Com passos curtos e em alguns momentos longos, o cenário político de Petrolina parece tomar corpo e forma. De soldado a médico, passando por professores e empresários.... tem de tudo nesta corrida pelo poder.
Com pouca sensibilidade e quem sabe até cartas marcadas para um discurso caloroso, candidatos fazem de tudo para não perder a oportunidade de estar na mídia.
Considerando o fato de que para alguns veículos de comunicação fazer jornalismo é tornar a notícia um espetáculo, alguns dos candidatos ao cargo maioral do município, a prefeitura, também fazem o jogo de que gostam de falar e portanto, brigar em emissora de rádio é sinônimo de audiência (pensam até que teria participação do eleitor no processo!)
Tudo leva a entender que a eleição deste ano (ou nos anos anteriores foram diferentes??) é toda uma preparação sociológica e psicológica e não ideológica para as eleições de 2010.
Como a arte de fazer política é sempre a jogatina entre o que deseja o candidato para o seu bolso e o que pensa o eleitor sobre suas necessidades, o esquema de empurra-empurra fica muito claro para os candidatos.
Vejamos: o que antes era projeto prioritário de governo Eduardo Campos (PSB), hoje é projeto político. A temática sobre qualquer que seja o assunto do PT não é mais uma corrente ideológica e sim de um “conjunto de forças”. O PT não briga por cargos, mas sim por um projeto político que atenda esse conjunto de forças…
A coligação é como uma epidemia de dengue, todos podem viver esta realidade. A necessidade do povo? Isto já acabou há muito tempo. Na escala de 0 a 10, para os candidatos, o desejo do povo está em menos zero.
Agora, no discurso tudo isso tem que ser considerado. Afinal, sem uma boa retórica que passe necessariamente pela educação, saúde, moradia, habitação digna (já assistiram este filme em algum lugar??), como pode um político chegar ao poder?
Como pode estes políticos chegarem em 2010?
segunda-feira, 31 de março de 2008
domingo, 30 de março de 2008
Mais poesia
Minha amiga Bet Moreira passa todos os domingos,via e-mail, uma obra prima poética que sempre estou compartilhando com meus amigos blogautas.
Vejam abaixo...
Vejam abaixo...
terça-feira, 25 de março de 2008
As mulheres que derrubam o poder estão na moda
Longe de fazer um paralelo entre os escândalos sexuais americanos versos brasileiros, pode-se, pelo menos pensar em alguns pontos nada semelhantes.
Por exemplo, o conceito de prostituição. Atividade milenar e de progressiva ascensão societária, sobretudo no Brasil, parece que estar nesta função ou usar tal artefato para conquistar o poder está mesmo na moda. Em se tratando de Brazil, tudo é singular e nada é levado tão a sério. Um exemplo instigante disso é a charge que acompanha este texto.
Conceitos morais, ético, honradez, vergonha pública e familiar não fazem parte do repertório de políticos brasileiros, sobretudo no quesito monogâmico. Sem entrar nos particulares sócio-político, podemos perceber que além da prática libidinosa, exercício comum dos profissionais dessa área, outros dois elementos são adicionados ao lamaçal. São eles: a projeção midiática e os dividendos dessa projeção. Tanto americanas como brasileiras fazem com supremacia esta prática.
Ashley Dupré, que ficou conhecida semana passada como pivô da renúncia do governador de Nova Iorque, Eliot Spitzer, ganhou mais de US$ 1 milhão com os downloads de músicas interpretadas por ela. Pelo menos é o que anuncia a imprensa novaiorquina. A aspirante à cantora começou sua “carreira meteórica” depois de derrubar um homem, ou melhor, o poder político de um homem.
Por aqui, as coisas não são tão diferentes. Afinal, Mônica Veloso, conhecida como a mulher que abalou a república, parece estar bem confortável depois do abalo sísmico, do tira-a-tira a roupa e mostra tudo na revista Playboy, do entra e sai de entrevistas em veículos diversos e agora posando de profissional/apresentadora em um programa de carro (mesmo sem entender) na TV. Tudo muito simplório e natural. Afinal, no Brasil, por exemplo, escândalos são feitos para serem vistos e esquecidos posteriormente.
E num intercâmbio entre Brasil X EUA está uma outra personagem desse mundo glamouroso das relações intersexuais: a cafetina Andréia Schwartz. Luzes, câmeras, máquinas fotográficas, MP4, gravadores e microfones acompanhados dos representantes da imprensa (e não ao contrário...) correm desesperadamente para cobrir, registrar, focar e mostrar a chegada em São Paulo e depois no Espírito Santo da “exportadora” Andréia que foi condenada pela Justiça americana por explorar prostituição e porte de drogas.
Andréa, que faz parte da rede conectiva da qual Ashley Dupré é integrante, chega ao Brasil como “heroína”. Arruma assessor de comunicação e ainda escolhe os veículos para ser entrevistada. Pouco? Que nada... a mídia corre desesperadamente atrás das migalhas que sobram dos que foram escolhidos para espetacularizar o que já é ridículo de ser visto.
Moralismo à parte, resta fazer novamente uma grande rediscussão sobre as pautas que devem ou não ser apuradas pela grande mídia e a relevância que muitos desses assuntos recebem a ponto de perdermos o referencial como sociedade. Passamos a ver e assistir tudo o que se diz ser informação. E nossa real comunicação entra de ralo abaixo porque o covil dos ratos foi aberto. Tudo e qualquer coisa é midiático. É notícia.
Por exemplo, o conceito de prostituição. Atividade milenar e de progressiva ascensão societária, sobretudo no Brasil, parece que estar nesta função ou usar tal artefato para conquistar o poder está mesmo na moda. Em se tratando de Brazil, tudo é singular e nada é levado tão a sério. Um exemplo instigante disso é a charge que acompanha este texto.
Conceitos morais, ético, honradez, vergonha pública e familiar não fazem parte do repertório de políticos brasileiros, sobretudo no quesito monogâmico. Sem entrar nos particulares sócio-político, podemos perceber que além da prática libidinosa, exercício comum dos profissionais dessa área, outros dois elementos são adicionados ao lamaçal. São eles: a projeção midiática e os dividendos dessa projeção. Tanto americanas como brasileiras fazem com supremacia esta prática.
