A imprensa tem umas coisas interessantes. Faz um piti enorme,
muitas vezes ou quase sempre, por nada e, outras vezes, entra no debate
equivocado dando vozes a um grupo de jornalistas que mais destroem do que constroem.
Não sou apaixonada pelo PT, muito pelo contrário, e muito
menos levanto bandeira partidária (nunca fui associada e pretendo continuar
assim), por nenhuma agremiação, mas estou perplexa com a iniciativa da
presidenta Dilma.
Ela está levantando a bandeira de uma verdadeira democracia.
A agenda positiva está em debate. A
proposta é a convocação de um plebiscito para instalar uma Assembleia
Constituinte exclusiva para discutir a reforma política.
Até onde li,
trata-se de uma convocação cidadã para representação de uma proposta de mudança
no sistema político atual que se consolidou fracassado pelo formato e ações
realizadas. Para mim é como se Dilma estivesse dizendo o que muitos brasileiros
dizem de canto a canto: os políticos não nos representam.
E desde quando
fazer plebiscito é matar a Constituinte? É cada uma que aparece nesses conteúdos
loucos e tendenciosos que circulam pelas redes e na chamada mídia tradicional!!
Se a reforma
política for pensada, arquitetada, montada e confeccionada pelos atuais
políticos incompetentes, sem moral, sem honra alguma e que legislam em causa
própria, jamais terá representatividade da sociedade.
Eles não permitirão
que a sociedade fale. E vou mais longe, eles vão empurrar com a barriga até a
imprensa se cansar de colocar o movimento na pauta. Mas as redes sociais, que tiveram
e tem papel fundamental nesse processo, vão calar as vozes? De forma alguma...
A sociedade
precisa falar que não quer mais estes políticos no poder e que um novo sistema
político/eleitoral deve ser formatado para servir unicamente a totalidade dessa
sociedade e não apenas uma parcela dela.
Não interessa
para mim se Dilma está fazendo isso só agora, depois do movimento das ruas. Não
interessa. Ela está tendo a coragem de fazer e pronto.
A presidenta propôs um pacto nacional em torno de cinco pontos que vêm
sendo expostos pelas manifestações de ruas. Além da reforma política, o pacto
inclui responsabilidade fiscal, saúde, educação e transporte público. Dilma
também defende que seja aprovada uma lei que torne a corrupção um crime
hediondo.
Uma pergunta
básica está ecoando: não é isso que queremos?
Estou confusa
com esse levante jurídico e dos políticos (neles eu não acredito...não me
representam). Creio que este é um momento de debate. Vamos aprofundar as
questões, trazer à mesa propostas contundentes, dialogar com as diversas instituições
representativas de classes e vamos fazer a mudança.
Penso que não
devemos colocar as espadas nos palanques que estão sendo montado com tanta antecedência
em todas as questões levantadas pela presidenta. Só pelo fato dela ser
candidata à reeleição?
E o que dizer
de outros políticos que estão pegando carona no movimento para se mostrar do
lado do povo? Por que não falaram alguma coisa antes?
Precisamos
ter mais cautela em nossas análises e julgamentos. Depois desse movimento,
espero com entusiasmo, que o Brasil não seja o mesmo.