domingo, 12 de agosto de 2007

Farinha do mesmo saco 2 - O caso Renangate e seus pares

Sobre o texto bem pontuado de Nelson Motta (abaixo) nada mais do que a verdade deveria ser exposta pela mídia e pelos pares e ímpares do nosso Congresso. A imprensa (já faz tempo) vem a reboque dos acontecimentos levantados por pessoas que atuam de forma isolada, com interesses pessoais e que ao pisar no calcanhar de Aquiles de alguns nomes representativos vêm à tona os fatos escusos dessas representações. É o caso do então irmão inimigo de Fernando Collor, o Pedro Collor, dona Pitta e o ex-deputado, agora blogueiro e iniciante de cantor, Roberto Jefferson.

Ora, assim sendo, o que tem a imprensa contra o senador alagoano Renan Calheiros? A bem da verdade, seria muito cômodo e tranqüilo para nós pobres leitores e eleitores que o caso Renangate fosse totalmente acertado e por que não trazer à baila todas as mazelas, patifarias e roubalheiras praticadas nos corredores do Congresso, restaurantes de Brasília e “residências especiais” onde grupos envolvidos maquinam as estratégias para as ações golpistas.

Enquanto o roteiro da história não está fechado por completo, os atores encenam de improviso. Na tribuna o então presidente do Senado, que nem moral tem para administrar sua vida pessoal, faz ameaça na tangente para uns e põe discurso enfático na garganta quando quer atingir outro no coração.

Os pares e ímpares tremem na base porque no geral, quase todos, ou melhor, todos, têm muito a perder numa lavagem de roupa suja sendo exposta de forma midiática. Aquele que levanta a bandeira da dignidade e decência hoje pode ver seu nome lavrado nos autos das corrupções e de ações ilícitas, amanhã.

Todos estão encurralados até o pescoço. Quem não está dentro do saco de farinha é tão comprometido quanto, até porque conhece os caminhos pelos quais muitos estão seguindo e poderia perfeitamente denunciar quem estar ou não dentro do saco.

O silêncio é uma resposta de quem está colocando ataduras nos braços para não cortar na própria pele. Ao ficar calado passa a ser testemunha cabal ameaçada por uma bomba relógio que pode explodir a qualquer momento.

Desvendar o caso Renangate é abrir a porteira do serrado e deixar as vacas, os bois e os cavalos saírem.