Ashley Dupré, que ficou conhecida semana passada como pivô da renúncia do governador de Nova Iorque, Eliot Spitzer, ganhou mais de US$ 1 milhão com os downloads de músicas interpretadas por ela. Pelo menos é o que anuncia a imprensa novaiorquina. A aspirante à cantora começou sua “carreira meteórica” depois de derrubar um homem, ou melhor, o poder político de um homem.
Por aqui, as coisas não são tão diferentes. Afinal, Mônica Veloso, conhecida como a mulher que abalou a república, parece estar bem confortável depois do abalo sísmico, do tira-a-tira a roupa e mostra tudo na revista Playboy, do entra e sai de entrevistas em veículos diversos e agora posando de profissional/apresentadora em um programa de carro (mesmo sem entender) na TV. Tudo muito simplório e natural. Afinal, no Brasil, por exemplo, escândalos são feitos para serem vistos e esquecidos posteriormente.
E num intercâmbio entre Brasil X EUA está uma outra personagem desse mundo glamouroso das relações intersexuais: a cafetina Andréia Schwartz. Luzes, câmeras, máquinas fotográficas, MP4, gravadores e microfones acompanhados dos representantes da imprensa (e não ao contrário...) correm desesperadamente para cobrir, registrar, focar e mostrar a chegada em São Paulo e depois no Espírito Santo da “exportadora” Andréia que foi condenada pela Justiça americana por explorar prostituição e porte de drogas.
Andréa, que faz parte da rede conectiva da qual Ashley Dupré é integrante, chega ao Brasil como “heroína”. Arruma assessor de comunicação e ainda escolhe os veículos para ser entrevistada. Pouco? Que nada... a mídia corre desesperadamente atrás das migalhas que sobram dos que foram escolhidos para espetacularizar o que já é ridículo de ser visto.
Moralismo à parte, resta fazer novamente uma grande rediscussão sobre as pautas que devem ou não ser apuradas pela grande mídia e a relevância que muitos desses assuntos recebem a ponto de perdermos o referencial como sociedade. Passamos a ver e assistir tudo o que se diz ser informação. E nossa real comunicação entra de ralo abaixo porque o covil dos ratos foi aberto. Tudo e qualquer coisa é midiático. É notícia.
E tome poesia...
Esta é o do meu amigo poeta, escritor, jornalista, publicitário, fotografo, cantor... Carlos Laerte...
Que bom, Laerte, que você mandou esta obra que compartilho com todos os amigos blogautas.
Que bom, Laerte, que você mandou esta obra que compartilho com todos os amigos blogautas.
Em Teclas com Pessoa
Em Teclas com Pessoa
Carlos Laerte
O cigarro e a tecla
lúdicos companheiros
dos meus delírios
poéticos
tão em mim buscando fuga.
Se me agradam somente
por vaidade,
descrevo o cigarro e apago
a tecla.
Pode haver vida textual
se na minha ficção
não absorvo poesia?
Irrealidades imagino
mas isso não compõe existência
Ordenando-me em linha reta
me fragmento
puro deslize, inútil ensaismo
verdadeiro desassossego.
Mas há outro cigarro
e as teclas uma a uma
transfiguram-se em inquietos
heterônimos
chamando-me abusivamente
à vida.
Pouco a pouco finjo-me pessoa
e me permito amigos estranhos
ali, no mesmo canto
prazerosamente, convivendo em mim
quando penso existir
marco inutilmente encontros
colóquios, mesa de bar
Em conjunto firmamos projetos
votamos concordatas
Porém desculpam-me a todo instante
a pressa dos dias, a angústia das noites
há sempre motivos para as faltas
talvez se remarcarmos aquele encontro
do bar
lembra?
na há jeito.
O apelo em mim
tão de mim buscado é só espera.
São demais os intérpretes e o tempo
se encarrega dos meus originais,
ora espalhados
ombro a ombro
entre o cigarro e as teclas
ora espelhados
pessoa a pessoa
na metade que busco entender.
Ontem apaguei o cigarro
ascendi à tecla
fantasiado pessoalmente em pessoa
cheguei em mim tão inteiro e absoluto
que da minha aldeia me fiz rei,
coroado e aclamado por muitos
cortejado por muitas que julgava
não existir
e foi tão bonita a festa
tão profunda a sesta
que despertando deste encanto
num conto renasci.
Lá me contaram histórias de um certo rei,
que despótico de si
abusivamente imperou anos a fio
construindo avenidas
determinando
paralelas
Por coincidência, pura coincidência
sendo deposto num motim.
Que podem pessoas em motim?
Carlos Laerte
O cigarro e a tecla
lúdicos companheiros
dos meus delírios
poéticos
tão em mim buscando fuga.
Se me agradam somente
por vaidade,
descrevo o cigarro e apago
a tecla.
Pode haver vida textual
se na minha ficção
não absorvo poesia?
Irrealidades imagino
mas isso não compõe existência
Ordenando-me em linha reta
me fragmento
puro deslize, inútil ensaismo
verdadeiro desassossego.
Mas há outro cigarro
e as teclas uma a uma
transfiguram-se em inquietos
heterônimos
chamando-me abusivamente
à vida.
Pouco a pouco finjo-me pessoa
e me permito amigos estranhos
ali, no mesmo canto
prazerosamente, convivendo em mim
quando penso existir
marco inutilmente encontros
colóquios, mesa de bar
Em conjunto firmamos projetos
votamos concordatas
Porém desculpam-me a todo instante
a pressa dos dias, a angústia das noites
há sempre motivos para as faltas
talvez se remarcarmos aquele encontro
do bar
lembra?
na há jeito.
O apelo em mim
tão de mim buscado é só espera.
São demais os intérpretes e o tempo
se encarrega dos meus originais,
ora espalhados
ombro a ombro
entre o cigarro e as teclas
ora espelhados
pessoa a pessoa
na metade que busco entender.
Ontem apaguei o cigarro
ascendi à tecla
fantasiado pessoalmente em pessoa
cheguei em mim tão inteiro e absoluto
que da minha aldeia me fiz rei,
coroado e aclamado por muitos
cortejado por muitas que julgava
não existir
e foi tão bonita a festa
tão profunda a sesta
que despertando deste encanto
num conto renasci.
Lá me contaram histórias de um certo rei,
que despótico de si
abusivamente imperou anos a fio
construindo avenidas
determinando
paralelas
Por coincidência, pura coincidência
sendo deposto num motim.
Que podem pessoas em motim?
domingo, 23 de março de 2008
Poesia é vida...
