quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Os homens que foram amigos do presidente

Fazendeiro Marcos Valério

Aprendiz de cantor Roberto Jefferson

Estes homens cortaram o Brasil de ponta-a-ponta num período (2005/2006) em que nossos gritos eram de alegria em relação à história de um partido, PT, e de um representante do povo que chegou ao poder pela forma mais lícita e honrosa de uma democracia: o voto direto.

A palavra “mensalão” entra no dicionário da língua portuguesa como uma marca que vai se perpetuar nas futuras gerações de um fato que sempre ocorreu no mercado político, mas que só veio à baila através destes protagonistas, especificamente, o ex-deputado federal Roberto Jefferson.

O neologismo mensalão, popularizado pelo então deputado, deu ressonância quase que magnética em nível nacional. A imprensa adotou a palavra, grafada pela primeira vez no dia 06 de junho de 2005 na Folha de São Paulo e se firmou como significado real de “esquema de compra de votos de parlamentares”.

Depois de tudo no ventilador, hoje, o ex-deputado federal Roberto Jefferson está advogando, blogando e tentando ser cantor e o que se dizia ser publicitário, Marcos Valério, está mais gordo, com implante de cabelos na frente central da cabeça e administrando com muita sapiência fazendas e gados em Minas Gerais. Pela foto de Valério, se percebe um semblante de preocupação pelas perdas das empresas publicitárias, DNA, Graffiti Participações e SMP&B.

Sentindo uma dor profunda que rompe seu peito, Marcos Valério passa boa parte do tempo na sua fazenda Santa Clara, que fica em Caetanópolis, cerca de 110 km de Belo Horizonte. A área muito "apertada" tem 360 hectares e é valorizada por uma suntuosa casa de 700 metros quadrados, distribuídos em dois pavimentos e um mirante. Junto à residência, uma capela para que o nosso arrependido empresário possa rezar. Também há uma área de lazer com piscina para se refrescar e um salão de refeições com churrasqueira para receber amigos de velhas datas e os novos para futuras empreitadas.

Os dois homens que foram amigos do presidente não parecem taciturnos, meditabundos e cabisbachos. Muito pelo contrário, estão desfilando nas rodas dos grandes amigos, um pouco longe dos holofotes da mídia e totalmente despreocupados com o por vir. Afinal, impunidade neste país é matéria obrigatoria nas faculdades da cleptomania. Reduto este onde vários letrados na corrupção brigam para ensinar a mesma disciplina.

Até porque não é complicado explicar aos diversos aprendizes de falcatruas quais são caminhos das pedras. Um dos percursos quase que obrigatório é passar pelo Congresso Nacional. O resto dá para tirar de letra depois de formado.