terça-feira, 25 de junho de 2013

Plebiscito para uma reforma política cidadã


 Foto: Silvio Stanislaw - Movimento O Vale Acordou | 18.06.13 

A imprensa tem umas coisas interessantes. Faz um piti enorme, muitas vezes ou quase sempre, por nada e, outras vezes, entra no debate equivocado dando vozes a um grupo de jornalistas que mais destroem do que constroem.

Não sou apaixonada pelo PT, muito pelo contrário, e muito menos levanto bandeira partidária (nunca fui associada e pretendo continuar assim), por nenhuma agremiação, mas estou perplexa com a iniciativa da presidenta Dilma.

Ela está levantando a bandeira de uma verdadeira democracia. A agenda positiva está em debate. A proposta é a convocação de um plebiscito para instalar uma Assembleia Constituinte exclusiva para discutir a reforma política.

Até onde li, trata-se de uma convocação cidadã para representação de uma proposta de mudança no sistema político atual que se consolidou fracassado pelo formato e ações realizadas. Para mim é como se Dilma estivesse dizendo o que muitos brasileiros dizem de canto a canto: os políticos não nos representam.

E desde quando fazer plebiscito é matar a Constituinte? É cada uma que aparece nesses conteúdos loucos e tendenciosos que circulam pelas redes e na chamada mídia tradicional!!

Se a reforma política for pensada, arquitetada, montada e confeccionada pelos atuais políticos incompetentes, sem moral, sem honra alguma e que legislam em causa própria, jamais terá representatividade da sociedade.

Eles não permitirão que a sociedade fale. E vou mais longe, eles vão empurrar com a barriga até a imprensa se cansar de colocar o movimento na pauta. Mas as redes sociais, que tiveram e tem papel fundamental nesse processo, vão calar as vozes? De forma alguma...

A sociedade precisa falar que não quer mais estes políticos no poder e que um novo sistema político/eleitoral deve ser formatado para servir unicamente a totalidade dessa sociedade e não apenas uma parcela dela.

Não interessa para mim se Dilma está fazendo isso só agora, depois do movimento das ruas. Não interessa. Ela está tendo a coragem de fazer e pronto.

A presidenta  propôs um pacto nacional em torno de cinco pontos que vêm sendo expostos pelas manifestações de ruas. Além da reforma política, o pacto inclui responsabilidade fiscal, saúde, educação e transporte público. Dilma também defende que seja aprovada uma lei que torne a corrupção um crime hediondo.

Uma pergunta básica está ecoando: não é isso que queremos?

Estou confusa com esse levante jurídico e dos políticos (neles eu não acredito...não me representam). Creio que este é um momento de debate. Vamos aprofundar as questões, trazer à mesa propostas contundentes, dialogar com as diversas instituições representativas de classes e vamos fazer a mudança.

Penso que não devemos colocar as espadas nos palanques que estão sendo montado com tanta antecedência em todas as questões levantadas pela presidenta. Só pelo fato dela ser candidata à reeleição?

E o que dizer de outros políticos que estão pegando carona no movimento para se mostrar do lado do povo? Por que não falaram alguma coisa antes?

Precisamos ter mais cautela em nossas análises e julgamentos. Depois desse movimento, espero com entusiasmo, que o Brasil não seja o mesmo.