Minha amiga Bet passou este texto e o poema para mim (veja abaixo) que compartilho carinhosamente com todos os meus blogautas!!
"Fernando Pessoa. Esse canto, talvez o mais usado do poeta, precisa ser visto no contexto em que foi criado ou num fragmento de duas estrofes. Ler, reler, sentir a poesia em sua plenitude e o retomar histórico de uma nação em sua grandeza e miséria... do todo para o eu, nossas dores particulares neste mar onde também navegamos... vida!"
Bet
"Fernando Pessoa. Esse canto, talvez o mais usado do poeta, precisa ser visto no contexto em que foi criado ou num fragmento de duas estrofes. Ler, reler, sentir a poesia em sua plenitude e o retomar histórico de uma nação em sua grandeza e miséria... do todo para o eu, nossas dores particulares neste mar onde também navegamos... vida!"
Bet
Fernando Pessoa em nós... afinal, poesia é vida...
X. MAR PORTUGUÊS
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena?
Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena?
Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
quarta-feira, 19 de março de 2008
segunda-feira, 17 de março de 2008
E falando em poesia...
Recebi da minha amiga Bet (Elizabeth Moreira) e postei abaixo a poesia e melodia Viagem e com muito carinho compartilho com meus blogautas. Afinal, nem só de política e crítica da mídia vive este blog...rsrs... mas também de muita poesia pra gente aguentar o resto....
Agora, analisando friamente e liricamente esta obra, entendemos por que Ariano Suassuana é tão importantemente radical quando levanta a bandeira da nossa cultura e raiz. Afinal, entender a riqueza dessas palavras é infinitamente mais edificante do que qualquer banda de forró estilizado (se é que existem diferenças entre elas).
Até porque de uma coisa temos certeza, a letra e a música Viagem estão registradas na história, assim como Roda-Viva, Atrás da Porta, Dia Branco, Oceano e tantas outras obras clássicas da nossa MPB. Estas sim, ficarão marcadas porque fizeram à história.
E falando nisso, Bet, bem que você podia mandar pra gente aquela obra de Beto Guedes... “nem o sol, nem o mar, nem o brilho das estrelas....”
Ah! Vale ressaltar que estou esperando uma poesia especial do nosso amigo poeta, escritor, jornalista, publicitário e fotografo Carlos Laerte, para postar aqui.
To aguardando, Laerte!!!
Agora, analisando friamente e liricamente esta obra, entendemos por que Ariano Suassuana é tão importantemente radical quando levanta a bandeira da nossa cultura e raiz. Afinal, entender a riqueza dessas palavras é infinitamente mais edificante do que qualquer banda de forró estilizado (se é que existem diferenças entre elas).
Até porque de uma coisa temos certeza, a letra e a música Viagem estão registradas na história, assim como Roda-Viva, Atrás da Porta, Dia Branco, Oceano e tantas outras obras clássicas da nossa MPB. Estas sim, ficarão marcadas porque fizeram à história.
E falando nisso, Bet, bem que você podia mandar pra gente aquela obra de Beto Guedes... “nem o sol, nem o mar, nem o brilho das estrelas....”
Ah! Vale ressaltar que estou esperando uma poesia especial do nosso amigo poeta, escritor, jornalista, publicitário e fotografo Carlos Laerte, para postar aqui.
To aguardando, Laerte!!!
Viagem
Escute a melodia aqui.
Composição: João de Aquino e Paulo César Pinheiro
Oh, tristeza me desculpe
Estou de malas prontas
Hoje a poesia
Veio ao meu encontro
Já raiou o dia
Vamos viajar
Vamos indo de carona
Na garupa leve
Do vento macio
Que vem caminhando
Desde muito longe
Lá do fim do mar
Vamos visitar a estrela
Da manhã raiada
Que pensei perdida
Pela madrugada
Mas que vai escondida
Querendo brincar
Senta nessa nuvem clara
Minha poesia
Anda se prepara
Traz uma cantiga
Vamos espalhando
Música no ar
Olha quantas aves brancas
Minha poesia
Dançam nossa valsa
Pelo céu que o dia
Faz todo bordado
De raio de sol
Oh! Poesia me ajude
Vou colher avencas
Lírios, rosas, dálias
Pelos campos verdes
Que você batiza
De jardins do céu
Mas pode ficar tranqüila
Minha poesia
Pois nós voltaremos
Numa estrela guia
Num clarão de lua
Quando serenar
Ou talvez até quem sabe
Nós só voltaremos
No cavalo baio
No alazão da noite
Cujo o nome é raio
Raio de luar.
Ainda sobre frutas, verduras e pepinos da salada eleitoral de Petrolina
Uma blogauta antenada e ligada no disse-me-disse da feira livre do mercado eleitoral de Petrolina, me passou um e-mail lembrando que na relação dos feirantes das saladas de abacaxi com pepinos (postado aqui no Blog dia 14/03 com o título Os prefeituráveis, salada de verduras e frutas ) faltou a banca do então candidato Júlio Lossio (PMDB), o doutor dos “oios”.
Pois não é que a garota está mesmo certa? O então médico dos abastados, atendente da boa parte da chamada elite petrolinense, quer mesmo sair do seu consultório e da sua tranqüilidade clínica para entrar na parafernália administrativa municipal. E tudo isso, por amor ao povo.(!)
Povo este que ele vem atendendo de forma gratuita, há certo tempo, cavando sua popularidade para a possível candidatura. No interior a dentro só dá o “dotor”. Possibilidade de vice? Nem pensar. A outra alternativa, quem sabe, seria a chapa fechada com o outro doutor do povo, Osvaldo Coelho, este sim como vice. Nesse caso, lembrou bem minha amiga blogauta, na feira do mercado livre eleitoral “vai ter o pai da irrigação vendendo fruta de primeira com inspeção médica, ou seja, certificado de qualidade”.
Todo esse conteúdo alimentar, provavelmente indigesto, vai mesmo terminar com o resultado nas urnas. Afinal, é impressionante como tem gente disposta a doar seu tempo precioso de horas com a família, amigos, trabalho....para disputar uma cadeira de Prefeito!
É naturalmente normal que toda essa gente desinteressada em trabalhar em causa própria faça isso exclusivamente por amor a obra. Por dedicação ao povo. Porque o povo precisa de gente assim... que doe o melhor de si sem pedir nada em troca.
