do partido no comando geral do Mensalão, ainda assim estas pessoas continuam a fazer parte da agremiação, do pensamento do PT e das ações que são definidas como bandeiras para a sociedade.
É por estas e outras atitudes xiitas deste partido que conquistou o imaginário brasileiro com o seu discurso inconformista e enfático, que esta blogueira e muitos brasileiros, leitoreis e eleitores estão sem horizonte partidário. O que não quer dizer que todos se bandearam para os tucanos e democráticas da vida. Até porque dessas legendas de alugueis boa parte dos brasileiros já sabe da incoerência dos seus discursos e, portanto, qualquer coisa que venha desta ala não é novidade, não causa horror e indignação. Deste outro lado sempre se espera o pior.
Hoje, estamos sim, na busca de um novo horizonte partidário consciente de que as mudanças societárias passam necessariamente pelas definições políticas. Presumir que faremos a total redemocratização do país sem a participação da imprensa é no mínino um erro primário de conhecimento sobre processos democráticos.
Parafraseando o próprio presidente Lula, nunca na história desse país (apesar dos exageros e erros) tivemos uma imprensa tão atuante como nos últimos anos.