segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Ainda sobre o Shalako ou Challako

Com “S” ou com “C” nada muda em relação a origem e objetivos da casa de shows eróticos Challako, em Juazeiro-BA, fechada há mais de 20 dias. Os defensores das atividades do estabelecimento foram fiéis as suas alucinações na luta a favor da liberação total da continuação da venda e troca do produto humano, neste caso, a mulher.

Qualquer que seja o movimento contrário a isso, todos estão armados até os dentes para defenderem seus interesses libidinosos. Toda esta celeuma tem a ver com o artigo publicado neste blog na terça, 25, com o título O Shallako fechou pra sempre?

Como o assunto chegou até aos gabinetes empresariais do Recife e em Brasília, não faltaram telefonemas e e-mails para debaterem sobre o tema. Assim sendo, além da postagem de mensagens, de forma anônima, é claro, neste blog, outras comunicações foram feitas no sentido de intimidar o discurso de tantas pessoas que pensam semelhantes e que estão batalhando para mostrar outras possibilidades de trabalho para as “meninas” que fazem esse tipo de atividade.

É claro que estamos considerando que esta prática de exposição corporal vem desde o inicio dos tempos. Em 56 A.D. Cristo, por exemplo, o apóstolo Paulo teve muitas dificuldades na pregação do evangelho para o povo em Corinto, parte meridional da península grega, onde se instalava o templo de Afrodite com suas mil prostitutas. O fato não é novo e sabe-se também que esta prática no Brasil não é crime e a exploração do próprio corpo não contém sanção alguma.

Agora, incentivar uma moça a ingressar nesta profissão, isto sim é crime. Sendo assim, os criminosos são os donos dos prostíbulos. No entanto, construir estes templos para abrigar visitantes ilustres tem muitas vantagens.

E até o onde sabemos os freqüentadores assíduos desses estabelecimentos sabem perfeitamente bem o que esperam por eles lá dentro. Os encontros às escuras e na calada da noite com propósitos de alimentar a sensação de voyerismo construído através de imagens e sons, típico de cinema, fazem do local um espaço não apenas com tais objetivos. Busca-se também a troca de favores, negociatas ilícitas, circulação de drogas e manipulação de informação e poder.

Detalhes à parte, o fechamento e talvez a não reabertura deste famoso ponto de encontro dos poderosos empresários, políticos e personalidades importantes das sociedades juazerense e petrolinense é ainda o assunto principal na rodada de negócios realizada por telefones ou nos treinos de futebol amador.

Afinal, o entretenimento disfarçado de "lazer natural" não funciona há quase um mês e, portanto, quais as conseqüências futuras para esses freqüentadores que se dizem humanos?

Só o tempo dirá.