Nossos Dartanhans, os mosquiteiros e Robby Wood estão prontos. Dispostos a tirar tudo dos “ricos” para entregar aos pobres.
Depois do pleito, você verá o resultado.
Pois não é que a garota está mesmo certa? O então médico dos abastados, atendente da boa parte da chamada elite petrolinense, quer mesmo sair do seu consultório e da sua tranqüilidade clínica para entrar na parafernália administrativa municipal. E tudo isso, por amor ao povo.(!)
Povo este que ele vem atendendo de forma gratuita, há certo tempo, cavando sua popularidade para a possível candidatura. No interior a dentro só dá o “dotor”. Possibilidade de vice? Nem pensar. A outra alternativa, quem sabe, seria a chapa fechada com o outro doutor do povo, Osvaldo Coelho, este sim como vice. Nesse caso, lembrou bem minha amiga blogauta, na feira do mercado livre eleitoral “vai ter o pai da irrigação vendendo fruta de primeira com inspeção médica, ou seja, certificado de qualidade”.
Todo esse conteúdo alimentar, provavelmente indigesto, vai mesmo terminar com o resultado nas urnas. Afinal, é impressionante como tem gente disposta a doar seu tempo precioso de horas com a família, amigos, trabalho....para disputar uma cadeira de Prefeito!
É naturalmente normal que toda essa gente desinteressada em trabalhar em causa própria faça isso exclusivamente por amor a obra. Por dedicação ao povo. Porque o povo precisa de gente assim... que doe o melhor de si sem pedir nada em troca.
Nossos Dartanhans, os mosquiteiros e Robby Wood estão prontos. Dispostos a tirar tudo dos “ricos” para entregar aos pobres.
Depois do pleito, você verá o resultado.
sábado, 15 de março de 2008
Como são nossos parlamentares 1
Este blog de forma alguma pode deixar passar informações tão importantes quanto estas que estão no post abaixo.
Afinal, não se indignar com a função esculhambada dos nossos parlamentares que se dizem representantes do povo é aceitar que essas pessoas voltem ao poder através do nosso voto.
Como são nossos parlamentares...2
A Transparência Brasil anuncia o relatório “Como são nossos parlamentares”, com análises sobre informações relativas aos membros da Câmara dos Deputados, do Senado, das Assembléias Legislativas e da Câmara Legislativa do Distrito Federal, reunidas no projeto Excelências (www.excelencias.org.br). O relatório pode ser baixado clicando-se aqui
Eis algumas das muitas constatações do relatório:
. Em conjunto, os deputados federais brasileiros gastaram quase R$ 20 milhões com viagens em 2007. Esse dinheiro seria suficiente para cada deputado dar cinco voltas em torno da Terra de avião.
· Não só na Câmara dos Deputados, mas também no Distrito Federal, em São Paulo e no Rio Grande do Sul, os parlamentares consomem vultosas quantias com combustíveis. No agregado, os deputados federais gastaram o suficiente para percorrer de automóvel 73,8 milhões de quilômetros; os paulistas 11,1 milhões de quilômetros e os gaúchos 13,2 milhões de quilômetros. O combustível que os 24 deputados distritais brasilienses declararam ter gasto seria suficiente para percorrer o Plano Piloto de uma ponta a outra mais de 235 mil vezes durante o ano.
· Cerca de um terço dos deputados federais apresenta ocorrências na Justiça ou em Tribunais de Contas. Nas bancadas de alguns estados eles são maioria: por exemplo, 75% dos deputados federais eleitos no Tocantins estão nessa condição.
. Mais de um terço dos senadores tem ocorrências na Justiça ou em Tribunais de Contas. Entre os trinta senadores com tais ocorrências, onze foram eleitos no Nordeste.
· Pelo menos um terço dos deputados estaduais de 15 Casas Legislativas estaduais tem pendências com a Justiça ou com Tribunais de Contas. Na Assembléia Legislativa de Goiás eles são mais de 70%. Em outros sete estados o porcentual é de pelo menos 40%.
· A assiduidade dos parlamentares ao trabalho muitas vezes deixa a desejar. Na Câmara dos Deputados, a média de faltas nas sessões plenárias foi de 12% no ano. A representação estadual mais faltosa foi a do Rio Grande Norte, com 18,9% de ausências. Entre as poucas Assembléias Legislativas que dão informações sobre a presença dos parlamentares, a de pior desempenho é a de Pernambuco: nesse estado, a média de faltas é de 26,6%.
· A média de ausências nas sessões das comissões temáticas da Câmara dos Deputados é de 28%. Os do Rio Grande do Norte foram campeões também nesta categoria, tendo faltado em média a 39,3% das sessões.
Prestar informações sobre a atividade de seus parlamentares deveria ser uma obrigação de qualquer Casa legislativa. No Brasil, porém, poucas fazem isso. As principais exceções são a Câmara dos Deputados e a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, que, embora omitam importantes famílias de informações, divulgam um bom conjunto de dados sobre os seus integrantes. Em contraste, o Senado Federal está entre as Casas legislativas mais opacas do país.
É interessante observar que os custos de uma Casa legislativa são inversamente proporcionais à quantidade de informação que disponibiliza: das quinze Casas mais custosas ao cidadão (levando-se em conta todos os 29 Legislativos em âmbito federal e estadual), treze não fornecem qualquer informação sobre os gastos de seus deputados, suas viagens ou se comparecem ao trabalho.
Fonte: Transparência Brasil
Eis algumas das muitas constatações do relatório:
. Em conjunto, os deputados federais brasileiros gastaram quase R$ 20 milhões com viagens em 2007. Esse dinheiro seria suficiente para cada deputado dar cinco voltas em torno da Terra de avião.
· Não só na Câmara dos Deputados, mas também no Distrito Federal, em São Paulo e no Rio Grande do Sul, os parlamentares consomem vultosas quantias com combustíveis. No agregado, os deputados federais gastaram o suficiente para percorrer de automóvel 73,8 milhões de quilômetros; os paulistas 11,1 milhões de quilômetros e os gaúchos 13,2 milhões de quilômetros. O combustível que os 24 deputados distritais brasilienses declararam ter gasto seria suficiente para percorrer o Plano Piloto de uma ponta a outra mais de 235 mil vezes durante o ano.
