sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Brava elite brasileira

Li este artigo publicado no blog do Noblat e resolvi postar aqui para nossa reflexão. O texto foi um bálsamo para mim este final de semana.

Brava Elite Brasileira
Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

Ando cansada de ouvir palavras que nos diminuem, termos que nos ofendem, descrições que não nos descrevem em absoluto. A apologia da ignorância e o chamamento feito pelo presidente da República para que nenhum militante de seu partido se sinta humilhado pela decisão do Supremo Tribunal Federal, não me pareceram convenientes como presente para o Brasil, nesta sua data que hoje se comemora.

O presente que pretendo oferecer é uma lista de sete nomes que nos mostram que não é nosso destino ser ignorantes, aéticos, medíocres, muito pelo contrário.

Ética vem do grego “ethos”, que quer dizer o modo de ser, o caráter. Na versão para o latim, ética aparece como ‘mos’, cujo plural é ‘mores’. Em português, moral. Não são atributos que nascem conosco, são adquiridos pela educação, pelo exemplo, pelo hábito que vira uma segunda natureza. Ética e moral, pela própria etimologia, dizem respeito a uma realidade forjada histórica e socialmente, a partir das relações entre os seres humanos, nas sociedades onde nascem e vivem.

Os filósofos e os sociólogos distinguem entre as duas: a moral é o conjunto de princípios, costumes, preceitos, valores, que devem nortear nosso comportamento. Já a ética é a teoria, a explicação, a justificação, a compreensão do que significa ‘moral’. Viver é conviver. Na convivência com o outro, é que mostramos como deve ser o comportamento dentro do conjunto de normas morais e éticas.

Vivemos em comunidades. Nessas comunidades, alguns se destacam pelos mais variados motivos. Formam a elite: palavra derivada do francês arcaico ‘eslite’, que por sua vez vem do latim ‘eligere’, que originou ‘élu’, em português ‘eleito’. Evidentemente, eleito aí não significa escolhido nas urnas. Mas alguém escolhido pela aprovação dos demais membros da comunidade por ter se destacado em sua área de atuação.

Elite, no singular, é isso: a autoridade moral merecida pelo comportamento exemplar ou pelas realizações de um dos membros da comunidade. O uso da palavra no plural, as elites, veio de uma interpretação errônea do que elite significa e está para sempre associado não às qualidades individuais, mas ao poder de uma categoria social sobre as outras.

Não é disso que este texto tratará, mesmo porque as elites hoje são os petistas e disso não falo em dia de festa. Vamos aos sete nomes de cidadãos brasileiros que nos provam como pode ser belo e luminoso o nosso país:

1) Antonio Fernando de Souza, Procurador Geral da República.
Homem muito discreto, como aliás a posição que ocupa exige, Antonio Fernando de Sousa se tornou conhecido como autor da denúncia contra membros do Governo Federal. Dele é a expressão Sofisticada Organização Criminosa que define o ‘bando dos 40’, acusados de diversos crimes, entre eles corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro.
Sempre reservado e formal, não conseguiu, no entanto, disfarçar um sorriso misto de alívio e contentamento, ao final do julgamento da denúncia que encaminhou ao STF. A ele muito devemos; sua dedicação, postura ética e cultura jurídica, foram essenciais para o acatamento da denúncia.
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