· Cerca de um terço dos deputados federais apresenta ocorrências na Justiça ou em Tribunais de Contas. Nas bancadas de alguns estados eles são maioria: por exemplo, 75% dos deputados federais eleitos no Tocantins estão nessa condição.
. Mais de um terço dos senadores tem ocorrências na Justiça ou em Tribunais de Contas. Entre os trinta senadores com tais ocorrências, onze foram eleitos no Nordeste.
· Pelo menos um terço dos deputados estaduais de 15 Casas Legislativas estaduais tem pendências com a Justiça ou com Tribunais de Contas. Na Assembléia Legislativa de Goiás eles são mais de 70%. Em outros sete estados o porcentual é de pelo menos 40%.
· A assiduidade dos parlamentares ao trabalho muitas vezes deixa a desejar. Na Câmara dos Deputados, a média de faltas nas sessões plenárias foi de 12% no ano. A representação estadual mais faltosa foi a do Rio Grande Norte, com 18,9% de ausências. Entre as poucas Assembléias Legislativas que dão informações sobre a presença dos parlamentares, a de pior desempenho é a de Pernambuco: nesse estado, a média de faltas é de 26,6%.
· A média de ausências nas sessões das comissões temáticas da Câmara dos Deputados é de 28%. Os do Rio Grande do Norte foram campeões também nesta categoria, tendo faltado em média a 39,3% das sessões.
Prestar informações sobre a atividade de seus parlamentares deveria ser uma obrigação de qualquer Casa legislativa. No Brasil, porém, poucas fazem isso. As principais exceções são a Câmara dos Deputados e a Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, que, embora omitam importantes famílias de informações, divulgam um bom conjunto de dados sobre os seus integrantes. Em contraste, o Senado Federal está entre as Casas legislativas mais opacas do país.
É interessante observar que os custos de uma Casa legislativa são inversamente proporcionais à quantidade de informação que disponibiliza: das quinze Casas mais custosas ao cidadão (levando-se em conta todos os 29 Legislativos em âmbito federal e estadual), treze não fornecem qualquer informação sobre os gastos de seus deputados, suas viagens ou se comparecem ao trabalho.
Fonte: Transparência Brasil
sexta-feira, 14 de março de 2008
Os prefeituráveis, salada de verduras e frutas
Pepino, abacaxi e sarna. Uma salada e tanto para os eleitores degustar. Com estes ingredientes e uma grande pitada de enganação o cenário eleitoral para prefeitura de Petrolina parece não querer se definir. Pelo menos, para sociedade como todo. Não sabemos o que há por trás dos bastidores. Isso ninguém conta. Só algumas pessoas têm esse privilégio.
Agora, para os candidatos, sair bem na foto e na mídia é o que importa. Afinal, o então, talvez e possivelmente candidato Guilherme Coelho (DEM) quer explicar o jogo de empurra-empurra entre Gonzaga Patriota e Odacy Amorim, ambos do PSB, e ao mesmo tempo quer justificar suas atitudes administrativas quando passou pela gestão da prefeitura. De rádio em rádio, Guilherme assegura o discurso, afina a língua e solta o verbo na busca de mostrar o que há de melhor na sua retórica que de nova não tem nada.
Numa outra preparação gastronômica está o então deputado federal Gonzaga Patriota. Juntando frutas do Vale e verduras enlatadas de Brasília segue um discurso dito de oposição representando um papel pelo qual deixaria qualquer ator global ou da TV Record impressionado, estarrecido...
Para outra banca de verduras e frutas tem o atual prefeito, Odacy Amorim. Candidato ao próprio cargo vai administrando a máquina dia-a-dia conduzindo perfeitamente os trilhos para o caminho desejado.
Assumindo a postura de trabalhar em prol da comunidade pretolinense vai discursando, visitando comunidades, acampamentos, eventos e fazendo o trem andar... nos trilhos....
Para aumentar as vendas de pepino e abacaxi o então Sargento Quirino (PDT) recebe o passe “livre” do presidente do PDT, José Queiroz, para sair ou não na briga de foice pelo diploma de prefeito da cidade que mais cresce nos últimos anos na região.
Para não ficar longe das compras, o deputado federal, Fernando Filho, herdeiro implacável do discurso afiado da família Coelho, entra na feira para juntar frutas e verduras e preparar uma baita salada tropical sertaneja.
Afinal, em pleno sertão nordestino não se almoça frutas e verduras sem carne de bode, ou melhor, de carneiro. O que acontece muitas vezes é que quem não está acostumado com a gordura ou tempero carregado desse tipo de alimento pode ter uma grande indigestão.
O resultado? Quem comer, verá.
Agora, para os candidatos, sair bem na foto e na mídia é o que importa. Afinal, o então, talvez e possivelmente candidato Guilherme Coelho (DEM) quer explicar o jogo de empurra-empurra entre Gonzaga Patriota e Odacy Amorim, ambos do PSB, e ao mesmo tempo quer justificar suas atitudes administrativas quando passou pela gestão da prefeitura. De rádio em rádio, Guilherme assegura o discurso, afina a língua e solta o verbo na busca de mostrar o que há de melhor na sua retórica que de nova não tem nada.
Numa outra preparação gastronômica está o então deputado federal Gonzaga Patriota. Juntando frutas do Vale e verduras enlatadas de Brasília segue um discurso dito de oposição representando um papel pelo qual deixaria qualquer ator global ou da TV Record impressionado, estarrecido...
Para outra banca de verduras e frutas tem o atual prefeito, Odacy Amorim. Candidato ao próprio cargo vai administrando a máquina dia-a-dia conduzindo perfeitamente os trilhos para o caminho desejado.
Assumindo a postura de trabalhar em prol da comunidade pretolinense vai discursando, visitando comunidades, acampamentos, eventos e fazendo o trem andar... nos trilhos....
Para aumentar as vendas de pepino e abacaxi o então Sargento Quirino (PDT) recebe o passe “livre” do presidente do PDT, José Queiroz, para sair ou não na briga de foice pelo diploma de prefeito da cidade que mais cresce nos últimos anos na região.
Para não ficar longe das compras, o deputado federal, Fernando Filho, herdeiro implacável do discurso afiado da família Coelho, entra na feira para juntar frutas e verduras e preparar uma baita salada tropical sertaneja.
Afinal, em pleno sertão nordestino não se almoça frutas e verduras sem carne de bode, ou melhor, de carneiro. O que acontece muitas vezes é que quem não está acostumado com a gordura ou tempero carregado desse tipo de alimento pode ter uma grande indigestão.
O resultado? Quem comer, verá.
segunda-feira, 10 de março de 2008
A Compesa de Petrolina...a novela continua
A novela continua...
Então na calada da noite um riacho que vem não sei da onde com água de fezes e dejeto desemboca em uma parte das águas que a Compesa diz tratar.
E não é que dona Madalena da Silva que mora no bairro Dom Avelar filtra e ferver a água da Compesa, mas mesmo assim continua com dor na barriga, ânsia de vomito, além de sentir um cheiro forte que exala do líquido e um gosto salgado que vem por tabela.
Além de dona Madalena, que atualmente espera chegar na casa da patroa para beber água mineral, tem também a dona de casa Risolene Maria que mora no bairro João de Deus, seu Antônio que vive no Quati que já aposentado vem gastando seu parco dinheiro com remédios e horas em fila de hospital. Todos têm em comum o problema com o uso da água compesau, ou melhor, compesal.
Tentando entender o problema, a mídia vai às ruas, fala com as autoridades responsáveis, isto é a própria Compesa e a prefeitura e até o presente momento nada ou quase nada foi feito.
Na outra banda do caso está o Hospital Dom Malan e os postos médicos nas comunidades. Ninguém da conta do problema que já é de saúde pública. São crianças com diarréia, vomitando, febre e tanto outros sintomas que podem ser qualquer virose (como diz a maioria dos médicos) e na verdade muito tem a ver com água que está nos lares (quando tem) da população.
Um outro questionamento precisa ser abordado: o rio que atende o povo de Juazeiro não é o mesmo que é usado para se obter água em Petrolina? Então, por que do outro lado da Ponte Presidente Dutra a calamidade pública ainda não chegou?
Com a palavra a Compesa (se é que pode responder) e a prefeitura de Petrolina.
Aguardem cenas do próximo capítulo.
Então na calada da noite um riacho que vem não sei da onde com água de fezes e dejeto desemboca em uma parte das águas que a Compesa diz tratar.
E não é que dona Madalena da Silva que mora no bairro Dom Avelar filtra e ferver a água da Compesa, mas mesmo assim continua com dor na barriga, ânsia de vomito, além de sentir um cheiro forte que exala do líquido e um gosto salgado que vem por tabela.
Além de dona Madalena, que atualmente espera chegar na casa da patroa para beber água mineral, tem também a dona de casa Risolene Maria que mora no bairro João de Deus, seu Antônio que vive no Quati que já aposentado vem gastando seu parco dinheiro com remédios e horas em fila de hospital. Todos têm em comum o problema com o uso da água compesau, ou melhor, compesal.
Tentando entender o problema, a mídia vai às ruas, fala com as autoridades responsáveis, isto é a própria Compesa e a prefeitura e até o presente momento nada ou quase nada foi feito.
Na outra banda do caso está o Hospital Dom Malan e os postos médicos nas comunidades. Ninguém da conta do problema que já é de saúde pública. São crianças com diarréia, vomitando, febre e tanto outros sintomas que podem ser qualquer virose (como diz a maioria dos médicos) e na verdade muito tem a ver com água que está nos lares (quando tem) da população.
Um outro questionamento precisa ser abordado: o rio que atende o povo de Juazeiro não é o mesmo que é usado para se obter água em Petrolina? Então, por que do outro lado da Ponte Presidente Dutra a calamidade pública ainda não chegou?
Com a palavra a Compesa (se é que pode responder) e a prefeitura de Petrolina.
Aguardem cenas do próximo capítulo.
domingo, 9 de março de 2008
Um novo olhar sobre a mulher?
Recebi da minha amiga, também jornalista, Lara Cavalcanti um artigo muito instigante da professora Malu Fontes.
Leiam abaixo... vale a pena essa reflexão.
Leiam abaixo... vale a pena essa reflexão.
A reinvenção do hímen
A Tarde, domingo, 08 de março de 2008 – Caderno Especial
Malu Fontes*
A cada oito de março é a mesma celebração em torno das conquistas femininas, todas concentradas basicamente na segunda metade do Século XX, a maioria proporcionada por um evento perverso para a história da humanidade: a Segunda Guerra.
Depois da Guerra, nem a mulher poderia continuar a ser a mesma nem tampouco os países que participaram mais diretamente do conflito poderiam continuar a tratá-la como um apêndice do homem.
De lá para cá, as contendas com o patriarcardo, o machismo e a misoginia foram tantas que metáforas da libertação, como a queima de sutiãs ou a defesa do amor livre após o anticoncepcional, são apenas capítulos mais barulhentos de uma luta sem trégua que toda mulher ainda trava, todos os dias, para assumir as rédeas de sua própria vida e dos seus desejos.
A versão dos pais e maridos passou por uma atualização razoável, o Estado criou mecanismos para protegê-las da discriminação e da violência, mas é inegável o surgimento de uma nova forma de poder exercido sobre as mulheres e seu corpo: o da cultura do consumo que estabelece padrões de beleza, aos quais praticamente todas se submetem voluntariamente, feito cordeiros, mesmo que para isso sofram privações alimentares, dores físicas e coloquem em risco a saúde, seja ingerindo anabolizantes ou insistindo em virar faquir.
Não bastasse a obrigatoriedade de ser eternamente magra, transbordar sensualidade e sexualidade, equilibrar-se em saltos quinze para ir à esquina, torturar-se em sessões espartanas de malhação, manter-se com aparência de 18 anos dos 12 aos 80, inflar seios, glúteos e coxas, caber em manequins de adolescentes e serem eficientes donas de casa e cozinheiras nas horas 'vagas', está em cena uma nova tendência entre mulheres endinheiradas que caminham para a enésima relação: passar no cirurgião plástico e entre um botox, um silicone, um lifting e uma lipo, reconstruir o hímen à perfeição, para "dar de presente" e agradar ao homem da vez.
Assim caminha parte da mulherada: ora orgulhando-se da ascensão profissional, ora pagando para reconstruir uma membrana que durante séculos encarnou, como poucas coisas o fizeram, o poder e a propriedade absolutos do homem (tanto de pais quanto de maridos) sobre o corpo e o desejo femininos. A diferença é que, no passado, o hímen era uma exigência cultural de um tempo (ainda é em muitos rincões).
Hoje, é apenas mais um sacrifício comprado por mulheres para agradar homens que, se pudessem, diferentemente delas, mandariam encadernar e distribuir toda a vida sexual pregressa, a mesma que, simbolicamente, a mulher do tempo das plásticas busca apagar numa mesa cirúrgica.
*Malu Fontes é jornalista, Doutora em Comunicação e Cultura, professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e colunista da revista da TV de A TARDE
Malu Fontes*
A cada oito de março é a mesma celebração em torno das conquistas femininas, todas concentradas basicamente na segunda metade do Século XX, a maioria proporcionada por um evento perverso para a história da humanidade: a Segunda Guerra.
Depois da Guerra, nem a mulher poderia continuar a ser a mesma nem tampouco os países que participaram mais diretamente do conflito poderiam continuar a tratá-la como um apêndice do homem.
De lá para cá, as contendas com o patriarcardo, o machismo e a misoginia foram tantas que metáforas da libertação, como a queima de sutiãs ou a defesa do amor livre após o anticoncepcional, são apenas capítulos mais barulhentos de uma luta sem trégua que toda mulher ainda trava, todos os dias, para assumir as rédeas de sua própria vida e dos seus desejos.
A versão dos pais e maridos passou por uma atualização razoável, o Estado criou mecanismos para protegê-las da discriminação e da violência, mas é inegável o surgimento de uma nova forma de poder exercido sobre as mulheres e seu corpo: o da cultura do consumo que estabelece padrões de beleza, aos quais praticamente todas se submetem voluntariamente, feito cordeiros, mesmo que para isso sofram privações alimentares, dores físicas e coloquem em risco a saúde, seja ingerindo anabolizantes ou insistindo em virar faquir.
Não bastasse a obrigatoriedade de ser eternamente magra, transbordar sensualidade e sexualidade, equilibrar-se em saltos quinze para ir à esquina, torturar-se em sessões espartanas de malhação, manter-se com aparência de 18 anos dos 12 aos 80, inflar seios, glúteos e coxas, caber em manequins de adolescentes e serem eficientes donas de casa e cozinheiras nas horas 'vagas', está em cena uma nova tendência entre mulheres endinheiradas que caminham para a enésima relação: passar no cirurgião plástico e entre um botox, um silicone, um lifting e uma lipo, reconstruir o hímen à perfeição, para "dar de presente" e agradar ao homem da vez.
Assim caminha parte da mulherada: ora orgulhando-se da ascensão profissional, ora pagando para reconstruir uma membrana que durante séculos encarnou, como poucas coisas o fizeram, o poder e a propriedade absolutos do homem (tanto de pais quanto de maridos) sobre o corpo e o desejo femininos. A diferença é que, no passado, o hímen era uma exigência cultural de um tempo (ainda é em muitos rincões).
Hoje, é apenas mais um sacrifício comprado por mulheres para agradar homens que, se pudessem, diferentemente delas, mandariam encadernar e distribuir toda a vida sexual pregressa, a mesma que, simbolicamente, a mulher do tempo das plásticas busca apagar numa mesa cirúrgica.
*Malu Fontes é jornalista, Doutora em Comunicação e Cultura, professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e colunista da revista da TV de A TARDE
sexta-feira, 7 de março de 2008
O discurso da Compesa de Petrolina e a realidade do dia-a-dia
Alguma coisa não bate muito bem entre o discurso da Compensa de Petrolina em relação a qualidade da água e a sua distribuição e o reclame das comunidades que vivem no entorno da cidade e até mesmo em bairros ditos privilegiados.
E o que tem a água de Petrolina? Cor meio amarela, cheiro duvidoso e ainda assim escassez do produto. Esse é o diagnóstico de uma cidade que vive as margens plácidas do rio São Francisco e convive diariamente com a ausência da água nas residências e quando a tem sofre também pela qualidade que a mesma, na aparência, não tem.
Longe de querer analisar as questões técnicas e de controle sanitário em relação ao produto, o consumidor vive um dilema quase que sem solução.
Reclama à instituição pela ausência da água, mostra que a mesma em muitos locais chega a estar com gosto salobro ou aparentando um excesso de cloro, pede explicações plausíveis e que seja apresentada de forma clara, e quando muito a empresa vai aos meios de comunicação responder os reclames e dizer que as providencias estão, sempre, sendo tomadas.
Para completar o quadro clínico, o consumidor pode até ficar sem o produto nas torneiras da sua casa, agora se deixar de pagar a conta no final do mês, até mesmo as poucas gostas água que vez ou outra ele recebe, serão cortadas, claro.
E falando em Compesa, parece que o serviço que a mesma vem fazendo atrás da Codevasf, que já se arrasta por meses, está mesmo andando a passos de tartaruga em companhia de uma preguiça. O transtorno deste trabalho, numa avenida sempre muito movimentada, onde vários acidentes graves já aconteceram, parece também não chega a incomodar os dirigentes da instituição.
Afinal, quando o problema não está ou não faz parte da nossa realidade por que a gente tem que se preocupar, não é mesmo?
E o que tem a água de Petrolina? Cor meio amarela, cheiro duvidoso e ainda assim escassez do produto. Esse é o diagnóstico de uma cidade que vive as margens plácidas do rio São Francisco e convive diariamente com a ausência da água nas residências e quando a tem sofre também pela qualidade que a mesma, na aparência, não tem.
Longe de querer analisar as questões técnicas e de controle sanitário em relação ao produto, o consumidor vive um dilema quase que sem solução.
Reclama à instituição pela ausência da água, mostra que a mesma em muitos locais chega a estar com gosto salobro ou aparentando um excesso de cloro, pede explicações plausíveis e que seja apresentada de forma clara, e quando muito a empresa vai aos meios de comunicação responder os reclames e dizer que as providencias estão, sempre, sendo tomadas.
Para completar o quadro clínico, o consumidor pode até ficar sem o produto nas torneiras da sua casa, agora se deixar de pagar a conta no final do mês, até mesmo as poucas gostas água que vez ou outra ele recebe, serão cortadas, claro.
E falando em Compesa, parece que o serviço que a mesma vem fazendo atrás da Codevasf, que já se arrasta por meses, está mesmo andando a passos de tartaruga em companhia de uma preguiça. O transtorno deste trabalho, numa avenida sempre muito movimentada, onde vários acidentes graves já aconteceram, parece também não chega a incomodar os dirigentes da instituição.
Afinal, quando o problema não está ou não faz parte da nossa realidade por que a gente tem que se preocupar, não é mesmo?
quinta-feira, 6 de março de 2008
segunda-feira, 3 de março de 2008
Se gritar pega ladrão....(novamente???)
Se gritar pega ladrão!!! Pega ladrão!!!
Quem vai ficar na Câmara Municipal? Na Assembléia Legislativa? E no Congresso Nacional??? Nas prefeituras? Nos governos estadual e federal? Xiiiiii
Que conceitos são estes que nossos representantes passam para a sociedade futura? Roubar compensa? O melhor lugar para falcatruas é no poder público?
Que tipo de político, nós, eleitores estamos escolhendo?
Por que os escândalos estão se avolumando, dia-a-dia, aos olhos dos eleitores e em cada pleito os mesmos corruptos voltam aos cargos?
É esta sociedade que estamos construindo como ideal? Onde estão os conceitos, preceitos e orientações morais que aprendemos (muitos de nós) quando criança para reproduzirmos quando adulto?
Até quando nós ficaremos inertes diante desse quadro devastador?
Quadro este que submete a sociedade a não refletir um processo de mudança que faça o cidadão exercer seu papel de protagonista, ator de transformações, revolucionário do processo de criação de uma nova sociedade. Rompendo com o atual sistema de roubalheira, com os chamados “representantes do povo”, que de “povo” tem apenas o discurso...
Vamos ao exercício do debate! Mãos a obra: vassoura, água sanitária, desinfetante (bem forte), pano de chão e coragem... vamos banir, extirpar, deletar todos os cleptomaníacos dos quadros políticos dessa nação.
Com a limpeza surgirão guerreiros que podem compor uma nova realidade política neste país e renovando assim a banda podre, a escória e tudo que representa a imagem desgastada da política brasileira.
Vamos limpar está nação. A arma? O nosso voto.
Quem vai ficar na Câmara Municipal? Na Assembléia Legislativa? E no Congresso Nacional??? Nas prefeituras? Nos governos estadual e federal? Xiiiiii
Que conceitos são estes que nossos representantes passam para a sociedade futura? Roubar compensa? O melhor lugar para falcatruas é no poder público?
Que tipo de político, nós, eleitores estamos escolhendo?
Por que os escândalos estão se avolumando, dia-a-dia, aos olhos dos eleitores e em cada pleito os mesmos corruptos voltam aos cargos?
É esta sociedade que estamos construindo como ideal? Onde estão os conceitos, preceitos e orientações morais que aprendemos (muitos de nós) quando criança para reproduzirmos quando adulto?
Até quando nós ficaremos inertes diante desse quadro devastador?
Quadro este que submete a sociedade a não refletir um processo de mudança que faça o cidadão exercer seu papel de protagonista, ator de transformações, revolucionário do processo de criação de uma nova sociedade. Rompendo com o atual sistema de roubalheira, com os chamados “representantes do povo”, que de “povo” tem apenas o discurso...
Vamos ao exercício do debate! Mãos a obra: vassoura, água sanitária, desinfetante (bem forte), pano de chão e coragem... vamos banir, extirpar, deletar todos os cleptomaníacos dos quadros políticos dessa nação.
Com a limpeza surgirão guerreiros que podem compor uma nova realidade política neste país e renovando assim a banda podre, a escória e tudo que representa a imagem desgastada da política brasileira.
Vamos limpar está nação. A arma? O nosso voto.
domingo, 2 de março de 2008
Se a gente não ler poesia... morre antes do tempo
Foste Tudo...
Não Foste Nada...
Emília Possídio
Foste silêncio nas longas esperas,
pergunta sem resposta (presa) ao coração,
obra inacabada ultrapassando eras
esquecida na estante da ilusão.
Foste tristeza nos jardins do mundo,
onde a açucena não pariu a flor
e o sorriso, num rosto moribundo,
perdeu-se na noite, morreu sem cor.
Foste incerteza em caminhos duros,
dúvida...Quisera eu - fosses verdade!
Foste nuvem vagando nos escuros
das noites sem nenhuma claridade.
Foste solidão, campo abandonado,
fenecer do amarelo dos trigais
impedidos de crescer no prado,
por teus passos sem rumo e marginais.
Foste tudo, naquela madrugada,
mas não ouviste o som dos madrigais!
(Emília Possídio)
Recife, 28.02.2008
-----------xxxx-----------
Glosa de Lêda Mello
Mote:
Foste silêncio nas longas esperas,
pergunta sem resposta (presa) ao coração,
obra inacabada ultrapassando eras
esquecida na estante da ilusão.
GLOSA:
Vieste à minha vida e te fiz senhor,
Não Foste Nada...
Emília Possídio
Foste silêncio nas longas esperas,
pergunta sem resposta (presa) ao coração,
obra inacabada ultrapassando eras
esquecida na estante da ilusão.
Foste tristeza nos jardins do mundo,
onde a açucena não pariu a flor
e o sorriso, num rosto moribundo,
perdeu-se na noite, morreu sem cor.
Foste incerteza em caminhos duros,
dúvida...Quisera eu - fosses verdade!
Foste nuvem vagando nos escuros
das noites sem nenhuma claridade.
Foste solidão, campo abandonado,
fenecer do amarelo dos trigais
impedidos de crescer no prado,
por teus passos sem rumo e marginais.
Foste tudo, naquela madrugada,
mas não ouviste o som dos madrigais!
(Emília Possídio)
Recife, 28.02.2008
-----------xxxx-----------
Glosa de Lêda Mello
Mote:
Foste silêncio nas longas esperas,
pergunta sem resposta (presa) ao coração,
obra inacabada ultrapassando eras
esquecida na estante da ilusão.
GLOSA:
Vieste à minha vida e te fiz senhor,
Tudo te dei no nada das quimeras.
Eu fui palavra expressando amor,
Foste silêncio nas longas esperas.
Nesse intervalo de uma vida inteira,
Do tudo que sonhei foste a fração,
Elo perdido n'alma prisioneira,
Pergunta sem resposta (presa) ao coração.
Trecho de um livro que não foi escrito,
Gotas de chuva em céus de primaveras,
Tela esquecida no tempo infinito,
Obra inacabada ultrapassando eras.
Do tudo que sonhei, sincero e franco
E dei abrigo no meu coração,
Restou o nada de uma folha em branco
Esquecida na estante da ilusão
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